Como um design inteligente pode deixar o setor de gadgets menos saturado?

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Design voltado à praticidade. (Fonte da imagem: Reprodução/Hashlush)

Os avanços da tecnologia eletrônica têm caminhado a largos passos. Mas as funções de núcleo dos dispositivos vestíveis, sobretudo, passam hoje por caminhos estreitos: acontece que o design dos gadgets, ao contrário de seu software, parece não estar emparelhado com o “curso das águas”. Veja, por exemplo, a história dos relógios inteligentes.

Há de fato diferenças em termos de estilo e funcionalidades entre os modelos atuais e primitivos. Mas como o formato deles tem se adaptado ao modo de vida contemporâneo?

Sobre isso, Gadi Amit, um dos fundadores da NewDealDesign, tem muito a dizer. O executivo de uma das mais experimentais companhias de design da atualidade faz uso de um método pouco convencional de criação de produtos. “Parte do nosso método é contrário ao próprio design – você pensou nisso, mas que tal algo diferente?”, diz Amit.

Godi Amit, um dos fundadores da NewDealDesign. (Fonte da imagem: Reprodução/TheVerge)

A provocação feita pelo designer não é nada leviana: as críticas de Amit recaem pricipalmente sobre o curso atual da indústria de gadgets. Uma tela de tantas polegadas ou uma bateria com sempre mais carga é de fato algo útil às pessoas?

Design inteligente

“É um tema muito interessante. Há, obviamente, uma função central que deve ser desempenhada por um dispositivo, mas às vezes as qualidades humanas colocam alguns aspectos em xeque”, comenta o executivo. Amit refere-se, por exemplo, ao perfil dos aparelhos vestíveis da atualidade. De que forma displays e baterias maiores podem de fato suprir as necessidades do cotidiano de quem usa um smartwatch para checar compromissos?

Exemplo de aplicação de linhas sólidas e práticas em gadgets é a série Fitbit, cujo conceito foi desenvolvido justamente pela NewDealDesign. A linha de relógios inteligentes tem por objetivo caber literalmente no bolso de quem o carrega. “Os bolsos das calças de mulheres são geralmente menores”, observa Amit. Como então elas poderiam carregar gadgets grandes? “Queremos que os aparelhos sejam muito confortáveis, atendendo as necessidades do cotidiano e de trabalho [de cada pessoa]”, esclarece o designer.

Durabilidade

Além de pregar a elaboração de produtos cada vez mais adequados às particularidades de cada usuário, Amit fala ainda sobre o delicado tema durabilidade. É premissa tácita a noção de que a tecnologia eletrônica já chega às prateleiras do mercado obsoleta. Seria uma tentativa de fazer o consumidor comprar sempre cada vez mais? De qualquer forma, pode ser que estejamos prestes a vislumbrar novas políticas sobre o “tempo de validade” dos artefatos.

“É melhor usar algo por cinco anos do que comprar um objeto novo a cada mês”, pontua Amit. “Se você constrói algo que as pessoas gostam, pode ser que poucos ciclos de atualizações sejam aplicados sobre o dispositivo”, comenta novamente o designer. Então a durabilidade dos produtos aparece precisamente neste ponto: ao garantir o sucesso de um dispositivo no mercado, uma empresa vai coerentemente angariar fidelidade de público.

O problema apontado por Amit é algo notado com frequência por parte das mais diversas classes de consumidores: desfazer-se de um aparelho a cada ciclo é uma necessidade do mundo conectado. Este desapego se dá, em sua maioria, devido à incompatibilidade entre softwares – e não necessariamente entre hardwares. “Deveríamos nos consolidar enquanto indústria para um período de sete a dez anos, garantindo performance [satisfatória] dos dispositivos”, afirma o executivo em tom seguro.

Que tipo de gadget é ideal ao seu cotidiano? (Fonte da imagem: Reprodução/TheVerge)

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Amit acredita que, nos próximos anos, será comum vermos pessoas com dez aparelhos de uma mesma base (relógios inteligentes, smartphones ou qualquer outro gadget do tipo), mas com designs diferentes. O potencial de um produto inteligente é gigantesco. Contudo, a grande questão ainda persiste: “Como fazer com que design, hardware, software e serviços em nuvem permaneçam relevantes dentro de sete ou dez anos?”, questiona o executivo.

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