Análise: smartphone Samsung Galaxy S6 [vídeo]

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O Galaxy S6 representa um novo marco para a Samsung. Pelo menos essa é a expectativa da empresa, que atualmente mantém a liderança no mercado de smartphones, mas viu seu reinado ameaçado em 2014. O novo top de linha da companhia chega às lojas com visual completamente renovado, trazendo novidades que podem dividir opiniões entre os consumidores.

O novo Galaxy S6 não tem mais bateria removível, não tem entrada para cartão micro SD e não é mais à prova d’água. O acabamento do aparelho, cuja qualidade foi bastante questionada no passado, agora utiliza os melhores materiais possíveis. Além disso, o posicionamento da empresa no mercado também mudou. A ideia agora é se colocar como um modelo premium, que oferece um visual diferenciado além do hardware potente.

Será que vale a pena investir o seu dinheiro no Android mais caro da atualidade? Isso é o que nós vamos descobrir agora nesta superanálise, onde destrinchamos tudo o que você precisa saber sobre o Galaxy S6. Nesta análise, utilizamos dois modelos de Galaxy S6: a versão na cor azul foi cedida por empréstimo pela Samsung. Já a versão na cor branca foi cedida pela loja Cissa Magazine.

Samsung Galaxy S6: especificações

  • Sistema operacional: Android 5.0.2
  • Tela: Super AMOLED de 5,1 polegadas com proteção Gorilla Glass 4
  • Resolução de tela: 2560x1440 pixels
  • Densidade de pixels: 577 ppi
  • Chipset: Exynos 7420
  • CPU: quad-core Cortex-A53 de 1,5 GHz + quad-core Cortex-A57 de 2,1 GHz
  • GPU: Mali-T760MP8
  • RAM: 3 GB
  • Armazenamento: 32 GB, 64 GB ou 128 GB (não expansível) – inicialmente no Brasil só está à venda o modelo de 32 GB
  • Câmera traseira: 16 megapixels (com foco automático, flash LED e estabilização óptica de imagem)
  • Câmera frontal: 5 megapixels
  • Bateria: lítio-íon de 2.550 mAh (não removível)
  • Dimensões: 14,34 cm (altura) x 7,05 cm (largura)
  • Espessura: 0,68 cm
  • Peso: 138 gramas
  • Cores: branca, preta, dourada e azul
  • Preço oficial: R$ 3.299

DESIGN

Esqueça tudo aquilo que você conhece da linha Galaxy em termos de design. Dê adeus à construção com materiais mais simples e ao visual com aspecto frágil, que muitos consumidores reclamaram em modelos anteriores. Aquela ideia de um smartphone top de linha com preço compatível com os demais Androids do mercado também ficou para trás. O novo Galaxy S6 chega às lojas renovado e com um visual que remete inegavelmente a outros dois aparelhos: o iPhone 6 e o Sony Xperia Z3.

As laterais ganharam um acabamento de metal, com linhas curvas e arredondadas. Na lateral direita estão os controles de volume e na lateral esquerda está o botão power e a entrada para SIM card (nano). O corpo único do aparelho agora mantém a carcaça vedada, não sendo possível remover a bateria. Também não há uma entrada para cartão micro SD. Detalhes em plástico aparecem nas partes superior e inferior.

Na parte frontal, o tradicional botão Home foi mantido intacto, servindo também como sensor de impressões digitais. Aliás, o leitor foi aumentado e aprimorado: agora não é preciso mais deslizar os dedos sobre o botão para desbloquear o aparelho, basta encostar no botão para que o comando seja imediatamente reconhecido. A saída de áudio está localizada na parte de baixo do celular, assim com a entrada micro USB para recarga.

A parte traseira foi completamente renovada. Em vez do plástico, o novo smartphone agora tem acabamento de vidro, mais especificamente o Gorilla Glass 4. Ainda na parte de trás, destaca-se uma saliência que abriga todo o conjunto da câmera traseira. Estão disponíveis modelos em quatro cores: branca, preta, dourada e azul.

