Traficante pega 20 anos de cadeia por emails que ele jura que apagou

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O britânico Russell Knaggs foi condenado a 20 anos de prisão por arquitetar um esquema de tráfico de drogas com um parceiro que estava fora da prisão — sim, ele já estava atrás das grades! — e um fornecedor na Colômbia. O mais curioso é que a principal prova do crime, utilizada para confirmar a negociação e a participação do detento, foram rascunhos de email que deveriam estar deletados.

O plano de Knaggs era o seguinte: ele e o sócio escreviam um email em uma conta do Yahoo!, mas não o enviavam a ninguém para não criar evidência. No lugar, deixavam a mensagem salva na pasta "Rascunhos". Em seguida, o fornecedor colombiano entrava na mesma conta, lia a mensagem, apagava e deixava outra no lugar. Foi toda essa troca de recados que a empresa enviou para a Justiça após solicitação.

Acontece que o condenado alega que apagou todos os rascunhos daquela pasta, inclusive da lixeira. Assim, não seria possível nem mesmo para o Yahoo! ter acesso aos emails. Como eles conseguiram as conversas?

Vigilância demais?

Essa confusão abriu uma brecha para o advogado de Knaggs, que acusou até o Governo dos Estados Unidos de monitoramento, vigilância, coleta de dados em massa e invasão de privacidade — ou seja, já estavam coletando e interceptando as mensagens do sujeito.

O advogado acusa o Governo de monitoramento, vigilância, coleta de dados em massa e invasão de privacidade

Sobrou até para a NSA, a Agência de Segurança Nacional, que pode ter sido a responsável pela tal obtenção de provas. Afinal, o julgamento começou em 2009, antes de Snowden denunciar que a instituição de fato realizava tais ações.

Resposta do Yahoo!

O Yahoo! negou que os dados foram fornecidos pela NSA ou algo parecido. Segundo a empresa, há um recurso de "autosalvamento" em que diferentes versões de um rascunho são de fato armazenadas nos servidores da empresa para benefício do usuário. Esses dados podem ser recuperados a qualquer momento, mesmo que o usuário delete o rascunho finalizado.

A empresa não explicou por quanto tempo essas conversas ficam armazenadas e se recusou a responder mais comentários. Os advogados de Knaggs não ficaram satisfeitos com a resposta e vão apelar contra a sentença e os métodos de condenação.

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