Estrelas 'bailarinas' têm encontro explosivo marcado em sistema raro

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A cerca de 8 mil anos-luz da Terra, duas estrelas dançam em conjunto, e, ao mesmo tempo em que uma delas comanda os passos e suga a energia de sua parceira, revelando seu núcleo, a outra exerce poder sobre a mais agitada. Ambas fazem parte de um sistema binário Wolf-Rayet, extremamente raro e que, eventualmente, entrará em colapso – justo no momento em que as duas se encontrarem, selando um encontro explosivo.

Mathieu Renzo, do Centro de Astrofísica Computacional do Flatiron Institute (EUA), explica ao Popular Science que esta é a primeira vez na qual um conjunto do tipo foi visualizado pela humanidade. Batizado de Apep, é composto por corpos celestes extremamente quentes e brilhantes. Enquanto eles giram, criam ventos estelares que viajam a 1% da velocidade da luz, responsáveis pela nudez dos objetos e, também, pelo halo de poeira a seus redores.

Antes, pensava-se que o halo se expandisse na mesma velocidade do vento. Entretanto, pesquisadores da Universidade de Sydney descobriram que não e que isso acontecia com apenas um quarto dela, desafiando a lógica. Para desvendar o fenômeno, decidiram criar modelos matemáticos com base em milhares de imagens capturadas ao longo de três anos pelo Very Large Telescope, no Chile.

Valsas universais

Primeiramente, foi necessário 'limpar' as imagens para que o Apep fosse visto com mais clareza. Assim, detalhes do sistema, livre de toda a luz emitida por outros corpos estelares, se revelaram. Por exemplo, as bailarinas são de 10 a 15 vezes mais massivas que o Sol e 100 mil vezes mais brilhantes.

Entre tantas curiosidades, os cientistas declaram que enxergamos a estrela central somente "de cima" e observamos apenas um de seus polos, o que explica a diferença de velocidade dos ventos e da poeira, pois a última sai do equador dela. "É muito especial", diz Yinuo Han, líder do estudo.

Caso os modelos estejam corretos, quando ambas se encontrarem, haverá uma explosão intensa de raios gama, que, se apontada para a Terra, acabaria com a camada de ozônio e a vida. Este, felizmente, não é o caso, e novidades interessantes podem surgir do que vemos agora.

De acordo com Renzo, seremos capazes de entender melhor a vida das estrelas – e, claro, até onde vai a dança delas.

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