A usabilidade do produto é um dos aspectos que merece destaque. Em relação ao modelo anterior, a espessura foi reduzida de 0,81 cm para 0,68 cm, o suficiente para torna-lo perceptivelmente mais fino. Mesmo com os novos materiais utilizados na sua construção sendo mais pesados, o conjunto final é 7 gramas mais leve do que o do Galaxy S5.

Manusear o aparelho é uma experiência agradável. Sua pegada é firme e o tamanho de tela – 5,1 polegadas – parece ser um intermediário perfeito entre os atuais modelos que variam em sua maioria entre 4,5 e 5,5 polegadas. A pegada é confortável e o equipamento transmite uma sensação de elegância e resistência. Sem dúvida, este é o aparelho mais bonito já fabricado pela Samsung.

HARDWARE

Testes de benchmark

Para a realização desta análise, submetemos o Samsung Galaxy S6 a cinco aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 5, Basemark X, GFX Bench (T-Rex HD Offscreen) e Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

Nos testes de benchmark, o Samsung Galaxy S6 se saiu muito bem, obtendo números expressivos em praticamente todos os aplicativos. Confira os quadros comparativos em cada um dos testes.

3D Mark (Ice Storm Unlimited)

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs de aparelhos com sistemas diferentes. Desse modo, fatores como resolução do display não afetam o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • Samsung Galaxy S6 – 21.846
  • Samsung Galaxy Note 4 – 19.680
  • Motorola Moto Maxx – 21.238
  • Motorola Novo Moto X – 19.436
  • OnePlus One – 18.996
  • Apple iPhone 6 Plus – 17.846
  • Apple iPhone 6 – 17.493
  • Sony Xperia Z3 – 17.178
  • LG G3 – 15.711
  • Samsung Galaxy S5 – 12.691

AnTuTu Benchmark 5

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 5 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • Samsung Galaxy S6 – 62.741
  • Samsung Galaxy Note 4 – 48.685
  • Motorola Moto Maxx – 47.137
  • Motorola Novo Moto X – 43.893
  • OnePlus One – 44.603
  • Apple iPhone 6 Plus – 49.807
  • Apple iPhone 6 – 49.118
  • Sony Xperia Z3 – 39.348
  • LG G3 – 36.400
  • Samsung Galaxy S5 – 43.208

Basemark X

O Basemark X tem como foco principal mensurar a qualidade gráfica dos dispositivos. Baseado na engine Unity 4, o app aplica testes de alta densidade, mostrando qual dos aparelhos se sai melhor na execução de jogos. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • Samsung Galaxy S6 – 38.758
  • Samsung Galaxy Note 4 – 29.372
  • Motorola Moto Maxx – 31.537
  • Motorola Novo Moto X – 25.412
  • OnePlus One – 25.665
  • Sony Xperia Z3 – 24.492
  • LG G3 – 14.697
  • Samsung Galaxy S5 – 18.273

GFX Bench (T-Rex HD Offscreen)

O GFXBench é um aplicativo de testes multiplataforma que analisa o poder de processamento gráfico e computacional dos aparelhos. A API gráfica utilizada é o OpenGL ES e os testes se dividem em várias categorias diferentes. Para que seja possível comparar aparelhos de sistemas diferentes utilizamos os testes sinalizados como “offscreen”, em que a resolução de todos os testes é travada em 1080p internamente. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • Samsung Galaxy S6 - 58
  • Samsung Galaxy Note 4 – 37,7
  • Motorola Moto Maxx – 42,1
  • Motorola Novo Moto X – 27,5
  • OnePlus One – 28,2
  • Apple iPhone 6 Plus – 44,3
  • Apple iPhone 6 – 42,6
  • Sony Xperia Z3 – 27,6
  • LG G3 – 21,9
  • Samsung Galaxy S5 – 26,4

