A velocidade da internet ao redor do mundo em 2010

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O ano era 2000 e o Baixaki acabava de nascer. Naquela época as conexões de internet chegavam a “incríveis” 56 Kbps (ao menos no Brasil), e o todo mundo tinha um nível de paciência acima do normal.

O download de um simples jogo com tamanho de 20 MB demorava um pouco mais de uma hora. Baixar músicas era a grande febre da época, porém todos estavam à mercê das conexões discadas e realizar o download de duas ou três músicas era uma tarefa lenta.

Dez anos depois podemos olhar para o passado e ver a incrível evolução da internet. Operadoras de telefonia agora oferecem conexões do tipo “ultrabanda larga”, as quais podem chegar à surpreendente velocidade de 100 Mbps (aproximadamente 1,8 mil vezes mais rápidas do que havia no ano 2000).

Esta realidade não é concreta no Brasil e não há como generalizar e afirmar que as conexões banda larga são acessíveis a todos. Pensando nisso, aproveitamos algumas estatísticas de grandes órgãos que monitoram a internet e resolvemos montar um artigo informativo para você ficar por dentro de alguns quadros que mostram as diferenças entre os principais países.

Velocidade das conexões

Algumas pessoas pensam que no Japão e nos EUA todos têm conexão de 100 Mbps, contudo nossa visão é um pouco distorcida devido aos boatos espalhados diariamente. Ainda que em Chattanooga (cidade do Tennessee, EUA) já esteja disponível — para residências — a conexão de 1 Gbps, isso não significa que a realidade americana seja exatamente esta.

Uma surpresa para todos...

Superando as expectativas de todos, a Coreia do Sul detém as conexões mais rápidas do mundo. E segundo o site da CNN (maior rede de notícias dos EUA) não somente as velocidades na Coreia são mais atrativas, mas os preços são muito mais baixos e fazem do país asiático o primeiro do ranking.

Surpreendentemente o Japão não fica entre os primeiros colocados, contudo é um país que oferece conexões de velocidades aceitáveis para a população que possui ótimo poder aquisitivo. Evidentemente, a velocidade média ilustrada no infográfico não representa as melhores conexões do país, que possui planos bem acima dos 20 Mbps. O Japão ainda tem ótimas referências quanto às conexões de banda larga móvel (a empresa Emobile ofere conexão de 42 Mbps).

Alta velocidade até no celular

O Brasil tem uma realidade bem diferente, mas considerando a condição de “país emergente” podemos agradecer por uma marca tão expressiva nas estatísticas mundiais. O resultado de 4 Mbps pode não parecer muito animador, todavia tal marca exibe que o investimento no setor de telecomunicações do país está gerando bons resultados.

Você acha que é muito tempo esperar 12 horas para baixar um Blu-ray de 25 GB? Analisando o tempo necessário para baixar o mesmo arquivo na Bolívia (cerca de 91 horas), nota-se a diferença gritante entre nosso país e outros onde há escassez de tecnologia e baixo incentivo para aderir à internet banda larga.

Cidades privilegiadas

As velocidades de cidades específicas são surpreendentes, porém a média das conexões tende a diminuir conforme o tamanho do país, fato que explica por que a internet nos EUA fica com uma média “baixa”.

Talvez sua cidade não faça parte da elite...

Considerando um país onde aproximadamente 95% da população tem acesso a internet banda larga, não fica difícil compreender porque Masan (cidade da Coreia do Sul) é a cidade que acessa a internet com as conexões mais velozes, o que gera uma média de 40 Mbps.

As dez cidades com melhores conexões estão concentradas no Japão e na Coreia do Sul. Vale lembrar que tais dados são referentes ao primeiro trimestre de 2010, sendo que novas estatísticas podem inserir outras cidades no gráfico.

Tempo para realizar downloads

Um bom modo de comparar a velocidade da internet em diversos países é utilizar arquivos de grande tamanho e calcular o tempo necessário para baixá-los. Não falando em gigabytes, mas em terabytes. É evidente que poucas pessoas possuem um disco com tanto espaço e dificilmente você vai encontrar um arquivo na internet para efetuar a análise, contudo um espertinho da Bélgica realizou o teste.

