Match Point: quando o League of Legends substituiu o futebol

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Caro leitor, há um curioso fenômeno acontecendo por aí. Alguns jovens de hoje já torcem para times de video game do mesmo jeito que outros torcem para os de futebol. Esses torcedores gritam, vibram e compram o uniforme oficial da sua equipe do coração do mesmo jeito que você viu alguém comprar uma camiseta de um clube. Eles só não entram em confrontos de torcidas organizadas porque elas não existem fora do chat do TwitchTV.

Um fenômeno assim é intrigante para quem acompanha os eSports há um bom tempo. Uma competição de DotA ou Counter-Strike 1.6 nunca era travada além do ambiente claustrofóbico de uma lan house. Se tinha uma torcida ali, era só sua namorada ou colega da escola. Ou, no caso de um jogador conhecido ou lendário no ranking do lugar, haviam aqueles garotinhos que se reuniam para ver os movimentos dele em uma televisão de tubo no ambiente improvisado para poucas pessoas.

Não havia webcams mostrando cada uma das suas reações. Não tínhamos transmissões interativas com o público ou que estouravam a casa dos dez mil espectadores.

Hoje, esse é o número que apenas um jogador famoso de League of Legends tem para acompanhar ele treinando em sua gaming house. Essa última palavra estrangeira, em especial, era um sonho distante para todos aqueles jogadores que sonhavam em competir profissionalmente pelos games.

Uma casa somente para treinar: quem não sentiu uma pitada de curiosidade para entender como é ali dentro?

Independente de como sua mente a produziu, lá estão jovens que estudam todo dia como dar o clique certo que garante a vitória para a sua equipe. O movimento do mouse que vai decidir o campeão brasileiro.

Nessa segunda-feira (15) que marca o retorno do quadro Match Point no TecMundo Games e a estreia dele no TecMundo, a tradicional organização CNB enfrenta uma das crises mais fortes que o clube já sofreu desde a sua fundação, datada de 2001.

A equipe de League of Legends do clube está na quinta rodada do Campeonato Brasileiro (CBLoL) e não acumula uma única vitória. Está zerada de pontos na metade do Brasileirão. Beirando um rebaixamento tão forte que pode afetar toda a estrutura profissional que inclui uma casa de treinos e uma seletiva de talentos amadores. Forçada a trocar um dos seus mais carismáticos jogadores. E ela enfrenta, com tudo isso, um festival de críticas e opiniões dignas de quando um time de futebol está na sua pior fase.

Há aqueles que julgam as ações da diretoria. Há aqueles que apontam os culpados pelo desempenho ruim. Há aqueles que querem queimar sua camisa. Há aqueles que analisam toda a situação com pose de técnico e ditam a solução perfeita. E há aqueles que só aparecem pela zoeira.

Se eu não falasse que isso era sobre um game, você imaginaria que o parágrafo anterior se referia para qualquer página de um clube de futebol no Facebook. Mas é de um time de League of Legends, pode conferir com seus próprios olhos. E hoje é o melhor dia para isso, acredite.

A discussão se um eSport seria ou não um esporte já é clássica e até meio batida entre quem acompanha o cenário há um bom tempo. Ela aparece de hora em hora e sempre vai incomodar os tradicionalistas, mesmo que a ESPN tenha cedido e aberto uma seção dedicada sobre o assunto. Mas eu gosto de ver que já podemos buscar argumentos no próprio público para cutucar ainda mais os opositores. É como um Ignite eterno que uma hora vai levar o inimigo de volta para a sua base — se é que me entendem.

O Match Point é um espaço no TecMundo e no TecMundo Games dedicado para discutir o eSport e os games competitivos diariamente, trazendo estratégias, curiosidades, campeonatos e jogadas inesquecíveis dos mais diversos títulos.

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