Vellamo Mobile Benchmark

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

HTML5

  • Samsung Galaxy S6 – 5.034
  • Samsung Galaxy Note 4 – 4.679
  • Motorola Moto Maxx – 3.792
  • Motorola Novo Moto X – 3.477
  • OnePlus One – 3.146
  • Sony Xperia Z3 – 2.796
  • LG G3 – 2.953
  • Samsung Galaxy S5 – 1.768

Metal

  • Samsung Galaxy S6 – 2.663
  • Samsung Galaxy Note 4 – 1.846
  • Motorola Moto Maxx – 1.796
  • Motorola Novo Moto X – 1.656
  • OnePlus One – 1.586
  • Sony Xperia Z3 – 1.555
  • LG G3 – 1.385
  • Samsung Galaxy S5 – 1.247

Desempenho

O Galaxy S6 marca o início de uma nova geração. Isso não significa que ele seja pioneiro ou algo assim, apenas coincide que o seu clico de atualização é o primeiro a se iniciar entre todas as grandes fabricantes. Dessa forma, sempre que é lançado o celular top de linha da família Galaxy acaba reinando sozinho em benchmarks por alguns meses até a chegada dos concorrentes às lojas.

Desta vez não é diferente. A novidade aqui é que a empresa sul-coreana resolveu optar por um processador de fabricação própria, o Exynos 7420, em vez de seguir com a evolução natural da linha Snapdragon, da Qualcomm. A escolha parece ter sido acertada. Somado a 3 GB de RAM, o desempenho do Galaxy S6 em nada deixa a desejar. Nos testes de benchmark, por exemplo, o aparelho venceu com folga na maioria dos aplicativos a que foi submetido.

Porém, números em testes não querem dizer nada se na prática a situação for diferente. Felizmente não é o caso aqui. Em todos os testes de usabilidade que fizemos, o aparelho se saiu muito bem. Se os celulares top de linha disponíveis na atualidade já são capazes de rodar praticamente tudo que há na Play Store, um aparelho com hardware ainda melhor não é muito diferente disso.

Jogos pesados, aplicativos de redes sociais, recursos de multitarefa com dois apps abertos de forma simultânea e transição entre um app e outro. Tudo isso rodou de forma satisfatória e não temos absolutamente nenhum ponto negativo digno de menção. Vale destacar que esses resultados forma observados com uma semana de testes e, com o passar do tempo de uso, pode haver uma queda natural no desempenho. Contudo, acreditamos que ela não seja significativa a ponto de comprometer a qualidade do produto por um bom tempo.

Comparando diretamente com o Galaxy S5, é notória a evolução. O novo celular abre aplicativos mais rápido, permite a troca entre eles com mais agilidade e se mostra mais estável em todos os momentos, sem atrasos no tempo de resposta aos toques. Durante o uso, mensuramos a temperatura externa do Galaxy S6 e raramente ela passou dos 40º C – número que está dentro de parâmetros normais de uso. Contudo, o metal das laterais dá a sensação de que o calor é maior do que o que realmente acontece, mas isso não chegou a incomodar em nenhum momento.

Tela

Se é verdade que a primeira impressão é a que fica, a impressão que você terá ao ver a tela Super AMOLED de 5,1 polegadas do Galaxy S6 é a melhor possível. O aparelho agora chegou à resolução de 2560x1440 pixels – a mesma do LG G3 e do Moto Maxx – o que resulta em uma densidade de pixels de impressionantes 577 ppi. Contudo, diferente dos seus concorrentes, a Samsung tem a tecnologia Super AMOLED a seu favor e isso faz uma boa diferença.

Não é exagero nenhum afirmar que o Galaxy S6 tem o melhor display entre os celulares já lançados. E isso pode ser percebido com muita naturalidade em um ambiente escuro. Com as luzes apagadas, filmes e séries parecem mais nítidos, com índices altos de contraste que resultam em belas imagens.

