Confira a análise de Counter-Strike: Global Offensive [vídeo]

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Verdadeira febre das lan houses no início dos anos 2000, Counter-Strike é um dos títulos que mais acumularam fãs desde seu lançamento. Embora o game tenha perdido o trono do gênero multiplayer para títulos como Battlefield e Call of Duty, a comunidade formada a seu redor permanece forte até os dias atuais.

Com Counter-Strike: Global Offensive, a Valve tenta reaver os dias de glória do título, reformulando conceitos para adequá-lo aos requesitos da geração atual. Com a tarefa inglória de ter que agradar tanto fãs antigos quanto atrair novos seguidores, o game chegou aos consoles e ao PC no dia 21 de agosto deste ano.

Depois de passar dezenas de horas na fase Beta, testamos a versão final do jogo e trazemos neste artigo nossa opinião sobre ele. Confira abaixo a análise completa do título e não deixe de registrar suas impressões sobre o lançamento em nossa seção de comentários.

Aprovado

Em time que está ganhando não se mexe

Uma das principais críticas feitas em relação a Counter-Strike: Source é o fato de que o jogo modificou muitos elementos de jogabilidade que consagraram a versão original do game. Atenta a esse fato, a Valve decidiu respeitar os pedidos de sua comunidade e em Global Offensive entrega o título que todos os jogadores veteranos estavam esperando.

Esqueça sistemas de cobertura, energia que recarrega ou personagens que parecem ser verdadeiras esponjas para balas. No jogo, qualquer descuido pode custar a sua vida, e tentar encarnar o personagem Rambo raramente vai trazer recompensas muito boas.

Caso você tenha experiência com o Counter-Strike original, não vai ter qualquer espécie de dificuldade em se adaptar à jogabilidade de Global Offensive. Exemplo mais marcante do respeito que a desenvolvedora teve aos elementos clássicos da série é o fato de que a velocidade do personagem controlado continua variando dependendo do equipamento ativado — elemento pouco realista que já se tornou marca registrada do jogo.

Felizmente, as mudanças aplicadas pela desenvolvedora não fazem com que o título perca a sua identidade, na verdade contribuindo para torná-lo ainda mais divertido. Exemplo disso é a maneira como as recompensas em dinheiro são exibidas na tela: agora, além de ganhar valores maiores, você sabe exatamente quais ações resultaram na possibilidade de investir em novos equipamentos e armas.

Gráficos atualizados

Embora Counter-Strike: Global Offensive esteja longe de possuir uma apresentação visual capaz de concorrer com títulos como Battlefield 3, a reformulação gráfica do título agrada bastante. Mapas clássicos como DUST e INFERNO ganharam uma aparência totalmente renovada, além de apresentarem caminhos alternativos que ajudam a tornar  a experiência de jogo mais variada.

Da mesma forma, os personagens agora possuem rostos mais fáceis de identificar e ganharam novas animações que tornaram sua movimentação mais fluida. Entre os detalhes que chamam a atenção está o fato de que agora todas as armas possuídas por um personagem são exibidas em seu corpo, o que ajuda a passar uma sensação de realismo.

Vale notar que, quando comparado a títulos mais recentes, Global Offensive não é exatamente surpreendente em sua apresentação. Porém, dado à decisão da desenvolvedora de permitir que o maior número de configurações pudesse rodar o jogo, ele consegue entregar um equilíbrio muito bom entre acessibilidade e complexidade visual.

Maior acessibilidade

A mudança mais notável vista em Counter-Strike: Global Offensive está em seus menus e na maneira como as partidas são iniciadas. Em vez de ter que percorrer diversas janelas em busca de um servidor com vagas, agora basta escolher o modo de jogo em que você quer entrar e aguardar enquanto o game busca automaticamente a melhor sala para você entrar.

Da mesma forma, processos como a compra de armas estão mais organizados devido à remodelação de alguns elementos da interface do game. Além disso, o HUD (Heads-Up Display) foi renovado para permitir uma melhor navegação pelos mapas do jogo, alertando sobre a presença de inimigos que estão atirando e indicando o posicionamento de seus aliados.

Reprovado

O mesmo jogo de sempre

Apesar de ser um jogo bastante sólido, não dá para negar que Counter-Strike também possui seus defeitos — que, assim como suas qualidades, se mantêm intactos em Global Offensive. Dessa forma, quem já sabe dos locais em que é possível abusar de falhas no jogo para obter vantagens não vai ter nenhuma dificuldade em abusar de problemas para derrotar adversários.

Outro problema está relacionado à falta de uma quantidade substancial de mapas novos. Apesar de ser divertido reviver partidas em cenários como AZTEC e INFERNO, seria muito bom ver o surgimento de ambientes que favorecessem novas estratégias e exigissem um novo nível de habilidade para quem já está acostumado com a série.

Da mesma forma, não espere ver aqui nenhum sistema de evolução semelhante ao presente em títulos como Call of Duty: Modern Warfare 3. Embora essa decisão sirva como uma forma de trazer mais equilíbrio ao jogo, fazendo com que o que realmente conte seja a habilidade de cada jogador, é difícil se acostumar com a ideia de um game moderno sem esse elemento.

Bugs

Embora Counter-Strike Global Offensive seja um título sólido, não é difícil notar a presença de alguns bugs que diminuem a imersão na experiência. Exemplo disso é o fato de que, ao recarregar alguns armamentos, a animação criada pela Valve para essa ação simplesmente não acontece — como resultado, suas balas são recuperadas automaticamente sem qualquer sinal de que isso ocorreu.

Porém, o momento em que os defeitos do game ficam mais evidentes é durante o modo espectador em terceira pessoa. Nessa hora, é possível notar a presença de uma grande quantidade de problemas de colisão, incluindo momentos nos quais os personagens simplesmente atravessam elementos do cenário ou situações em que a câmera é deslocada para o interior dos modelos tridimensionais do título.

Falta de escolha

Quer entrar no jogo e se juntar a uma partida na fase DUST 2? Pois bem, você vai precisar de sorte. Devido ao sistema que junta automaticamente jogadores em uma única sala dependendo do modo de jogo escolhido, dificilmente você vai ser levado ao cenário que deseja de forma imediata.

AmpliarApesar de ser possível realizar votações para mudar de mapa, esse sistema em nenhum momento compensa as restrições impostas pelos desenvolvedores. Situação que poderia ser facilmente resolvida caso houvesse um filtro que permitisse escolher uma sala para se juntar dependendo do ambiente que os jogadores desejam explorar.

Vale a pena?

Quem já conhece a série Counter-Strike e possui boas lembranças da versão 1.6 do jogo não precisa ter medo em adquirir Global Offensive. O jogo é bem-sucedido em manter os elementos que tornaram o game original um verdadeiro fenômeno, com a vantagem de possuir gráficos melhores adaptados à atual geração.

Por outro lado, as pequenas modificações feitas pela Valve não se mostram suficientes para conquistar quem nunca gostou muito do título. Ao apostar basicamente nos mesmos mapas e armamentos, a empresa criou um trabalho muito mais voltado aos veteranos da série do que para quem cresceu admirando os sistemas presentes em jogos como Battlefield 3 e Call of Duty: Modern Warfare 3.

Caso você procure uma experiência que vai exigir o máximo de suas habilidades como jogador e que não tem medo de puni-lo por erros, Global Offensive é uma ótima opção. Mesmo se tratando de uma reformulação de um game antigo, existem poucos títulos no mercado capazes de fornecer uma experiência tão envolvente e desafiante quanto à do jogo da Valve.

Via BJ

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