M. Night Shyamalan: por que os plot twists do diretor dividem opiniões?

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Imagem: IMDb/Reprodução

M. Night Shyamalan faz parte de uma geração de cineastas que participaram do renascimento do cinema. O ano era 1999, e o ainda novato diretor se apresentava ao mundo como um possível candidato ao novo mestre do suspense com o filme O Sexto Sentido, que conta com um plot twist lembrado até hoje.

Deixando o público sem conseguir respirar nos cinemas, apenas a condução do clássico filme já seria suficiente para que o cineasta indiano pudesse ser visto como uma espécie de Alfred Hitchcock daquela geração. Mas, então, o filme chega à sua sequência final e descobrimos que havia muito mais ali do que tínhamos imaginado inicialmente. Ao mesmo tempo, as pistas estavam lá o tempo todo. Um misdirection digno de grandes diretores!

Em O Sexto Sentido, o psicólogo Malcolm Crowe (Bruce Willis) leva um tiro nos minutos iniciais do filme. Depois, acompanhamos ele tentando tratar um garoto (Haley Joel Osment) que afirma ver e conversar com os mortos.

Ao longo do filme, Shyamalan deixa pistas, mas a verdade só é revelada quando o filme se encerra. Crowe estava morto e apenas o garoto conseguia vê-lo. Cabeças explodiram nas salas de cinema ao redor do mundo!

E o que aconteceu desde então com plot twists de Shyamalan?

Em Corpo Fechado, de 2000, parecia que ele ainda tinha controle absoluto da narrativa e de como fechar qualquer história com chave de ouro. O mesmo pode ser dito de Sinais, embora alguns críticos tenham o visto como um filme mais comercial. Mas o problema — ou, talvez, a maldição — de Shyamalan veio em 2004, com A Vila.

'A Vila'.'A Vila'.Fonte:  IMDb/Reprodução 

O filme mostrava um pequeno vilarejo isolado do mundo e assombrado por criaturas monstruosas. A Vila teve um marketing desenvolvido a partir da ideia de que o final do filme era chocante e não deveria ser revelado. E, com a expectativa, veio o primeiro grande tombo de Shyamalan. O final do filme foi bem anticlimático, já que é revelado que, apesar de tudo sugerir que o perigo na tal vila era real, não havia nada de perigoso ou misterioso — o extremo oposto do que o diretor fez em O Sexto Sentido.

Essa ideia de querer surpreender o público com plot twists acabou sendo deixada de lado pelo diretor. Seja pelas duras críticas de A Vila, ou por estar simplesmente cansado, Shyamalan foi mais discreto em suas tentativas seguintes, como em Fim dos Tempos, no qual o final é uma mera pontuação, sem trazer uma grande revelação ao filme.

Fragmentado também conta com uma tentativa de reviravolta, mas desta vez sem qualquer ligação direta com o que o filme em si já havia apresentado, servindo apenas para conectar a história com Corpo Fechado, criando assim um universo próprio do diretor.

Se Shyamalan decidiu aposentar o estilo de contar histórias que o consagrou como um dos grandes representantes da sua geração, ou se está tentando se reinventar de alguma maneira, ainda é cedo para dizer.

Tempo, seu filme que chegou aos cinemas do Brasil no dia 29 de julho, pode oferecer algumas pistas de para qual direção ele pretende caminhar. Mas independente disso, é inegável que seus filmes são sempre experiências interessantes, e que só se tornam melhores quando ele entrega a última peça de um bom quebra-cabeças nas sequências finais. Quem conseguiu assistir O Sexto Sentido no cinema, em 1999, que o diga!

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