Muita velocidade, pouco conteúdo para baixar

Efetuando a comparação, para baixar um arquivo com mais de 2 terabytes na cidade de Fortaleza, seria necessário aguardar “apenas” 24 dias para que este fosse completado. Ninguém baixa um arquivo de tamanha grandeza, mas esta comparação evidencia que é perfeitamente possível realizar o download de uma quantidade absurda de arquivos por mês.

Os moradores da cidade de Lusaka (Zâmbia) já têm um problema maior, pois esta cidade é a que consegue a maior média de acesso no país. E o resultado chega a impressionar, pois seria preciso aguardar quase três anos para completar o download do arquivo em questão.

Já imaginou se este teste fosse realizado com uma conexão de 40 Gbps? Esta velocidade realmente existe (em Jönköping, na Suécia) e foi utilizada em uma residência para testes (também está em funcionamento em um evento no país). Só para constar, se o mesmo arquivo de 2,6 TB fosse baixado em tal conexão, seria necessário apenas onze minutos para a conclusão do download. Fantástico, não?

A internet em porcentagem por região

Apesar de a grande rede mundial ter sido inventada nos EUA, ela se espalhou pelo mundo com uma facilidade incrível. Atualmente são raríssimos os países que não possuem acesso à internet (de modo liberal, onde todos os cidadãos podem ter acesso). Contudo, muitas regiões possuem poucos usuários conectados, como já visualizamos no infográfico.

A internet não está presente em todo o planeta

Apesar de a Coreia do Sul e o Japão terem incríveis velocidades e boa parte da população desses países terem acesso a conexões de banda larga, apenas 21% do continente asiático conta com internet de alta velocidade. Isso ocorre porque existem outros países na Ásia com velocidades bem menores, como é o caso da China, que é enorme e muito populosa, fato que altera totalmente a estatística.

A América Latina fica em 4º lugar, com aproximadamente 34% de conexões do tipo banda larga. Tal detalhe não reflete a realidade brasileira, onde já há mais da metade da população com acesso às linhas ADSL.

A África é o continente que possui o menor nível de acesso à internet banda larga. Com meros 10% e velocidades que chegam a ser bem inferiores ao restante do mundo, nota-se a falta de recursos de alguns governos do continente africano.

A verdade nua e crua

A difusão da internet banda larga ainda não é viável em muitos países, principalmente por conta dos preços abusivos. O Brasil é um exemplo notável, onde há cobrança absurda por um serviço que deveria ser acessível aos consumidores.

E tal situação não é exclusiva no Brasil, sendo que em tantos outros países não há incentivo do governo e as empresas que ofertam as linhas não têm como vender um produto por um valor justo, afinal, algumas populações ainda não contam com computadores residenciais.

Países como a Coreia do Sul tiveram um processo contrário, em que os habitantes tiveram ajuda para adquirir computadores e as operadoras receberam apoio do governo para a instalação de conexões de alta velocidade.

Os EUA passaram por uma ocasião diferente: o avanço da internet ficou estagnado e já faz alguns anos que os preços dos planos de internet continuam os mesmos. Ainda que a velocidade média do país seja razoável, é uma surpresa para muitos saber que a nação que inventou a internet tenha conexões com um quarto do que existe na Coreia do Sul e tenha preços duas vezes maiores.

Outro fator que deve ser levado em conta não está relacionado à velocidade, mas à necessidade real que os usuários têm de uma conexão ultraveloz. No caso do Brasil, temos de analisar que muitas pessoas ainda estão utilizando internet discada e outras estão entrando no mundo da banda larga, porém há consumidores que desejam o máximo e nem mesmo com 100 Mbps estariam satisfeitos.

Acontece que como já comprovado, em um mês com uma internet de 10 Mbps é possível baixar mais do que 2 TB de dados. E considerando que poucas pessoas possuem discos com tanto espaço disponível, fica uma questão em aberto para nós utilizadores. Afinal, é necessário optar por conexões cada vez mais velozes?

Evidentemente, quando falamos de locais onde há muitos computadores acessando a internet, não há por que pensar na contratação de um plano de baixa velocidade, visto que é preciso contemplar a usabilidade diária de cada computador. Já os usuários domésticos devem avaliar seriamente as tarefas que realizam na internet, pois de nada adianta pagar um alto valor por uma conexão que baixe tudo em poucos segundos e durante o resto do mês fique ociosa.

Qual a velocidade da sua internet? Na sua opinião o Brasil deve aderir às conexões superiores aos 10 Mbps?

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