Graças à alta densidade de pixels, praticamente não há pixelização nas imagens. Ver uma foto no display do celular, por exemplo, pode impressionar pela riqueza de detalhes. Os níveis de controle de brilho são igualmente satisfatórios. Mesmo quando o aparelho é visto de ângulos desfavoráveis, praticamente não há distorção de cor ou perda de qualidade no conteúdo visualizado.

Sob a luz do sol o resultado também é agradável. O índice de reflexos sobre a tela é baixo e com o brilho ajustado corretamente você poderá conferir qualquer app sem muita dificuldade. A sensibilidade ao toque é a melhor possível. A camada oleofóbica é eficaz e permite que o deslizar dos dedos seja suave sem empecilhos. Entre todos os recursos do aparelho, possivelmente a tela é onde está o melhor trabalho da Samsung.

Bateria

Quando as especificações do Galaxy S6 foram anunciadas, ficamos com um pé atrás no quesito bateria. Em relação ao Galaxy S5, a capacidade de bateria diminuiu, passando de 2.800 mAh para 2.550 mAh. Além disso, a tela, um dos pontos que costuma consumir muita energia, teve a sua resolução aumentada de forma significativa.

Em nossos testes o desempenho foi apenas razoável e, em alguns momentos, inferior ao do Galaxy S5. A versão Lollipop do Android, somada ao processador Exynos 7420, fazem um bom trabalho, reduzindo o consumo de energia a ponto de fazer que, mesmo com menos carga, a duração de bateria seja praticamente a mesma da de um aparelho com 250 mAh a mais de carga.

Em uso moderado o celular aguentou bem um dia normal na minha rotina de trabalho. Saindo de casa às 9h para o trabalho e retornando somente por das 21h, a carga se manteve entre 15 e 25%, um número de certa forma razoável. Já para um uso mais intenso, não há como não ter um carregador sempre por perto. Não é um resultado ruim, mas também não é um resultado bom.

Inegavelmente há evolução aqui, já que o celular faz mais com menos carga. Entretanto, no dia a dia do consumidor, isso se reflete com uma autonomia de bateria igual ou inferior e dá aquela sensação de que a Samsung regrediu nesse quesito. Por fim, vale mencionar o sistema de recarga rápida, que é capaz de levar o aparelho de 0 a 50% de carga em apenas 30 minutos.

Áudio

A Samsung decidiu investir um pouco mais nos fones de ouvido que acompanham o Galaxy S6. E o resultado disso é que provavelmente você está diante de um dos melhores fones de ouvido já disponibilizados juntamente com um celular no mercado. O novo modelo tem um visual semelhante ao dos que vem acompanhados no iPhone (basta dar uma olhada nas fotos e você verá que é impossível não fazer essa comparação).

Entretanto, o acabamento final parece ser do mesmo nível ou até mesmo superior do que o modelo comercializado pela Apple. O fone de ouvido da Samsung é emborrachado e se mostra bastante anatômico, tanto para aqueles que preferem os fones tradicionais quanto para aqueles que se adaptam melhor aos modelos intra-auriculares. A sensação de conforto durante o uso é constante.

Além dos fios no estilo flat (aparentemente mais resistentes) ele conta ainda com controles de volume e microfone, permitindo que você controle a intensidade do som sem precisar tirar o celular do bolso. Além disso, você poderá receber ligações ou conversar com seus amigos com muita tranquilidade sem necessariamente ter que tocar no celular.

Se nesse quesito o aparelho surpreende, o mesmo não se pode dizer do speaker. Ele não é estéreo, e pode ser considerado apenas razoável. Com o volume configurado no máximo, o som se mostra agudo, porém levemente distorcido e com alguns chiados. Esse aspecto em momento algum será um incômodo, mas o resultado final destoa do conjunto premium que a Samsung pretende oferecer.

