Review: Google Music

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Lançado em maio de 2011, durante a conferência Google I/O, o Google Music foi apresentado como uma plataforma capaz de mudar a forma como lidamos com a música na internet. Tarefa difícil, mas não impossível quando se pensa que o produto é feito por uma empresa que conquistou diversos sucessos durante sua história (e alguns poucos fracassos).

Atualmente restrito aos usuários dos Estados Unidos, embora seja possível contornar esse obstáculo – clique aqui para descobrir como - o Music trouxe consigo a promessa de facilitar o acesso a músicas a partir de qualquer plataforma.

Para conferir se o serviço realmente vale a pena, o Tecmundo fez um teste completo de todos os recursos disponíveis atualmente. Confira abaixo o veredicto e descubra se vale a pena correr atrás do Google Music ou se é melhor esperar pelo amadurecimento do serviço.

Aprovado

Music Manager

Apesar de ser baseado na nuvem, antes de acessar músicas pelo Google Music é necessário enviá-las a partir de uma unidade de disco. Para tornar esse processo mais fácil, foi criado o Music Manager, programa especializado em gerenciar uploads.

O software se destaca tanto pela facilidade de uso quanto pela integração com as bibliotecas do Windows Media Player e do iTunes. Adicionar novas pastas é uma tarefa pouco trabalhosa, e as ferramentas de controle de banda garantem que o usuário não sofra com lentidões enquanto envia faixas ao serviço.

Espaço surpreendente

Ao contrário dos sistemas estabelecidos pela Apple e pela Amazon, que limitam o número de músicas baseados em um tamanho determinado, o Google Music usa como base a quantidade de faixas. Ao todo, é possível enviar 20 mil arquivos diferentes ao serviço, com tamanho limite de 250MB para cada um.

Em teoria, isso significa que cada usuário tem um limite de envio de cerca de 5 terabytes, número surpreendente para um serviço (até o momento) completamente gratuito. Embora todo esse espaço dificilmente seja usado na prática, tal característica se apresenta como uma grande vantagem em relação aos serviços concorrentes.

Sistema de playlists

Além de permitir aos usuários montar listas de reprodução de forma manual com um simples arrastar do mouse, o serviço se destaca pelo recurso “Instant mix”. Através dele, uma playlist é criada de forma totalmente automática baseada em uma faixa selecionada.

O resultado surpreende pela eficiência, e por realmente ser capaz de determinar faixas semelhantes àquela selecionada. O sistema de thumbs (uma espécie de aprovação) faz com que as músicas não aprovadas deixem de aparecer, melhorando as listas produzidas conforme se utiliza o recurso.

Acesso em qualquer lugar

Após enviar arquivos para o Google Music, é possível ouvi-los de forma quase imediata a partir de qualquer dispositivo conectado com a internet. Basta ter uma versão recente de um navegador popular instalado na máquina para ser capaz de ouvir as faixas disponíveis em um streaming de alta qualidade.

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Ao contrário de sites como o Grooveshark, o Music não tem qualquer problema com portáteis. Durante os testes realizados, foi possível escutar músicas através de smartphones Android e aparelhos como o iPhone e o iPad sem qualquer impedimento e com qualidade semelhante à experiência disponível para desktops.

Reprovado

Dependência do desktop

O principal problema do Google Music é a obrigatoriedade de se enviar faixas através de um computador. Como o sistema não possui uma biblioteca de músicas abertas (como o Grooveshark), é preciso que o usuário dedique certo tempo a fazer o upload de faixas antes que o serviço se torne realmente útil.

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Isso implica em problemas mesmo para quem possui conexão banda larga, já que podem levar dias (ou semanas) para se enviar uma coleção vasta de arquivos. Tal opção também pode representar lentidões na internet durante o período de envio, ou fazer com que se ultrapasse o limite de tráfego de dados impostos por diversas fornecedoras de serviço.

A dependência de um computador também frustra quem costuma adquirir músicas pela internet. Em vez de enviar as faixas diretamente ao Google Music, será preciso baixá-las para a unidade de armazenamento para em seguida enviá-las ao serviço. Essa limitação poderia ser corrigida facilmente, poupando o usuário de passar por um processo irritante e trabalhoso.

Impossibilidade de fazer downloads

Caso você envie uma faixa ao Google Music e a perca, não será através do serviço que você conseguirá recuperá-la. Possivelmente devido a restrições de banda (e possíveis problemas com pirataria), não é possível realizar o download dos arquivos enviados. Algo frustrante, ainda mais quando todos os arquivos disponíveis em teoria pertencem legalmente ao usuário.

Restrições ao Brasil

Embora não seja exatamente uma responsabilidade da Google, as restrições aos usuários brasileiros tornam a experiência menos confortável que o esperado. O principal problema está mesmo quanto ao processo de registro, que exige o uso de proxys (ao menos para quem não recebeu um convite de um amigo).

Os maiores frustrados devem ser usuários do Android, que sequer podem instalar o aplicativo próprio do Music em seus dispositivos. Ainda é possível ouvir as faixas através do navegador do smartphone, mas para isso é preciso se conformar com controles pouco amigáveis a uma tela de toque.

Resultado promissor

Mesmo em sua fase de testes Beta, o Google Music já mostra a que veio. Com um limite de músicas surpreendente, o serviço entrega o streaming rápido de qualquer arquivo tanto a partir de desktops quanto de dispositivos portáteis.

A principal reclamação fica pela dependência do envio de músicas, processo que consome tempo e bastante banda. Algo estranho para um sistema que tem na nuvem sua principal arma. Além disso, a impossibilidade de baixar as faixas enviadas parece inexplicável.

Em geral, o Music não decepciona e se mostra uma experiência bastante agradável, ainda mais quando se leva em consideração que todas as faixas disponíveis foram escolhidas pelo próprio usuário. Caso corrija os problemas que possui e aumente a integração com outros serviços, como lojas de músicas online e sites como o Last.fm, o serviço de músicas por streaming da Google tem tudo para obter a liderança nesse mercado.

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