Análise: smartphone Samsung Galaxy S5 [video]

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A Samsung não é uma das maiores fabricantes de smartphones da atualidade à toa. A empresa sul-coreana investiu pesado em marketing, desenvolvimento e muita tecnologia.

Quando ela trouxe o primeiro Galaxy S para o mercado, o mundo viu, pela primeira vez, o poder do Android. A família cresceu e a linha Galaxy se desmembrou em modelos de praticamente todos os tipos, indo de smartphones de entrada a tablets. Mas nem por isso a Samsung esqueceu a sua linha principal, o Galaxy S. O quinto modelo chegou no início de abril ao mercado seguindo a tradição da família, com recursos modernos e um hardware potente.

Para a realização dessa análise, nós passamos muito tempo com o Galaxy S5. Estudamos, testamos e sentimos de perto tudo o que ele tem a oferecer. Tentamos abordar todos os aspectos e dar ao aparelho uma análise completa, como nós fazemos com os principais equipamentos do mercado. Chegou a hora de saber absolutamente tudo sobre o Samsung Galaxy S5.

Design: discreto, mas elegante

A palavra que define o visual do Galaxy S5 é evolução, e essa é a primeira impressão que temos ao ver o Galaxy S5 de perto pela primeira vez. Isso porque o visual do aparelho não sofreu muitas alterações em relação ao seu antecessor. Olhando os dois lado a lado, é até mesmo fácil se confundir.

O principal diferencial do Galaxy S5 são as bordas menos curvadas, o que deixa o modelo com um aspecto mais “quadrado” que o modelo anterior. Além, é claro, do tamanho: a tela subiu de 5 para 5,1 polegadas. Parece pouco, mas é possível ver a diferença com os dois lado a lado.

Já as laterais do Galaxy S5 possuem uma textura diferenciada, com três linhas em relevo. A parte de trás foi a que sofreu mais mudanças: uma textura microperfurada substitui a carcaça lisa e refletiva do Galaxy S4, visando proporcionar maior aderência na pegada.

A câmera continua na posição central, mas o flash está diferente. Ao lado dele fica o sensor de batimentos cardíacos, uma das principais novidades do recém-lançado smartphone da Samsung.

Ao contrário dos principais smartphones premium disponíveis hoje em dia, que utilizam materiais mais nobres na sua construção, a Samsung continua insistindo no plástico para a construção do seu aparelho top de linha. HTC, Sony, Apple e Nokia já trabalham com materiais como alumínio no corpo do smartphone. Entretanto a Samsung já pensa em uma versão premium mais cara em metal.

Isso não significa que ele tem um design ruim, muito pelo contrário. Tudo no celular parece ser bastante sólido — ele é bem mais robusto que o S4, por exemplo —, principalmente porque agora o modelo é resistente à água e poeira, ou seja, todas as portas de conexão possuem tampa de proteção e seus componentes são à prova de oxidação.

Essa inclusive era uma das hipóteses de a empresa continuar insistindo no uso do material: criar um modelo à prova d’água com o corpo de metal poderia ser mais complexo. A Sony, por exemplo, está tendo problemas na produção do seu Xperia Z2. Apesar do tamanho, o Galaxy S5 não é um smartphone pesado: são apenas 145 gramas, cerca de 15 gramas a mais que o modelo anterior.

A Samsung tratou de desenvolver quatro cores diferentes para o S5: preto, branco, bronze e azul. O preto é o mais discreto de todos, e o branco possui uma pintura quase perolada. Já os dois últimos trazem uma pintura quase metalizada na parte traseira e, com exceção do branco, todos possuem a parte frontal preta.

Segundo informações que obtivemos junto à Samsung Store do Shopping Mueller, em Curitiba, dificilmente veremos nas lojas brasileiras o modelo na cor bronze. Já a versão na cor azul está sendo comercializada em poucas lojas.

As bordas mais salientes garantem uma proteção extra ao smartphone, principalmente se ele cair com a tela para baixo. Isso deve evitar alguns acidentes e dificultar a quebra do visor do aparelho. Sabemos que dar palpites sobre o design de produtos é algo difícil, pois isso acaba sendo muito subjetivo. Contudo, é inegável o fato de que o Galaxy S5 parece menos "robusto" que os concorrentes.

