Preview: Resident Evil Village mistura RE 4 e 7 com injeção de Bloodborne

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Em um período com diversos adiamentos e um grande vácuo de grandes lançamentos, Resident Evil: Village é um raio de Sol no horizonte distante. Felizmente, a lacuna está se estreitando, e em breve teremos o novo lançamento da Capcom em nossas mãos. Enquanto isso, o Voxel teve acesso a um preview do game em um hands-off (assistimos, mas não jogamos) de 1 hora, e agora trazemos nossas primeiras impressões do jogo.

Antes de tudo, alguns pontos: a demonstração que vimos representa um trecho inicial de Resident Evil: Village, mas não os minutos oficiais, e estava rodando em um PlayStation 5. Ficou curioso para saber o que esperar do oitavo título da franquia de terror mais famosa do mundo? Vem com a gente!

Resident Evil 4 e Resident Evil 7 mesclados perfeitamente

Sem dúvidas, Resident Evil 4 é um dos jogos mais aclamados da história, assim como um dos mais polêmicos. Trazendo um sistema inovador para a época, exploração mais horizontal, nova mecânica de inventário e muitos elementos que deram rumo para a franquia, foi um marco para os fãs e para a indústria. E foi nele que o "Resident Evil mais ação" surgiu.

Em contrapartida, Resident Evil 7 resgatou as origens da série, trazendo o horror claustrofóbico em uma nova perspectiva, literalmente: a primeira pessoa. Assim como o quarto game, teve sua dose de polêmicas. Village mergulha de cabeça no DNA de cada um dos títulos, realçando o melhor dos dois mundos.

O vilarejo implementa o tom de RE4 em seus tons pálidos inóspitos, com a chegada de um "forasteiro" em um mundo parado no tempo. No lado oposto desse espectro há uma injeção de terror na jogatina. Logo no começo, vemos Ethan se esgueirando para alcançar o local por uma trilha amedrontadora, chegando até uma cabana em que muitos eventos aterrorizantes acontecem, a ponto de nos deixarem presos na cadeira de tanta tensão.

Todos esses elementos combinados criam uma substância muito rara de se ver em jogos do gênero: o terror diurno. A claridade costuma retirar a ânsia do inesperado das sombras e alimenta o destemor de explorar com menos angústia cada canto do cenário. Entretanto, a Capcom soube aproveitar a atmosfera, que parece retirada de Bloodborne, com sua ambientação gótica cheia de inimigos lobisomens.

Em certo trecho, Ethan tem pouquíssima munição no inventário, e a vila parece calma e quieta, mas basta dar uma espiada acima das casas para notar diversos licanos (monstros com características caninas) para entender que nenhum beco está seguro: eles se movem e espreitam em locais inesperados, algo que pode render bons sustos. É possível se refugiar em algumas cabanas e até mesmo usar barricadas com móveis, algo familiar para aqueles que gostam de Resident Evil 4.

Por mais que vampiros e lobisomens façam parte da mitologia do oitavo título, os inimigos "infectados" com esses aspectos conseguem dosar bem a ação. Eles são mais organizados e inteligentes que um zumbi convencional, mas ainda trazem muitos elementos dos clássicos mortos-vivos, como movimentação lenta e muita resistência.

Confessamos que, por ter sido declarado abertamente que o game é inspirado no quarto jogo da série, esperávamos uma experiência mais voltada para a ação, algo que claramente não acontece. O terror impregna cada trecho do que vimos e não deixa o jogador sossegado por muito tempo. Isso é uma ótima notícia para a franquia, que com Resident Evil 3 Remake parece ter colocado um pé novamente na fórmula de "Resident Evil de herói".

Outro fator nostálgico que vai pegar a memória dos fãs de Resident Evil 4 é a volta de um mercador dentro do jogo, O Duque. É possível comprar munições, itens de cura, armas e até mesmo receitas de construção de itens (algo de que falaremos em breve), além de, como se pode imaginar, melhorias para as armas e outros equipamentos.

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Castelo Dimitrescu tem ares completamente diferentes

Se o vilarejo amedronta com seu ar pouco acolhedor e recheado de perigo espreitando em cada plantação e telhado da área campestre, o Castelo Dimitrescu tem um ambiente familiar, com um semblante requintado, escuro e claustrofóbico, clássico de um Resident Evil, passando sensações de Resident Evil 7 e demais títulos que usam uma mansão como temática. Curiosamente, a atmosfera gótica continua a passar energias de Bloodborne.

Apesar de ter salas e saguões sofisticados, o castelo tem sua dose de masmorras e salas de tortura para gerar aflição durante a exploração. Os licanos saem de cena para que criaturas demoníacas e ghouls vampirescos fiquem sob os holofotes, construindo uma ambientação mais tenebrosa aos moldes de Drácula e outras obras do gênero.

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Ao que tudo indica, a passagem de Ethan pelo local será marcada por perseguições de Lady Dimitrescu e suas filhas Daniela, Bela e Cassandra, que podem ter mecânicas similares às de Nemesis e de outros "stalkers" da série, criando pânico e tensão ao explorar e resolver enigmas no castelo.

Puzzles estão de volta e há novas mecânicas em jogo

Pode parecer um pouco óbvio apontar que as sequências de puzzles estão dentro de Resident Evil: Village, mas, por conta da carência desse pilar no último game da série (Resident Evil 3 Remake), é muito bom saber que elas retornaram e farão parte da experiência principal da campanha.

Apesar desse elemento-chave, parece que a Capcom seguiu um rumo similar ao do quarto título da série, pois os itens relacionados aos enigmas da campanha não estarão no inventário principal. Em outras palavras, os artefatos necessários para progredir ficam em uma aba separada, e não há necessidade de se preocupar com espaço na maleta, como em RE4.

