Cientistas desenvolvem analgésico que pode ser alternativa aos opioides

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Pesquisadores franceses desenvolveram uma “nanodroga” que pode funcionar como uma alternativa aos opioides, conforme estudo publicado na revista Science Advances. Os cientistas, que trabalham com neurociência e neurofarmacologia nas Universidades Paris-Sud e Paris Descartes, apresentaram um analgésico que replica algumas das ações dos remédios baseados em ópio, mas não trazem os riscos de uso abusivo.

Basicamente, o medicamento usa compostos que acionam os mesmos receptores que os opioides. A diferença é que a droga desenvolvida pela equipe mira diretamente na área em que o desconforto está acontecendo, enquanto remédios como morfina são direcionados ao cérebro – por isso, há maiores chances de vício. Até agora, eles testaram o composto em ratos que sofriam com dor nas patas e obtiveram resultados animadores: a nanodroga não apenas se mostrou mais efetiva, como também teve um efeito prolongado quando comparada aos opioides.

Um dos grandes problemas em desenvolver alternativas aos analgésicos opioides se refere à capacidade de uma droga cruzar a barreira entre cérebro e sangue, dentre outras limitações. Como o medicamento criado pelos pesquisadores franceses segue um caminho diferente, direcionando-se ao sistema nervoso periférico, ele age diretamente sobre as áreas em que o paciente está com dor. Isso também elimina o efeito de entorpecimento do corpo inteiro que costuma vir junto aos analgésicos opioides.

Os cientistas ressaltam que ainda são necessárias outras investigações antes de a droga poder ser testada em humanos, mas que os resultados se mostram promissores.

A epidemia de abuso de opioides já é uma realidade em países como os Estados Unidos, criando uma preocupação acerca de sua utilização mesmo com prescrição médica. No caso do Brasil, o problema não chegou à mesma escala, mas os dados de pesquisa publicada na revista AJPH, da Associação Americana de Saúde Pública, indicam um aumento de 465% na venda de opiáceos e opioides no país entre 2009 e 2015. Os pesquisadores brasileiros se basearam em informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para chegar aos resultados. 

Fontes

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