Cemitério de metal: o que acontece quando um avião é aposentado?

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Centenas de milhares de voos ocorrem todos os anos no mundo inteiro, transportando pessoas das mais variadas nacionalidades. Se pararmos para pensar em números, é uma quantidade enorme de viagens para cada aeronave. Portanto, fica a pergunta: o que acontece com os aviões mais velhos e datados? São descartados? São reciclados? Existe vida após aposentadoria para essas máquinas?

Neste mini vamos contar um pouco do acontece com as aeronaves depois que o exército ou as companhias aéreas trocam as frotas ou afastam um veículo que não está mais em condições de voar, pois pode oferecer riscos aos passageiros ou complicações inesperadas.

Cemitério de aviões

Um asilo para os vovôs dos céus

Uma das coisas que talvez não seja conhecido pela maioria das pessoas é que as companhias aéreas precisam pagar valores altíssimos para manterem os seus aviões nos hangares dos aeroportos, além do preço de manutenção rotineira. Por conta disso, as aeronaves sem utilização causam prejuízo e são realocadas para espaços específicos para equipamentos velhos.

Por conta disso, as empresas realocam os veículos aéreos para grandes estacionamentos a céu aberto que ficam em lugares menos úmidos para não estragar os componentes. Nesses locais, os aviões ficam em repouso e servem para serem reciclados, terem as peças reaproveitadas para outras aeronaves (como em um desmanche) ou até mesmo para ficarem estacionados como um “backup” de emergência.

Avião em espera em um dos cemitérios de aeronaves

O maior motivo deles irem para um lugar separado é o valor, que é vezes e vezes mais baixo que o de um hangar. Caso a empresa não queira gastar, é possível vender os veículos como sucatas para que os materiais utilizados possam ser reciclados.

Velhos, mas não mortos

Quando uma aeronave for realocada para um cemitério de aviões (que está mais para asilo), isso não significa necessariamente que os veículos deixaram de circular os céus. Conforme supracitado, muitos deles podem receber um tratamento especial para ficar de prontidão para voar, caso seja necessário.

É um preço adicional que pode ser inserido no aluguel do espaço para que alguém faça a manutenção constante dos aparatos. Os maiores ferros-velhos do mundo estão localizados nos desertos americanos, contando com milhares de aviões parados ou sendo dissecados.

Quando os veículos chegam nas áreas mais quentes, eles recebem um tratamento que adiciona uma camada extra de uma pintura que protege a carcaça do sol intenso e previne que o interior fique abafado com o calor. Alguns outros cuidados são tomados também, como encher os tanques de gasolina com um tipo de óleo pesado que protege as partes motoras – além de evitar possíveis acidentes.

Helicóptero militar abandonado

Nos EUA, grande parte das aeronaves datam da era da guerra do Vietnã ou posterior. A cada quatro anos – período aproximado – os aviões são levados para um hangar onde são avaliados e verificados para ver se não há nada errado.

Quando os veículos são de origens militares, a equipe se encarrega de checar se não há nenhum tipo de conteúdo perigoso, como assentos ejetáveis e munição de alto calibre sobrando por ali. Veja os maiores locais de aviões aposentados do mundo:

1 – Davis-Monthan Air Base em Tucson (Arizona, EUA)

2 – Mojave Air & Space Port na California (maior parque de jatos comerciais abandonado dos EUA)

3 – Aeroporto International Murtala Muhammed em Lagos (Nigéria)

4 – Central Aerodrome em Moscou (Rùssia)

5 – Helicópteros e aviões abandonados na área de Chernobyl (Ukrânia)

E no Brasil?

Apesar de os maiores cemitérios de aviões estarem no Estados Unidos, isso não quer dizer que o Brasil faça diferente. A maior diferença é que as aeronaves não são armazenadas em grandes desertos, mas sim em locais próximos aos dos aeroportos.

Em Cumbica e Viracopos, por exemplo, há uma área reservada especificamente para isso, mas que são usadas raras vezes. Os últimos aviões que estavam por lá eram o da antiga Vasp, que decretou falência em 2008 e usou o saldo para diminuir as dívidas – cada avião foi comprado por cerca de R$ 100 mil.

Apesar de serem vendidos os veículos não estavam mais em condições de voo pela falta de manutenção e algumas peças quebradas. Diferente dos Estados Unidos, as aeronaves geralmente são vendidas para colecionadores ou para empresas que reciclam o material aeronáutico.

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