Huawei planeja contra-ataque a restrições do Brasil no 5G

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A Huawei não pretende ficar parada esperando que seja excluída dos processos de implementação de infraestrutura 5G no Brasil após o anúncio do governo de apoio à Clean Network. De acordo com matéria do jornal O Globo, a empresa, que tem 40% de participação no mercado nacional, já está se preparando para entrar na justiça – o que pode atrasar (ainda mais) o leilão previsto para abril ou maio de 2021, a exemplo do ocorrido na Suécia. O veículo ainda indica que uma fonte ligada à chinesa lamenta o cenário, mas que a companhia não medirá esforços para se defender.

O governo do país asiático também se manifestou a respeito do caso, cuja embaixada afirmou que a Clean Network "é discriminatória, excludente e política. É de fato uma 'rede suja', e sinônimo de abuso do pretexto da segurança nacional por parte dos EUA para promover guerra fria tecnológica e bullying digital" – citando, ainda o esquema de espionagem global revelado por Edward Snowden em 2013, empreendido pelos Estados Unidos.

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Embaixada chinesa citou esquema de espionagem dos EUA revelado por Snowden.Embaixada chinesa citou esquema de espionagem dos EUA revelado por Snowden.Fonte:  Reprodução 

Operadoras brasileiras estariam ao lado da Huawei, e Fabro Steibel, diretor executivo do centro de pesquisa ITS Rio, aponta que problemas podem estar à vista: "Se o Brasil barrar a Huawei, a telefonia para, porque mais da metade da infraestrutura de rede hoje é baseada em equipamentos deles. Além disso, o preço dos serviços subiria. Eles estão na cobertura de redes 2G, 3G e 4G."

Flavia Lefrève, especialista em telecomunicações, indica algo semelhante: "Grande parte dos equipamentos e redes da Vivo e da TIM são da Huawei. Uma restrição aos chineses implica custos para as empresas e adaptação de infraestrutura."

Grande parte da infraestrutura no Brasil é da Huawei.Grande parte da infraestrutura no Brasil é da Huawei.Fonte:  Pixabay 

Motivação ideológica

Restrições à Huawei devem ser postas até o fim do ano, ainda na gestão de Donald Trump, diz, ainda, O Globo, apontando uma fonte do governo brasileiro não revelada. Caso Biden adote uma postura diferente, mais as coisas se complicam. Além disso, o Gabinete de Segurança Institucional já estaria trabalhando em novas políticas de segurança.

"É legítimo um país proibir determinado provedor, mas quando há evidências de riscos à segurança nacional, que não existem ainda. Ao contrário, as tecnologias da Huawei já são amplamente utilizadas pelas teles brasileiras sem problemas. A adesão à Clean Network é motivada por um raciocínio ideológico", ressalta Luca Belli, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A Huawei, por sua vez, não se manifestou publicamente.

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Fontes

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