Por fim, vale mencionar a ausência de Rádio FM, recurso que costumeiramente agrada os usuários brasileiros. Se você preza por essa funcionalidade, o Galaxy S6 não é o celular ideal para sua escolha.

Câmera

Com 16 megapixels e uma abertura de f/1.9, a câmera do Galaxy S6 ganhou melhorias significativas em relação ao seu antecessor. O sensor utilizado é o IMX240, fabricado pela Sony, o mesmo presente no Galaxy Note 4. O conjunto de hardware aliado às melhorias de software tornou a câmera traseira do smartphone digna de respeito.

O tempo de ativação da câmera bem como o tempo de disparo também foi reduzido consideravelmente. Na parte de software há opções de ajustes manuais de itens como ISO, exposição e foco manual. A utilização, entretanto, é um pouco mais restrita do que a presente nos softwares dos smartphones LG G4 e Lumia 930, por exemplo.

O resultado de tudo isso está entre os melhores que já vimos na câmera de um smartphone. Fotos nítidas, com baixo índice de ruídos e com balanço de cores bastante adequado. Ver as imagens na tela Super AMOLED do aparelho também valoriza a qualidade final, mas mesmo quando passamos as fotos para o PC o resultado ainda pode ser considerado acima da média.

O Galaxy S6 consegue ainda capturar vídeos em 1080p a 30 ou 60 fps e vídeos a 720p a 120 fps. Vale a menção ainda para os excelentes resultados que podem ser obtidos em fotos tiradas em ambientes cuja luminosidade é baixa. A qualidade final das imagens certamente coloca a câmera traseira do aparelho entre as três melhores disponíveis no mercado.

A câmera frontal, com 5 megapixels de resolução, suporta ainda o modo HDR, o que garante imagens com melhor definição. Obviamente a qualidade aqui é inferior à da câmera traseira, mas ainda assim dentro da média dos tops de linha.

SOFTWARE

Interface

Em termos visuais, a interface TouchWiz é praticamente a mesma que você está acostumado a ver há pelo menos uns dois anos. Entretanto, felizmente, desta vez as modificações de software feitas pela Samsung parecem ter surtido efeito e ela está mais leve e consumindo menos RAM. Isso não significa que ela chegou em um ponto ideal, mas é nítida a evolução de um ano para cá.

Muitos itens foram refinados nos menus e nas telas de configuração, mas somente olhares mais atentos vão notar essas modificações. O ponto mais interessante está “sob o capuz”, ou seja, no código da interface. Em nossos testes o consumo de RAM não ultrapassou os 1,5 GB com o aparelho ocioso. Em um primeiro momento pode parecer muito, mas não é devido ao fato que ele aloca parte da memória para que alguns apps possam ser ativados rapidamente.

Quando eles são ativados, essa memória em uso passa para outro recurso, mantendo um nível que, mesmo em momentos em que o celular é mais exigido, o consumo não supere os 2,3 GB  de RAM. Na prática, os 3 GB permitem que o aparelho trabalhe com uma boa sobra e, com isso, evite possíveis engasgos ou travamentos.

Ativar a câmera, por exemplo, é uma tarefa que demora menos de um segundo para ser executada, mesmo que o smartphone esteja bloqueado. Essa rapidez é mérito não apenas do hardware, mas também da boa otimização de software que a empresa fez. Em outras palavras, parece que usar um chipset de fabricação própria fez bem ao produto final.

Apps embarcados

A Samsung sempre foi conhecida por entulhar os seus smartphones com muitos aplicativos desnecessários, alguns deles ainda sem a possibilidade de desinstalação, deixando menos espaço útil para o consumidor. Esse pensamento tem mudado nos últimos lançamentos e encontrou o seu melhor cenário no Galaxy S6.

