Assistimos ao filme “Interestelar” — Indo onde nenhum homem jamais esteve

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Imagem: Divulgação/Warner Bros.

Não é de hoje que ouvimos o papo de que a Terra está com seus dias contados. A ganância do ser humano tem levado ao aquecimento global, isso tem prejudicado a natureza e tudo leva a crer que não teremos um futuro sólido neste planeta.

“Interestelar” se aproveita dessa ideia um tanto clichê, mas desenvolve uma história que vai ao infinito e além. O roteiro de Jonathan Nolan e Christopher Nolan cogita que nossa chance de sobrevivência pode estar em uma galáxia distante.

No papel principal temos o ator Matthew McConaughey (que você já deve ter visto em “Clube de Compras Dallas”) que guia quase toda a trama e contracena com Anne Hathaway (de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”) e Michael Cane (de “A Origem”).

A ideia já vende muito bem e os atores envolvidos no projeto já seriam motivo suficiente para convencer muita gente a conferir o longa-metragem nos cinemas, mas é claro que nós vamos dar mais alguns bons motivos para você não perder esse filme por nada.

Nada de spoilers nesta crítica

Antes de dar continuidade às considerações, quero deixar claro que, por conta da trama complexa, não vamos entrar em detalhes sobre o roteiro do filme. Os parágrafos abaixo são dedicados apenas aos aspectos mais técnicos, portanto você pode ler sem medo, pois sua experiência não será prejudicada.

Ideias geniais, mas um pouco atropeladas

A primeira coisa que é preciso colocar em pauta é a questão da duração do filme. Esta ficção espacial tem 2 horas e 50 minutos de duração. Parece muito, mas, considerando tudo que o filme pretende contar, é pouco.

O script tenta abraçar muita coisa e acaba faltando tempo para contar tudo nos mínimos detalhes. É possível que fique uma ou outra lacuna, mas isso não vai atrapalhar em nada o entendimento da trama.

É bem provável também que os roteiristas tenham deixado esses espaços justamente para provocar o debate e deixar dúvidas no público. Isso já aconteceu em filmes anteriores do Nolan e não seria diferente agora.

Uma coisa boa no filme é que ele não tenta ser apenas mais uma ficção com teorias mirabolantes, sendo também uma obra que mostra as relações entre os seres humanos e como isso pode se dar no futuro.

Ambientação pé no chão

Não é definida com exatidão a época em que a história do filme se passa, deixando o público na suposição de que estamos em um futuro não muito distante. Justamente por conta disso, o filme não tem tecnologias de outro mundo.

Os carros ainda são comuns, os laptops ainda são exatamente como conhecemos e não há grandes novidades nas viagens espaciais. Para poder sair do nosso planeta, os cientistas usam algumas ideias mais sensatas do que naves que possam viajar na velocidade da luz.

Há, contudo, um ou outro elemento tecnológico que dá coerência à ideia de que já somos capazes de ir além de Marte com veículos tripulados. Os sistemas operacionais do filme e até alguns robôs já contam com inteligência artificial capaz de entender perfeitamente os seres humanos, com direito a diálogos complexos e até mesmo piadinhas.

As representações do espaço também foram muito bem programadas e dão argumentos para que o filme se sustente. Além disso, muito do que é mostrado fora de nossa galáxia deixa o público com esperança de que realmente possa haver esperança lá fora. Palmas para Hoyte Van Hoytema que fez um excelente trabalho na composição dos cenários!

Atuações excepcionais, direção magnífica

Conforme já comentei, esta obra não pretende ser apenas um relato sobre uma viagem espacial. Há muito mais a ser contado e nesse ponto as capacidades do elenco são colocadas à prova. É claro que talentos como os de McConaughey, Cane e Hathaway não deixam a desejar.

Todavia, com o desenrolar dos fatos, acabamos ficando surpresos com as atuações. Cada um tem papel-chave na trama e a história fica mais emocionante quando os atores se entregam de verdade ao roteiro. Mesmo atuando em ambientes fictícios, os atores são os grandes responsáveis por nos levar a lugares tão distantes.

Também não podemos deixar de comentar sobre a incrível direção de Chritopher Nolan. Não é querer idolatrar o cineasta, mas ele realmente faz por merecer. Com uma grande experiência e um olhar singular para ficções ousadas, ele é a pessoa ideal para um projeto dessa magnitude. “Interestelar” é uma obra de arte e Nolan é a mente por trás do resultado.

Uma nova odisseia no espaço

É quase que impossível não relacionar o novo filme de Nolan com o clássico de Kubrick e, ainda que as tramas sejam completamente diferentes, não tenho dúvidas de que no futuro “Interestelar” possa ficar conhecido como a nova odisseia no espaço.

O filme é emocionante do começo ao fim. Parte da empolgação passada ao público se deve à trilha sonora ímpar de Hans Zimmer. O compositor que já trabalhou com Nolan em inúmeros outros projetos mostra novamente seu talento. As músicas passam toda a sensação do futuro sufocante, deixando a plateia com os olhos fixos na tela.

“Interestelar” chega hoje (6 de novembro) aos cinemas de todo o Brasil. Vale conferir em IMAX este que pode ser considerado um dos melhores filmes do ano. Você vai sair surpreso ao descobrir que a verdade está lá fora!

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