Terror: conheça algumas curiosidades de 12 clássicos do gênero

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Filmes de terror existem desde a origem do cinema. De pequenas experiências de Georges Méliès, passando pelo cinema expressionista alemão na década de 1920, pelos monstros da Universal e depois da Hammer até O Exorcista e O Iluminado, alguns filmes buscam mexer com o psicológico do público, trabalhando sempre o que há de mais essencial no gênero: o medo.

Mas há muito mais por trás dessas produções do que apenas bons sustos e uma história que deixa o público com pesadelos por semanas. Muito do que vemos é resultado de mudanças de última hora ou de problemas técnicos. Conheça agora algumas curiosidades sobre alguns dos principais filmes de terror do cinema.

O Iluminado

(Fonte: IMDb/Reprodução)
(Fonte: IMDb/Reprodução)

Começando pela clássica adaptação de um dos livros mais conhecidos de Stephen King, O Iluminado é uma das maiores referências quando o assunto é terror; menos para o próprio King. Na verdade, ele reconhece que o filme tem momentos excelentes, mas nunca negou ter ficado desapontado com Stanley Kubrick por causa das mudanças feitas na história original.

O autor do livro também não gostou da escolha de Jack Nicholson para o papel principal. Isso porque, para King, o ator já estava associado à imagem de maluco, seja pela atuação dele no filme, seja pelo papel em Um Estranho no Ninho. King achou que seria importante que o público visse Jack Torrance se tornar maluco ao longo da história, e não logo no começo.

Outra curiosidade envolve o diretor, que teria escrito as páginas em que aparece a frase "Muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um bobão". Embora não tenha como saber se o diretor realmente foi o responsável, nos extras do DVD existe uma imagem dele escrevendo parte do texto, o que faz sentido, afinal Kubrick era conhecido pelos seus exageros.

O Exorcista

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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O Exorcista também se destacou por ter sido o primeiro filme do gênero a ser indicado ao Oscar, na cerimônia de 1974. E não apenas em uma ou duas categorias, mas em dez, incluindo Melhor Filme, Direção, Atriz e Ator. O longa levou as estatuetas de Melhor Roteiro Adaptado para William Peter Blatty (que é também o autor do livro) e Melhor Trilha Sonora.

Outro detalhe pouco conhecido é que, embora não seja nomeado ao longo do filme, o demônio que toma posse de Regan MacNeil é Pazuzu, o rei dos demônios na mitologia assíria e babilônica.

O Babadook

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Falando em William Blatty, o escritor admitiu ter ficado com medo de O Babadook. Um dos grandes títulos de terror do século 21, o longa ganhou enorme publicidade após o autor de O Exorcista ter escrito em sua conta no Twitter a seguinte mensagem: "Eu nunca vi um filme mais aterrorizante do que The Babadook. Isso vai assustá-lo tanto quanto me assustou".

Tubarão

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Tubarão consegue assustar sem precisar se prender demais a um vilão. O tubarão só é mostrado para valer depois de 1 hora e 20 minutos de projeção. Mas a explicação não é devido a uma abordagem de roteiro. Na verdade, o tubarão utilizado no filme era uma construção mecânica que raramente funcionava, o que obrigou o diretor, Steven Spielberg, a utilizar outras formas de conduzir o longa, evitando mostrar o predador.

Outra mudança ao longo da produção foi no fim da história. No roteiro, o tubarão deveria ser morto com ferimentos de um arpão, mas Spielberg percebeu que deveria ser mais empolgante e decidiu explodir o vilão.

O Enigma de Outro Mundo

(Fonte: IMDb/Reprodução)
(Fonte: IMDb/Reprodução)

O Enigma de Outro Mundo é um dos maiores clássicos na filmografia do mestre do terror John Carpenter. Em uma das cenas mais impactantes, Dr. Copper tenta reviver Norris com um desfibrilador, mas, quando o médico faz pressão com o equipamento, o peito de Norris se abre e os braços de Copper são devorados por uma boca que está dentro do corpo.

A cena foi feita utilizando um homem que realmente havia perdido os dois braços abaixo do cotovelo em um acidente. O mestre dos efeitos especiais, Rob Bottin, criou a estrutura do restante do braço, que ao ser pressionada pelos dentes do monstro causou o efeito visto no filme.

Psicose

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Psicose foi perturbador quando chegou aos cinemas. Para mostrar o sangue no ralo, na clássica cena de assassinato, Hitchcock utilizou xarope de chocolate para simular a consistência do líquido. Outro detalhe é que esse foi o primeiro filme a mostrar um vaso sanitário nos Estados Unidos.

