5 motivos para considerar a Apple uma vilã

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Falar de tecnologia de ponta e não citar a Apple é uma tarefa impossível. Nos últimos anos, a companhia tem conquistado uma série impressionante de sucessos, o que lhe rendeu em maio deste ano o posto de marca mais valiosa do mundo.

A empresa é tida em tão alta conta que, basta sair um novo rumor sobre um de seus aparelhos para que isso se torne uma notícia que repercute em todos os sites de tecnologia do mundo. Porém, assim como acontece com a rival Google, o sucesso da companhia não veio somente de ações consideradas boas para os usuários ou bem vistas do ponto de vista ético.

Neste artigo, listamos alguns dos motivos pelos quais a Apple, se não é exatamente o grande vilão do mundo da tecnologia, também não pode ser colocada no lado dos mocinhos. Lembre-se de que o objetivo não é demonizar a companhia, é simplesmente destacar informações que geralmente acabam deixadas de lado.

Condições trabalhistas pouco agradáveis

(Fonte da imagem: Switched)O calcanhar de Aquiles da empresa de Steve Jobs tem um nome: Foxconn. Apesar de a companhia chinesa também produzir componentes para a Sony, Hewlett-Packard e Dell, o que a tornou mundialmente conhecida foi o fato de ser responsável pela fabricação de grande parte das peças que constituem o iPhone e o iPad.

Infelizmente para a Apple, a Foxconn tem acumulado um histórico de vários suicídios entre os funcionários, o que obrigou a companhia em investir em redes de segurança para evitar que outras pessoas tentem pular de cima das plantas de fabricação. Somente em 2010, foram mais de 10 trabalhadores que saltaram para a morte.

Apesar de a companhia anunciar investimentos na melhoria das condições de trabalho, parece que pouco mudou nesse sentido – o último caso de suicídio aconteceu em julho deste ano. Pelo que tudo indica, a situação só vai mudar quando a companhia terminar de introduzir 1 milhão de robôs em sua linha de produção, situação que deve diminuir o número de mortes mas aumentar o número de chineses desempregados.

A Apple não é fã de jornalistas

Nenhuma companhia gosta de ter seus planos secretos revelados, já que isso dá a oportunidade para a competição copiar rapidamente suas ideias. A empresa de Cupertino não é nem um pouco diferente, sendo famosa por proteger a sete chaves o design de novos produtos.

Porém, a Apple parece levar essa filosofia a extremos, chegando a processar veículos que divulgam informações confidenciais antes da hora. Exemplo mais evidente disso é a batalha que a companhia travou contra o site Gizmodo, responsável por revelar as primeiras fotos de um protótipo do iPhone 4 esquecido por um funcionário da companhia em um bar.

(Fonte da imagem: Apple)

Embora o site tenha sido considerado inocente das acusações feitas pela gigante de Cupertino, o veículo foi banido para sempre de todos os eventos realizados pela companhia. Prova de que a Apple não está disposta a manter boas relações com aqueles que se colocam no caminho de seus planos.

A Apple sabe onde você está

Em abril de 2011, foram reveladas informações de que a empresa de Steve Jobs coletava dados sobre a localização dos usuários sem o seu consentimento. Isso acontecia até mesmo quando os softwares responsáveis por tais ações estavam supostamente desligados. O que a empresa fazia com tais informações permanece um mistério até o momento.

Tal ocorrência rendeu uma multa de US$ 2885 para a empresa na Coreia do Sul, primeira punição feita à Apple por um órgão regulatório desde que as denúncias surgiram. A situação pode se complicar ainda mais devido ao processo coletivo que 27,8 mil sul-coreanos estão movendo contra a companhia devido à violação de privacidade.

Isso sem contar com os processos movidos por dois grupos norte-americanos, que alegam que certos aplicativos aprovados pela companhia transmitiam informações pessoais dos usuários a anunciantes terceirizados. Além de mais multas, isso pode render à companhia de Steve Jobs a suspensão de atividades em países como a Coreia do Sul, dependendo de como a batalha nos tribunais se desenvolver.

Proteção excessiva a produtos

Enquanto todos concordam que a Microsoft pratica concorrência desleal ao incluir cópias do Internet Explorer junto ao Windows, a Apple realiza ações semelhantes sem gerar qualquer tipo de crítica. Basta lembrar que, para usar o sistema operacional Mac OS X, por exemplo, é obrigatório possuir um computador com a marca da Maçã.

(Fonte da imagem: Apple)A integração intensa entre aplicativos como o Safari, Mail, iTunes, QuickTime, iCal e Time Machine não parece incomodar tanto as autoridades, embora seja praticamente impossível encontrar alternativas para plataformas Apple capazes de competir com tais produtos. Outro exemplo de proteção excessiva é a impossibilidade de os usuários do MacBook Pro e MacBook Air trocarem por si próprias as baterias dos dispositivos.

O exemplo mais evidente nessa área acontece na App Store, na qual a companhia de Steve Jobs não vê problemas em impedir a venda de produtos das concorrentes. O caso mais marcante dessa situação aconteceu com o Google Voice, que foi barrado sob a alegação de que o aplicativo oferecia opções de SMS e ligações, características que já eram padrões do iPhone.

Porém, a situação se complica quando se leva em conta que o Skype VoIP, bastante popular entre os usuários, oferecia as mesmas opções sem despertar a atenção do time de censores da gigante. Eventualmente, o aplicativo da Google foi liberado para download, não sem levantar suspeitas contra a falta de esportividade da Apple quando o assunto são produtos da competição. Da mesma forma, a companhia mantém a política de rejeitar aplicativos sem dar maiores explicações dos motivos aos desenvolvedores.

Preocupação exclusiva com lucros

Todos sabem que, pelo hardware oferecido, a Apple pratica preços maiores que a média do mercado. Isso não é exatamente um problema, já que tal política tem sido eficiente em manter a empresa como uma das líderes do mercado de tecnologia.

(Fonte da imagem: Apple)

As críticas vêm do fato de que a empresa não possui qualquer política de preços para países em desenvolvimento, e não demonstra qualquer interesse em participar de programas sociais ou em criar plataformas de inclusão digital.

A falta de preocupação social da empresa é alarmante, ainda mais quando se leva em consideração que ela não se importa em empregar mão de obra barata em países asiáticos, pagando aos seus funcionários salários que os impossibilitam de sequer sonhar em adquirir um MacBook ou uma versão recente do iPhone.

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