Pelo andar da carruagem, apenas armas e itens consumíveis estarão na maleta com estilo Tetris. Nem mesmo objetos que podem ser vendidos ao Duque e loots pegos do chão ficarão ali, então não é necessário se preocupar com espaço para itens não essenciais.

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Tudo o que falamos até agora representa uma amálgama de outros jogos da franquia, mas Village também tem as próprias cartas na manga. Além de trazer pela primeira vez um sistema de craft, em que é possível criar munições e itens de cura (e comprar novas receitas na loja do Duque), a Capcom revelou que há diversas áreas bloqueadas que podem ser revisitadas com as ferramentas certas.

Em outras palavras, o backtracking também vai marcar seu retorno. Contudo, ainda não está claro se essa mecânica será apenas para a progressão da campanha ou se funcionará para estender o game em jornadas secundárias. Certamente, seria interessante ver uma progressão não linear na campanha, não é mesmo?

Mais NPCs para enriquecer a trama e vilões marcantes

Durante todo o hands-off de Resident Evil: Village, uma coisa muito interessante se desenrolou sobre a história: há muitos NPCs na campanha para agregar mais valor à jornada de Ethan Winters em busca da filha Rose. Isso fica claro desde os primeiros passos do protagonista dentro do vilarejo, quando ele encontra moradores que estão sofrendo com os eventos da mesma forma que ele.

Isso cria um grande contraste entre os enredos quase solitários de Resident Evil 4 e 7, oferecendo uma campanha possivelmente mais "humana", com personagens que acrescentam mais detalhes à história.

O cenário se repete com os vilões do título, que existem em maior quantidade e, aparentemente, estão mais bem distribuídos entre os eventos da jogatina. Até o momento, Lady Dimitrescu e as filhas são os destaques de marketing da Capcom, mas o hands-off mostrou que Heisenberg, o "irmão lobisomem" de Dimitrescu, Mãe Miranda e outras criaturas vão antagonizar bastante o progresso de Ethan.

A gama de adversários do protagonista é bem diversa, e cada antagonista tem uma personalidade bem distinta. Foi uma ótima surpresa ver mais detalhes da personalidade de Heisenberg e notar que há outros "filhos" da Mãe Miranda que reservam surpresas na campanha.

Possíveis pontos negativos de Resident Evil: Village

Assim como todos os jogadores, estamos bastante empolgados com o lançamento de Resident Evil: Village, já que praticamente tudo do que foi mostrado até o momento empolga e pega no âmago dos fãs mais antigos (assim como desperta bastante interesse nos amantes de jogos de terror). Todavia, há alguns pontos de atenção que valem ser mencionados.

É importante ressaltar que todos os destaques citados são palpites, já que o preview foi curto e sem a possibilidade de jogar, portanto algumas dessas menções podem se provar incorretas na versão final.

O primeiro ponto de atenção está no inventário à la Resident Evil 4, que traz apenas itens utilizáveis, como armas e consumíveis, deixando de fora os itens de puzzle e loot de criação. Por causa disso, o adjetivo de "inventário estratégico" pode não envolver tanta estratégia assim, já que, até o momento, não há baús confirmados (apesar de as máquinas de escrever voltarem). Em outras palavras, pode ser que preocupação com espaço na jornada não seja um dos elementos de tensão.

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Algo que incomodou ao assistir à jogatina foi a perseguição de Lady Dimitrescu no castelo. Enquanto as filhas imortais podem ser inimigos difíceis de evitar e que trarão bastante dor de cabeça, a própria vampira não mostrou ser uma grande ameaça: além de ser muito lenta, ela parece desistir rápido da perseguição e ser muito fácil de driblar. A franquia já viu stalkers mais lentos antes, como o próprio Mr. X em Resident Evil 2 Remake, mas a impressão é que será fácil demais fugir da antagonista. Teremos que esperar para ver.

Por fim, há uma consideração mais generalista: a Capcom é excelente em mostrar gameplays invejáveis e empolgar os fãs com muitas promessas encantadoras. Na grande maioria das vezes, as expectativas são atendidas e trazem deleite aos fãs, mas, em outros casos (como em Resident Evil 3 Remake), isso pode enganar.

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Nossa maior preocupação no momento é que todos esses pontos altos sejam momentâneos e que as seções do vilarejo e do castelo sejam breves demais. Por exemplo: em Resident Evil 3, o preview e a Demo davam a impressão de que o jogo seguiria aquele tom de perseguição na cidade, com muita presença de Nemesis em seu encalço e vários ambientes urbanos, algo que se provou não como recorte de algo maior, mas sim sua completude.

Será que tudo o que vimos até agora é uma amostra de algo maior ou teremos problemas de Resident Evil 3 novamente?

Só podemos esperar que a seção da vila não seja curta e que exista muito mais a ser explorado do que vimos no hands-off. Desejamos que as perseguições e a exploração do castelo sejam duradouras, com muitos cômodos e segredos para encontrar na campanha. Felizmente, a Capcom já disse que esse é o maior Resident Evil já feito na RE Engine, algo que pode jogar uma luz de esperança em nosso coração.

Teremos que aguardar, pois Resident Evil: Village chegará a PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC em 7 de maio de 2021. E aí, estão empolgados?

Imagem: Jogo Resident Evil Village, PlayStation 4
Imagem: Tecmundo Recomenda

Jogo Resident Evil Village, PlayStation 4

O Jogo Resident Evill Village para PlayStation 4 é a continuação da famosa franquia de terror de sobrevivência. Agora com gráficos ainda melhores, encare o horror de onde o Resident Evil 7 parou.

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