Mas talvez o que realmente tenha impactado o público tenha sido o vilão, Norman Bates. E isso tem um motivo. O personagem foi inspirado em um dos mais terríveis serial killers dos EUA: Ed Gein. Na verdade, Bates foi apenas uma das figuras que o assassino inspirou. Dele também vieram as ideias para O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes. E isso já fala muito sobre quem ele foi.

Carrie, a Estranha

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Enquanto estava selecionando o elenco para o filme, Brian De Palma não conseguia ver a atriz Sissy Spacek como a protagonista. O diretor foi convencido a deixá-la fazer o teste por insistência de Jack Fisk, diretor de arte da obra e marido da atriz. No fim, o cineasta ficou satisfeito com a interpretação de Spacek e aceitou que ela fosse a estrela.

A atriz ainda surpreendeu o cineasta ao dizer que queria fazer a cena final, quando Sue Snell visita o túmulo de Carrie e as mãos da personagem morta saem da terra. Spacek exigiu que fosse enterrada para poder gravar a cena.

O Bebê de Rosemary 

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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O clássico de Roman Polanski deu muita dor de cabeça ao cineasta devido aos constantes desentendimentos com o ator John Cassavetes. Mia Farrow, protagonista do longa, escreveu na sua autobiografia que os dois quase partiram para a agressão física em alguns momentos da filmagem. Coube à atriz Ruth Gordon se envolver na briga e acalmar a situação para que os trabalhos pudessem continuar.

A Bruxa de Blair

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Um filme que causou muito impacto ao ser lançado foi A Bruxa de Blair. E muito disso se deve ao fato de poucas pessoas saberem sobre o que a história se tratava exatamente, incluindo os atores. Para aumentar o clima de confusão, a equipe técnica deixava parte do roteiro de cada personagem escondida em um canto da floresta, e eles iam até o local com a ajuda de um GPS. Quando chegavam, podiam ler as instruções mínimas para seguirem com as filmagens. Eles também eram estimulados a improvisar sempre que possível, desde que não deixassem de seguir as indicações básicas.

Brinquedo Assassino

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Começar um filme falando que o roteiro é baseado em uma história real já não causa mais tanto impacto, mas em 1988 ainda era um recurso que ajudava a aumentar o clima de terror. Embora poucas pessoas saibam, Brinquedo Assassino se beneficiou desse marketing.

Robert Eugene Otto, um pintor que viveu nos Estados Unidos, afirmou que em 1909 um dos servos de sua família fez um ritual vodu com um dos seus brinquedo de infância. Depois disso, o boneco passou a caminhar pela casa, derrubar os móveis e conversar com Otto, até que foi trancado no sótão. Quando novos moradores chegaram ao local, também relataram que fenômenos estranhos aconteciam com o brinquedo.

Pânico

(Fonte: IMDb/Reprodução)
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Embora Scream (grito, em inglês) seja um excelente título para um filme de terror e tenha a ver com o que acontece em Pânico (título no Brasil), o longa quase foi lançado com outro nome. A ideia original era Scary Movie (filme assustador, em inglês), mas foi mudado graças à música "Scream", de Michael Jackson. O nome foi utilizado pela paródia lançada em 2000, Todo Mundo em Pânico.

Outra curiosidade envolvendo o filme é que Drew Barrymore deveria ficar com o papel de protagonista. A atriz sugeriu mudar para subverter a ideia de que uma atriz famosa não faria um papel em que a personagem morre na cena inicial. Depois de convencer os produtores, Neve Campbell assumiu como protagonista.

Halloween

(Fonte: IMDb/Reprodução)
(Fonte: IMDb/Reprodução)

Para terminar em clima de Dia das Bruxas, nada como um grande filme de terror de John Carpenter. Halloween foi o responsável por popularizar o subgênero slasher, com assassinos que não param até matarem suas vítimas e normalmente têm o rosto deformado ou utilizam máscaras. Mas a icônica (e inexpressiva) máscara de Michael Myers não foi desenvolvida para o longa.

Para diminuir os custos, a opção foi comprar uma máscara barata em uma loja de brinquedos. A escolhida foi uma com o rosto do Capitão Kirk, de Star Trek, e a equipe de efeitos especiais só precisou pintá-la de branco. E assim nasceu uma das faces mais memoráveis do terror.

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