Pirataria volta a crescer com aumento de conteúdo exclusivo no streaming
Aumento das ofertas faz com que usuários que não querem assinar mais um serviço procurem por alternativas ilegais na web
Por Claudio Yuge
11/02/2019, às 11:38

Fonte: Sandvine
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Não faz muito tempo, os torrents e o compartilhamento peer-to-peer tomaram de assalto o conteúdo digital, seja de livros, canções, filmes, séries, quadrinhos, etc. A distribuição desse material via streaming, com plataformas mais sofisticadas, seguras e com bom custo-benefício causou um declínio na pirataria via BitTorrent. Mas… um novo estudo diz que a ação dos bucaneiros virtuais voltou a crescer.
O “The Global Internet Phenomena Report”, da Sandvine, publicado no final do ano passado, retrata bem esse cenário. A começar pelo aumento da oferta de vídeo: o audiovisual representa cerca de 58% do tráfego global e somente a Netflix representa 15% dos dados enviados às residências dos assinantes via streaming.
Segundo o levantamento, em 2011, o BitTorrent respondia por 52% do upstream em redes de banda larga fixa na América do Norte — no auge da troca ilegal via sites como Pirate Bay e Kickass Torrents. Já em 2015, com ofertas mais acessíveis de serviços como a Netflix e Amazon Prime Video, essa prática caiu consideravelmente, para 26,83%.
https://img1.ibxk.com.br/2019/02/11/streaming-11123306555143.jpg?w=700" alt="streaming" style="height: auto; vertical-align: middle;Fonte: Sandvine
Agora, baixar ou assistir online em sites ilegais “voltou à moda”, com aumento de 32%. “Mais fontes estão produzindo conteúdo exclusivo, disponível apenas em uma plataforma de streaming ou serviço de transmissão. Pense em Game of Thrones para a HBO, House of Cards para a Netflix, The Handmaid’s Tale para o Hulu ou Jack Ryan para a Amazon. Fica muito caro para o consumidor ter acesso a todos esses serviços — então ou eles assinam um ou dois ou pirateiam”, diz Cam Cullen, que liderou a pesquisa.
Disney e Apple vêm aí e serviços devem aprimorar segurança
A boa notícia, para quem adora filmes, séries e animações, é que vários outros serviços de streaming devem aparecer nesta temporada, incluindo dois peso-pesados da indústria: a Disney e a Apple. Já o lado ruim é para os nossos bolsos, pois com mais plataformas também vem mais conteúdo exclusivo — e outra conta para pagar no final do mês.
Se você acumular hoje os pacotes mais simples da Netflix (R$ 19,90), do Amazon Prime Video (R$ 7,90 por seis meses e R$ 14,90 após) e Globoplay (R$ 12,90), vai desembolsar menos de R$ 50 mensais, com boa qualidade de imagem e som e em um valor bem abaixo de vários combos de TV a cabo.
https://img2.ibxk.com.br/2019/02/11/pirataria-11123615602147.jpg?w=700" alt="pirataria" style="height: auto; vertical-align: middle;Europa e Ásia são líderes no consumo de banda larga não encriptada e via streaming. Fonte: Sandvine
Acontece que para usufruir todas e mais as que estão por vir é preciso lidar com cada sistema de pagamento e atendimento — e isso pode ser um grande incômodo caso você tenha problemas com mais de uma. Além disso, há o fato de que muitas das pessoas normalmente querem um segundo serviço só para ver um ou outro filme ou série original.
O mercado ainda vem se adaptando e se ajustando ao comportamento e consumo dos usuários e certo é que, com o aumento da pirataria, veremos também um aumento da contrapartida das companhias para proteger seus produtos. Mais de 50% do tráfego na web já acontece de forma encriptada e com a entrada da Netflix na Motion Picture Association of America (MPAA), o cerco deve ficar ainda mais apertado para os bucaneiros.
A matéria "[/i]Pirataria volta a crescer com aumento de conteúdo exclusivo no streaming" foi escrita por Claudio Yuge para o TecMundo, um site da empresa NZN assim como o Minha Série.