O número de softwares embarcados, excetuando-se os serviços-padrão do Android, não passa de quinze e é possível desinstalar praticamente todos eles. Entre eles há boas novidades como uma suíte de aplicativos da Microsoft, que inclui os apps Skype, OneDrive e OneNote. Outro software interessante é o SmartManager, que permite gerenciar o consumo de RAM, limpando processos ativos em segundo plano.

Outra possibilidade que deve agradar em cheio o consumidor brasileiro é o gerenciador de temas. Por meio da loja de aplicativos da Samsung, é possível baixar dezenas de temas gratuitos e aplicar com muita facilidade ao smartphone, tornando o visual dele único e personalizado.

Sensor de digitais

Outro item que teve uma evolução considerável foi o sensor de impressões digitais. Se no Galaxy S5 ele foi motivo de muitas críticas, no Galaxy S6 a experiência de uso beira a perfeição: basta encostar o dedo sobre ele para que as digitais sejam reconhecidas e o comando em questão seja confirmado.

Além dos recursos tradicionais, de bloqueio e desbloqueio da tela, há também agora o Samsung Pay, que permite fazer pagamentos digitais via PayPal utilizando o sensor de digitais como item de verificação de autenticidade. Para os brasileiros, ao menos por enquanto, esse recurso deve ter pouca serventia, já que praticamente não há lojas que aceitem forma de pagamento como essa por aqui.

Galaxy Gifts

Os consumidores que adquirirem um Galaxy S6 terão como benefício ainda alguns apps e a utilização de licenças de serviço de forma gratuita. As novidades podem ser acessadas por meio do widget Galaxy Gifts, pré-instalado no aparelho. A lista inclui apps e jogos, cujo valor ultrapassa facilmente os US$ 100. Confira quais são os benefícios:

  • Kindle - 1 ebook grátis por mês
  • Evernote - 6 meses da versão premium
  • Endomondo Sports - 6 meses da versão premium
  • The Hobbit: Kingdoms of Middle-earth – extras para uso no game
  • Shazam – versão sem publicidade
  • Parallels Access – 6 meses de assinatura grátis
  • The New York Times – 3 meses de assinatura gratuita
  • Hancom Office 2014 – versão gratuita do app
  • The Economist – 6 meses de assinatura grátis
  • Pocket – 6 meses da versão premium
  • Audiobooks – 3 meses de assinatura grátis
  • Workout Trainer – 6 meses da versão pro
  • VSCO Cam – 10 temas gratuitos
  • Life360 – versão gratuita do app
  • Dragons of Atlantis – extras e 5 mil em ouro para uso no game
  • Pac-man Friends – 30 cerejas grátis para uso no game
  • LastPass Passwords – 6 meses da versão premium
  • Keepy – 6 meses de uso ilimitado
  • Magisto – 3 meses de assinatura da versão Pro HD
  • Flesky – app gratuito

RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO

Esse talvez seja o ponto mais delicado de avaliação na análise do Galaxy S6. Inegavelmente, o celular é um dos melhores, se não for o melhor, Android do mercado nesse momento. Seu acabamento premium é algo que faz com que ele se destaque dos demais e não há dúvidas de que a maioria dos consumidores terá uma boa experiência com o smartphone. Entretanto, será que investir R$ 3.299 em um celular é um bom negócio?

Sabemos que o custo de produção de um aparelho como esse é consideravelmente menor. Entretanto, a ideia da Samsung é posicionar o seu produto como um celular premium, onde o consumidor paga a mais pelo design e pelo status de poder tê-lo em suas mãos. Isso não tem nada a ver com o produto ser bom ou ruim, mas sim em como a empresa quer ser vista no mercado.

Sendo assim, ao comprar um Galaxy S6 saiba que você está levando para casa o Android mais caro do mercado. Possivelmente, em linhas gerais ele é melhor do que os seus concorrentes diretos – ao menos foi o que os nossos testes indicaram. Entretanto, isso não significa que um aparelho que está abaixo dele não seja capaz de fazer as mesmas coisas com tanta eficiência quanto o novo modelo da Samsung.

