Trump deve colocar grande opositor da neutralidade da rede na chefia no FCC

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Imagem: NY Post

É inegável o fato de que Donald Trump é uma pessoa polêmica, seja por suas atitudes, pela língua afiada ou pelo estilo de governo que ele prometeu implementar nos EUA ao longo dos próximos quatro anos. Agora, pouco depois de tomar posse de seu novo cargo, na última sexta-feira (20), o republicano parece já ter se envolvido em um novo episódio bastante delicado: a suposta indicação de Ajit Pai à chefia do FCC – o órgão norte-americano que regula as telecomunicações no país, similar à nossa Anatel.

Qual é o problema em confiar essa cadeira a alguém que já trabalha como comissário dentro da própria entidade? Basicamente, o fato de que Pai é um dos maiores opositores do projeto de neutralidade da rede. O rumor a respeito dos planos de Trump para o Federal Communications Commission surgiram através de fontes confiáveis de um portal de notícias norte-americano, que indicavam que a nomeação poderia ser feita tão logo o político tomasse seu lugar no comando dos EUA.

Ajit Pai pode causar polêmicas em breve no comando do FCC

Indicado inicialmente para se juntar ao órgão por Barack Obama, muito por conta de seu amplo conhecimento das leis que regem o setor, Pai já está há três anos no FCC. Porém, enquanto o atual presidente da entidade, Tom Wheeler, é um defensor ferrenho da ideia de que todo o tráfego na internet seja tratado da mesma forma por operadoras e provedores, seu possível substituto segue pelo caminho contrário, indicando que as regras de neutralidade podem trazer mais problemas do que soluções.

Isso quer dizer que o provedor de internet não pode recorrer ao asqueroso recurso de traffic shaping

De um modo geral, o conceito de neutralidade da rede parte do princípio que, ao não se levar em consideração a origem, o destino ou o conteúdo de um pacote de dados, seja possível acabar com práticas como cobranças extras por serviços específicos ou priorização de um material em relação a outro. Na prática, isso quer dizer que o provedor de internet não pode recorrer ao asqueroso recurso de traffic shaping, no qual ele decide se deixa o seu acesso a um determinado item mais lento ou rápido – dependendo dos interesses da própria empresa.

É bom para você, mas ruim para eles

Embora a iniciativa possa acabar com planos de dados móveis como os que dão acesso livre ao Facebook, WhatsApp e Twitter, por exemplo, há um consenso geral de a mudança é extremamente positiva para o consumidor final, que deixa de ser um “refém” das companhias que, além de proverem acesso à internet, também produzem conteúdo – ou estão associadas de alguma maneira a parceiros que exercem esse tipo de atividade.

O atual comissário do FCC prometeu brigar contra qualquer lei ou decisão que atrapalhe investimentos, inovações e criação de empregos

Pai, no entanto, acredita piamente que esse conjunto de regras pode afetar negativamente o mercado, trazendo “aumento no preço das conexões, menos velocidade, uma redução na expansão da rede, menos inovação e menor oferta de opções para o público”. Repetindo temas comuns dentro do Partido Republicano, o atual comissário do FCC prometeu brigar contra qualquer lei ou decisão que atrapalhe investimentos, inovações e criação de empregos.

A dúvida é: será que Pai, outros representantes republicanos e as companhias do setor de telecomunicações norte-americano – todos opositores da neutralidade da rede – estão defendendo os interesses da população ou a boa e velha maximização de lucros? Deixe a sua opinião sobre o tema mais abaixo, na seção de comentários.

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