A história de League of Legends: Fase Beta e lançamento [parte 1]

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League of Legends é um dos títulos que o mercado de games não consegue mais ignorar. Sucesso no mundo inteiro e um dos grandes responsáveis por explodir o cenário de competições de eSport, o MOBA criado pela Riot Games é um fenômeno que é discutido por gamers, fãs, especialistas e competidores de todos os cantos do planeta.

Apesar de tudo isso, o jogo nem sempre esteve nos holofotes. Escondido entre as linhas etéreas do tempo está um início simples e modesto — uma ideia que se alinhou com a tendência dos MOBAs e que em pouco tempo cativou o interesse de desenvolvedores e de uma comunidade cada vez mais apaixonada e numerosa.

Na nova série "A história de League of Legends", o TecMundo Games fará uma viagem histórica em cada um dos períodos que marcaram este game. Do cenário profissional às curiosidades, convidamos todos para uma grande dose de nostalgia e de história nesse game amado por muitos. Senhoras e senhores, "bem vindos à Summoner's Rift"!

O início de tudo

League of Legends é um nome que automaticamente está associado à Riot Games. A empresa surgiu em 2006 na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, fundada por Brandon "Ryze" Beck e Marc "Tryndamere" Merril. O grande propósito dos dois era trazer jogos inovadores e focados no ambiente multiplayer.

O primeiro título, League of Legends, foi anunciado oficialmente pela empresa no dia 7 de outubro de 2008, mas ele já estava em processo de desenvolvimento desde meados de 2005. Inspirado pelo sucesso de Defense of the Ancients no Warcraft 3: Frozen Throne, a Riot Games trouxe dois dos grandes nomes que estiveram atrás do mapa: Steve "Guinsoo" Feak, que desenvolveu as primeiras versões do mod, e Steve "Pendragon" Mescon, responsável pelo site oficial de DotA — e acusado posteriormente de tentar boicotá-lo.

A fase Beta de League of Legends estreou no dia 10 de abril de 2009, se estendendo até o dia 26 de outubro do mesmo ano. No exato dia seguinte, League of Legends seria lançado oficialmente para PC, contando com 40 campeões e dois modos de jogo: o clássico "cinco-contra-cinco" em Summoner's Rift e um "três-contra-três" em Twisted Treeline.

Como era o jogo nessa época?

O mapa era extremamente colorido e cartunesco, beirando traços infantis e com batalhas pouco violentas. A interface era diferente da atual, sendo remodelada depois do lançamento oficial. Por consequência, o cliente oficial do game era muito mais simples, disponibilizando apenas uma função de busca por partida entre os jogadores e poucos adicionais, como lojas e customização de runas e talentos.

O contorno visual de alguns campeões também era menos caprichado, assim como os seus ícones. Um dos exemplos mais notáveis é Master Yi, que tinha pernas quase quadradas, pés bizarros e uma espada gigante e pouco detalhada. O mesmo acontecia com outros personagens, como Sion, Rammus, Ashe e muitos outros — todos que receberam novos modelos com o passar do tempo.

Mesmo no início das primeiras competições, os jogadores ainda descobriam como era a estratégia geral de League of Legends. A comunidade encontrava, pouco a pouco, as vantagens de cada uma das rotas e da selva. Com isso, as composições eram as mais loucas possíveis:

Topo: um campeão nesse local do mapa era focado em atingir poder no meio e no final da partida, sem a necessidade de se preocupar com as demais rotas. Tristana, Nidalee, Kennen e até Annie eram escolhidas para pressionar constantemente o adversário, muitas vezes sem teleporte.

Selva: poucos campeões foram criados no início do game com a ideologia de adentrar a selva. Warwick e Nunu eram os mais fáceis nessa função, mas Udyr e Amumu também eram escolhas comuns e com certa facilidade contra os monstros neutros e grande versatilidade para surpreender e “gankar” os adversários.

Meio: Vladimir dominou boa parte do período em seu lançamento, mas Ashe era uma escolha comum pela sua segurança e pela presença global com o seu famoso “ultimate”. Outros personagens também apareciam na rota, principalmente Miss Fortune e Heimerdinger.

O mapa era extremamente colorido e cartunesco, beirando traços infantis e com batalhas pouco violentas.

Atirador: Garen, Shen e até Sion eram escolhas comuns na posição onde hoje é ocupada por atiradores, principalmente para neutralizar o início de jogo frágil dessa rota. No entanto, Tristana, Miss Fortune e posteriormente Ezreal apareceriam como escolhas constantes para serem os carregadores de dano da partida.

Suporte: Janna, Taric, Sona e Morgana eram os suportes mais presentes. Nesse tempo, a função também carregava o falecido feitiço de “clarividência” para checar constantemente a selva inimiga e evitar a gank dos caçadores.

Curiosidades

— Não existia modo espectador nessa época. Para os primeiros torneios, a Riot Games providenciou um modo de “seis-contra-seis” em que o sexto integrante era o “observer” com dois feitiços de invocador exclusivos: o primeiro deixava ele invulnerável, imóvel e invencível na base, enquanto o segundo tirava a névoa de visão do jogador.

— Também não existia como pausar a partida. Caso algum jogador desconectasse por motivos técnicos, o jogo continuava normalmente com um a menos até ele retornar à partida. Inclusive em torneios presenciais, como foi o caso da World Cyber Games de 2010.

Os “bans” e “picks” das partidas eram feitos mediante o chat entre os jogadores. A sequência é a mesma até hoje, realizando as duas fases de escolhas de forma alternada.

— Você corria atrás do Master Yi o dia inteiro. E isso tinha até uma música temática.

O Ezreal curava com o “w”. Curava. Com o Fluxo Essencial. Isso mesmo. E era muito bizarro.

— Desbalanceado? Imagina! Havia um item extremamente recomendado para Sona e Udyr naquela época. O Innervating Locket, removido do jogo no final de 2010, recuperava 50 pontos de vida e 20 de mana para qualquer magia ativada pelo seu campeão. E ele tinha apenas uma recarga de três segundos — então imagine como ele funcionava bem nesses dois campeões!

— Primeiros profissionais: a Riot Games contratou um dos melhores jogadores da época para produzir conteúdo em vídeo para a empresa. O escolhido foi David "Phreak" Turley, ex-jogador profissional de Warcraft 3, e ele se mantém até hoje no game como comentarista profissional.

Partida de destaque

World Cyber Games 2010 North America: Counter Logic Gaming contra EPIK Gamer.  Narração em inglês.

A CLG foi a primeira equipe a vencer um campeonato de nível internacional de League of Legends. Ele aconteceu como um evento promocional na World Cyber Games 2010, trazendo um time dos Estados Unidos, um da Europa, um da China e um do restante da Ásia para essa disputa.

O primeiro time a rivalizar com a CLG não foi a TSM, curiosamente. Na seletiva norte-americana da WCG 2010, a Epik Gamer foi a equipe que confrontou alguns nomes conhecidos até hoje do cenário competitivo. Pela CLG, George "HotshotGG" Georgallidis já era a grande estrela, seguido por Michael "bigfatlp" Tang e o atual comentarista da Riot Games, Sam "Kobe24" Hartman-Kenzler.

A Epik Gamer, nos meses seguintes a essa perda, revelaria outros nomes de impacto até hoje no competitivo, como Zaqueri "Aphromoo" Black, Marcus "Dyrus" Hill, Yiliang "Doublelift" Peng e Hai "Hai" Du Lam.

A história de League of Legends

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Via TecMundo Games.

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