Não há nada que um Galaxy S6 faça que um Moto Maxx, LG G3 ou Xperia Z3 deixe de fazer, por exemplo. Entretanto, há melhorias como evolução de hardware e materiais de melhor qualidade na construção que justificam, talvez, que ele custe um pouco mais – mas não tanto assim, já que a diferença de preço oficial, ao menos no lançamento, é que quase R$ 1 mil.

Comprar um Galaxy S6 no exterior é algo para ser analisado bem. O preço da versão de 32 GB nos EUA é de US$ 749 mais taxas de lá (em média 8%). Isso totaliza cerca de R$ 2,3 mil com a cotação atual do dólar. Caso você não pague imposto sobre a importação, esse cenário pode ser um bom negócio. Com os impostos o valor ficaria mais alto do que comprar o celular por aqui.

Pelo fato de o Galaxy S6 ser o primeiro grande lançamento com Android de 2015, é natural que ele seja o melhor no início dessa nova geração. Aparelhos como LG G4 e Xperia Z4, ainda indisponíveis, devem chegar ao mercado e se equiparar a ele, diminuindo a distância do Galaxy S6 com a concorrência. Contudo, não sabemos quais serão os seus preços finais.

Em resumo: comprar um Galaxy S6 agora é pagar a mais pelo fato de ser um early adopter (usuário que compra um produto logo no seu lançamento). É muito provável que em três meses o preço do aparelho caia cerca de 20 a 30% nas lojas, o que o tornaria mais interessante. Agora, se você está disposto a arcar com os custos de design e status envolvidos no produto, não há dúvidas de que fará um bom negócio, pois qualidade não falta ao S6.

ACESSÓRIOS

A Samsung também investiu em uma nova linha de acessórios para o Galaxy S6, incluindo cases, carregadores wireless e fones de ouvido. Todos os itens são vendidos separadamente e ainda não têm data para chegar às lojas ou preço final definido. O primeiro deles é o tradicional case Flip Cover, já conhecido de gerações passadas da linha Galaxy. Ele estará disponível nas cores cinza, amarela, laranja, azul clara, dourada e azul escura. A capa protege tanto a parte traseira do produto quanto a tela, pois conta com um recorte que permite utilizar o recurso S View.

Em parceria com marcas conhecidas, há também os cases em formato tradicional, mas agora pertencentes ao projeto Designed for Samsung. A lista inclui nomes como Romero Britto, Burton, Kate Spade, Mont Blanc, Rebecca Minkoff e Swarovski.

Para quem busca um carregador sem fio a alternativa é a Base de carregamento wireless da Samsung. Disponível nas cores preta e branca, ela tem formato circular e permite que o usuário recarregue a bateria do seu aparelho sem a necessidade de usar nenhum tipo de cabo conectado ao aparelho.

Por fim, a empresa está lançando ainda uma linha de headphones Bluetooth. Segundo a Samsung, os modelos têm bateria com capacidade de até 11 horas de uso. Os fones da linha Level estarão disponíveis nas cores azul, prateada, vermelha e azul escura. O design diferenciado é uma das apostas da empresa nesse acessório.

VALE A PENA?

Não há sombra de dúvidas que o Galaxy S6 é o melhor trabalho que a Samsung já fez em um smartphone até hoje. E dizer isso para uma companhia que colocou tantos modelos distintos no mercado é um elogio e tanto. Entretanto, o preço a se pagar por esse bom trabalho talvez seja alto demais.

Acompanhando as mudanças no visual e o hardware mais poderoso, a Samsung decidiu mudar o posicionamento da marca em todo o mundo. A Samsung quer que o consumidor pague pelo status e pelo design do seu novo produto e, por conta disso, o Galaxy S6 acabou se tornando no Brasil o Android mais caro vendido nas lojas.

