Lindinhas: Netflix afirma que filme é crítica à sexualização precoce
Na campanha de lançamento do filme em agosto, a Netflix substituiu o cartaz original por outro onde as garotas aparecem em trajes provocantes

Por Jorge Marin
11/09/2020, às 14:21
)
Fonte: Netflix
Imagem de Lindinhas: Netflix afirma que filme é crítica à sexualização precoce no tecmundo
Em resposta a uma forte reação pública nas redes sociais contra uma suposta hiperssexualização de crianças no filme Lindinhas, a Netflix se manifestou hoje através de um comunicado divulgado na revista Variety. “Lindinhas é um comentário social contra a sexualização de crianças pequenas”, afirmou o porta-voz.
A declaração reforça a posição da diretora francesa Maïmouna Doucouré, que afirma que o filme faz justamente o contrário do qual é acusado nas mídias, ou seja, faz uma denúncia e uma crítica contra a exposição infantil.
Fonte: Netflix/Divulgação
A posição da Netflix
Em sua argumentação, a Netflix declara que Lindinhas “é um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que as meninas enfrentam nas redes sociais e da sociedade em geral durante sua fase de crescimento - e nós encorajamos qualquer pessoa que se preocupa com essas importantes questões a assistir ao filme".
A polêmica sobre Lindinhas não é nova, e teve início em agosto ainda no seu marketing de lançamento, ao mostrar no novo cartaz do filme as garotinhas em trajes e poses sensuais. Na época, a Netflix se desculpou pela peça publicitária e reconheceu estar “profundamente arrependida pela arte inadequada”.
Mesmo reconhecendo publicamente que o cartaz "não é ok e não representa o filme", a plataforma continuou recebendo críticas, que ficaram mais intensas após sua liberação no streaming na última quarta-feira (9). Naquele dia, a hashtag #cancelnetflix no Twitter ficou em primeiro lugar nos trending topics dos Estados Unidos.
A mensagem da diretora
Fonte: Netflix/Divulgação
O título continua disponível na plataforma. Relato autobiográfico, reconhece Doucouré, a trama mostra a garota Amy "navegando entre dois modelos de feminilidade - um representado pelas crenças tradicionais de sua mãe muçulmana e o outro pela companhia de dança 'Fofinhas'".
Amy acreditava que encontraria sua liberdade através da dança e de sua hiperssexualização". No entanto, questiona Doucouré, "isso é realmente a verdadeira liberdade?" Esse parece ser o grande questionamento do filme que, talvez por uma estratégia de marketing desastrada, não tenha chegado ao público.

Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.