Tour virtual de Zuckerberg por uma Porto Rico devastada é alvo de críticas

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Para promover a ferramnta de realidade virtual Spaces, o Facebook “mandou” para Porto Rico uma versão cartunizada de Mark Zuckerberg e Rachel Franklin, diretora da equipe de VR da companhia. Até aí tudo bem, não fosse o fato de a ilha localizada no Mar do Caribe ter sido vítima de um furacão que deixou 16 mortos e grande parte dos 3,4 milhões de seus moradores sem energia elétrica, sem água potável e com problemas de acesso a gasolina e comida.

Diante desse cenário de destruição, o criador do Facebook realizou uma espécie de “tour do desastre” usando óculos de realidade virtual na sede da companhia, na Califórnia. Ele passeou virtualmente em meio a destroços e sobreviventes enquanto exaltava as possibilidades da nova ferramenta de sua empresa.

“Uma das coisas realmente mágicas do VR é que você pode se sentir como se estivesse de fato em um lugar”, comentou enquanto o seu avatar na tela reproduzia a sua fala. “Rachel e eu sequer estamos no mesmo prédio no mundo físico, mas parece que estamos no mesmo lugar e podemos fazer contato visual”, complementou o executivo antes de fazer um high-five com a sua funcionária.

“Bilionário sem coração”

Não demorou até que muita gente percebesse toda a bizarrice por trás do momento e do local escolhido por Zuckerberg para promover o Facebook Spaces. “Isso é uma piada?”, questionou a usuária do Facebook Rosaida Castro em um comentário na transmissão ao vivo feita pelo criador do Facebook. “Os porto-riquenhos estão sofrendo e você usa a nossa tragédia para isso? Bilionário sem coração.”

As acusações envolviam ainda o fato de, mesmo com todo o cenário de horror visto como plano de fundo da exibição, o foco do vídeo ser sempre a ferramenta do Facebook. “[Zuckerberg] não pode desperdiçar uma boa tragédia”, escreveu usuário Paul Rickett. “Ele tem que promover o Facebook. Típico. Ele só fala sobre o Facebook, em vez das vítimas e de seu sofrimento.”

Muita gente também recorreu ao Twitter para criticar as ações de Mark Zuckerberg. “Todo aquele dinheiro e Zuckerberg não pode voar até lá e visitar [Porto Rico] em pessoa?”, perguntou o usuário Sally B. “Talvez levar suprimentos para as pessoas?”, prosseguiu. Mais pessoas acusaram o presidente do Facebook de “explorar o desastre” e também destacaram a completa falta de noção da forma escolhida por ele para promover a ferramenta de VR.

Como se o contexto e a sua exploração para promover um recurso de "turismo virtual" não fosse suficientemente bizarro, a versão cartunizada e cômica de Zuckerberg, que constantemente sorri enquanto passa diante de locais destruídos e inundados, reforçam todos problemas dessa escolha equivocada.

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