Em termos de hardware ele é hoje o mais potente disponível no mercado. Entretanto, os top de linha atuais dão conta do recado. Em outras palavras, é como se você tivesse dirigindo uma Lamborghini em um autódromo, mas não pudesse passar dos 150 km/h. É questão de tempo para que o preço baixe e para que os concorrentes lancem modelos capazes de concorrer diretamente com ele – LG G4 e Xperia Z4 devem ser os próximos da lista.

Por conta disso, esperar um pouco para comprar, por enquanto, é a melhor alternativa. Primeiro porque o preço deve baixar cerca de 30% já nos primeiros meses – basta pesquisar nas lojas online para encontrar algumas boas ofertas – e segundo que nesse período surgirão novas opções no mercado para que possamos fazer comparações melhores dentro desta mesma geração.

Se o alto valor não é um problema para você, não tenha dúvidas de que o Galaxy S6 será excelente em suas mãos. Tela de alta qualidade, hardware poderoso e câmera com qualidade acima da média são os principais destaques do produto. A bateria deixa um pouco a desejar não por não ter evoluído, mas sim por permitir uma autonomia similar à do Galaxy S5. Ao menos hoje, na data da publicação desta análise, o Galaxy S6 é o melhor celular Android que você pode encontrar.

FAQ

1 – O Galaxy S6 é à prova d’água?

Não. Diferente do Galaxy S5, que tinha certificação de resistência contra água e poeira, o Galaxy S6 não conta mais com esse recurso. Portanto, nada de molhar o aparelho.

2 – O Galaxy S6 é superior ao Galaxy Note?

Sim. Em termos de desempenho, o Galaxy S6 é mais rápido e mais potente do que o Galaxy Note. Entretanto, ambos dão conta com muita tranquilidade de qualquer app existente hoje na Play Store.

3 – A versão de 128 GB virá para o Brasil?

Segundo a Samsung, pelo menos por enquanto, a resposta é não. No Brasil serão lançadas apenas as versões de 32 GB e 64 GB. A empresa alega que não há demanda suficiente para os aparelhos de 128 GB por aqui.

4 – Ele esquenta muito quando está sendo usado ou carregando?

Notamos que o aparelho aqueceu um pouco nessas duas situações, quando recarregando ou executando aplicativos que requeiram grande capacidade de processamento. Entretanto, em nossos testes, a temperatura externa do aparelho não passou da marca dos 40 graus, valor normal e atingido por praticamente todos os modelos top de linha. Por sua construção de metal, a sensação de calor parece maior do que em aparelhos com corpo de plástico, mas não há motivos para se preocupar com isso.

5 – Quanto tempo leva para carregar a bateria do Galaxy S6?

O Galaxy S6 tem um sistema de supercarga que, quando carregado na tomada – usando o carregador fornecido com o aparelho – consegue ir de 0 a 50% em apenas 30 minutos. O restante da recarga é feita de forma mais lenta. Em nosso teste o processo foi concluído em cerca de 1h30 e 1h45.

6 – A tinta da borda da câmera traseira realmente descasca?

No aparelho que testamos esse fato não aconteceu. Entretanto, pelo fato de a borda da câmera ficar em contato com a mesa na maior parte do tempo, é possível que essa situação possa acontecer. Não temos como afirmar que vai ou não acontecer, mas há propensão para que isso ocorra.

7 – Vale a pena trocar o Galaxy S5 pelo Galaxy S6?

O Galaxy S6 é um aparelho premium, com acabamento e hardware melhores do que o seu antecessor. Entretanto, a diferença de preço é muito maior do que os benefícios práticos que você terá no dia a dia. Na prática, trocar um pelo outro não vai fazer tanta diferença assim. Ou melhor: até vai, mas a preço a se pagar por isso ainda não compensa.

8 – O Galaxy S6 tem Rádio FM ou TV Digital?

Não, o Galaxy S6 não é compatível com rádio FM ou TV Digital.

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