Hackearam o Switch e o problema parece ser mais sério do que se imagina

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Depois de tanto tentar, parece que os hackers finalmente conseguiram: o ROM de boot do Nintendo Switch foi hackeado e acessado. Ao que tudo indica, depois de dois exploits que foram revelados de forma próxima um do outro, as pessoas finalmente ganharam acesso ao "núcleo" do sistema do Switch.

A façanha (não muito maneira) foi obtida através de intervenções de hardware, o que significa que um patch por parte da Nintendo não vão resolver muita coisa - apenas com uma revisão do chipset Tegra é possível eliminar a brecha. Os hackers já conseguiram rodar o Linux com suporte à aceleração 3D nos consoles e suporte também ao touchscreen.

Os responsáveis pela descoberta e exploração da falha de segurança já são conhecidos da comunidade: fail0verflow e Kate Temik. Cada um usou uma ferramenta diferente para ganhar acesso ao ROM de boot do console. Temik, inclusive, documentou tudo para explicar minuciosamente sobre a falha e, é claro, deixar que a Nintendo tome conhecimento disso - ou seja, tem uma finalidade honrosa aí também.

 

Inclusive, os dois hackers já entraram em contato com a Google, com a NVIDIA e com a Nintendo há algum tempo para falar sobre o problema. O próprio fail0verflow ia soltar o exploit no dia 25, mas com o vazamento do bootROM comprometido, resolveu se pronunciar antes.

Não é pirataria, mas ela pode ser inevitável

O grande ponto aqui é que o fail0verflow defende que a divulgação da descoberta desse tipo de falha é algo complicado de se fazer porque, em vez de incentivar a exploração de soluções homebrew (o parque de diversões dos programadores e hackers), logicamente isso acaba caindo nas mãos também de quem quer promover a pirataria.

"Dito isso, o bug do bootrom do Tegra é tão óbvio que múltiplas pessoas devem tê-lo descoberto agora; Na melhor das hipóteses, uma ferramenta liberada por outros times de homebrew é inevitável, enquanto na pior das hipóteses, um time de uma ferramenta de pirataria pode dar o primeiro passo", explicou.

"Há 90 dias, nós começamos o processo responsável de esclarecimento com a Google, já que os chips Tegra também são comuns em dispositivos Android. O prazo para esse esclarecimento já venceu. O bug vai a público mais cedo ou mais tarde (mais provável que seja cedo), então nós também vamos lançar nossa cadeia de boot Linux e a kernel tree, para deixar claro que fazemos isso pela diversão e pelo homebrew e nada mais".

Muito além do Switch

Uma das grandes preocupações é que, como fail0verflow explicou, outros dispositivos estejam expostos ao problema, visto que a brecha na segurança está no chipset Tegra.

O próprio Switch piratão ainda pode levar um tempo para aparecer, já que é preciso descobrir uma forma de inserir um código que rode no Switch OS. Por enquanto, o máximo que dá pra fazer é brincar com o Linux no console mesmo - o que, convenhamos, é bem maneiro.

Switch Jailbreak

Ainda assim, é questão de tempo até que o Switch OS corrompido surja e, quando isso acontecer, a Nintendo pode ter um problema sério nas mãos, principalmente no que diz respeito ao ambiente online. Isso porque a chegada de modders e cheaters é quase inevitável, além da inundação de pessoas com softwares piratas.

Nintendo já está trabalhando em solução

Do lado da Big N, os trabalhos já começaram tão logo as primeiras conversas com os hackers começaram. Uma especificação de um novo firmware do Switch já deu um indicativo que a companhia está preparando a vinda de um novo chipset Tegra T214 - inclusive com um aumento de RAM, indo para 8 GB.

Na parte de software, a Nintendo também está preparando algumas soluções provisórias que, se não vão impedir os hackers de virarem as plataformas atuais do Switch do avesso, pelo menos devem dificultar bastante o trabalho.

Quanto a parte da jogatina online e da pirataria, é possível também que a companhia encontre formas de impedir que consoles hackeados tenham acesso à rede online.

Mesmo assim, o que se sucede agora é uma corrida entre os hackers e a própria Nintendo: a cada solução encontrada pela empresa, é uma questão de tempo até que alguma alternativa de hacks seja lançada, que vai exigir outra solução, que vai incentivar outra alternativa e por aí vai.

O negócio é ficar de olho e ver como essa história vai se desenrolar.

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