Projeto quer usar smartphones para estudar raios cósmicos de alta energia

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Dois físicos da universidade da Califórnia, Daniel Whiteson, de Irvine, e Michael Mulhearn, de Davis, estão à frente de um projeto cujos planos são de usar os smartphones das pessoas para estudar os raios cósmicos da mais alta energia.

Quem quiser colaborar com o projeto deve se inscrever no site da Crayfis (raios cósmicos encontrados com smartphones, na sigla em inglês) e baixar um aplicativo para Android, iOS 7 ou iOS 8.

"Quando raios cósmicos atingem a atmosfera, eles produzem uma grande quantidade de partículas de menor energia, como uma chuva que se espalha por quilômetros", diz a página do projeto. "Os raios da mais alta energia produzem as maiores 'chuvas', mas, infelizmente, são os mais raros. Somente um detector com uma superfície grande pode observar essas misteriosas partículas".

A ideia é, em vez dez usar detectores dedicados, ter um monte de localizadores em um aparelho commodity: os smartphones. As câmeras desses aparelhos possuem sensores CMOS, do mesmo tipo que é usado para detectar partículas no Grande Colisor de Hádrons (LHC). Há mais de 1,5 bilhão de celulares inteligentes no mundo.

Astrofísicos anônimos

O aplicativo funciona como um protetor de tela. Quando o telefone está conectado a uma fonte de energia e a tela se apaga, o aplicativo começa a coletar dados. Essas informações podem ser usadas em um artigo científico, e todos aqueles que ajudarem serão creditados como coautores do trabalho.

Os cientistas sabem que as partículas de alta energia existem. A primeira foi detectada no Novo México em 1962 e, mais recentemente, se teve notícias de uma no Observatório Pierre Auger, na Argentina. Eles querem estudar os raios cósmicos de energia extremamente alta, muito mais potentes que as partículas que o LHC pode produzir.

"Isso significa que há algo no espaço", diz Whiteson. "Algum objeto desconhecido capaz de gerar partículas de muito, muito alta energia". Ao analisar a distribuição da chuva de partículas detectada pelos telefones, os astrofísicos podem aprender mais sobre os raios cósmicos de grande energia que produziram o fenômeno.

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