Difícil desmontar

O trabalho de construção do Galaxy S5 é uma prova de que os engenheiros da companhia são competentes na hora de espremer os componentes dentro da carcaça. Isso é importante para garantir o tamanho e o peso do aparelho, além, é claro, de garantir que o produto seja resistente à água e poeira.

Mas, se por um lado é bom que os componentes fiquem lacrados dentro do case, por outro essa característica pode ser um problema. Caso seja preciso desmontar o Galaxy S5 para efetuar a troca ou manutenção de algum componente, será preciso suar a camisa. Tudo fica preso por trás da tela com muita cola e o menor descuido pode comprometer os cabos de dados inclusos no interior da peça.

Deste modo, é possível imaginar que a taxa de serviço na hora de mandar o smartphone para a assistência técnica pode ser maior que o normal, já que em teoria, o trabalho seria maior. Um dos acidentes mais comuns com smartphones é justamente a quebra da tela depois de uma queda, portanto, antes da compra é preciso lembrar dessa característica.

Botões, cabos e embalagem

Os botões de força e volume continuam nas laterais do aparelho, mas o conector de áudio passou do lado esquerdo da parte superior para o lado direito. A principal novidade é o conector de dados/força, que passou de micro USB tradicional a que estamos acostumados para micro USB 3.0, algo como já ocorreu com o Galaxy Note 3.

Essa posição da Samsung nos traz muitas vantagens: ao escolher um padrão de mercado já relativamente popular, a empresa facilita a vida dos consumidores, que não vão precisar comprar cabos e adaptadores proprietários com o novo formato — algo que aconteceu quando a Apple trouxe o iPhone 5 ao mercado, por exemplo.

O novo formato de conexão também agiliza o processo de carregamento da bateria quando o telefone está conectado a um computador, pois o USB 3.0 pode transmitir mais corrente que a versão anterior. Além do mais, caso você queira, também poderá utilizar os cabos micro-USB tradicionais que, apesar de não serem tão eficientes quanto o novo formato, continuam funcionando muito bem.

Contudo, apesar da possibilidade, vale lembrar que o aparelho vem acompanhado por um cabo micro USB tradicional. Se o consumidor quiser um pouco mais de velocidade na transferência de dados, será preciso adquirir à parte um cabo micro USB 3.0, similar aos utilizados pelos HDs externos.

Na parte da embalagem, a Samsung também não fez muita questão de se preocupar com detalhes. A caixa do Galaxy S5 é bem parecida com a caixa do modelo anterior, toda em papel e com os acessórios dispostos de forma simples em seu interior, abaixo de um berço de papelão que carrega o smartphone.

Hardware: tecnologia de ponta

Tela

A Samsung está trazendo novamente a tecnologia Super AMOLED ao seu smartphone. Apesar de ser o mesmo sistema da geração anterior, a Samsung conseguiu aplicar melhorias significativas no processo de construção do display. O novo painel oferece um mais brilho, além de ser menos refletivo que antes. Com isso temos mais contraste nas cores, mesmo em ambientes com muita luz, como exposto ao sol.

O padrão de cores também melhorou muito e agora elas são muito mais próximas ao natural. Se antes os defensores do LCD utilizavam esse argumento para dizer que as telas do gênero oferecem cores mais fiéis, agora essa diferença é praticamente inexistente. Além disso, é possível aumentar ou diminuir a saturação.

A tela de configurações mostra diversas opções pré-selecionadas para o ajuste de cores, incluindo a função “Adapt Display”, que regula automaticamente as configurações de brilho, cor, gama, saturação e nitidez em função do que está sendo exibido na tela. Essa opção já existia no Galaxy S4, mas agora está mais inteligente e funcional do que antes, apresentando um resultado final mais preciso.

A densidade de pixels do S5 é praticamente a mesma da geração anterior, uma vez que a tela aumentou apenas 0,1 polegada e a resolução continua sendo Full-HD (1080x1920 pixels). Isso porque a tela aumentou apenas 0,1 polegada e a resolução continua sendo o Full HD, (1920x1080 pixels). Em uma tela de 5,1 polegadas, isso resulta em uma densidade de 432 ppi – contra 441 ppi da versão anterior. Isso faz com que encontrar imperfeições nas imagens seja algo praticamente impossível.

Câmera

Com a câmera do Galaxy S5, a Samsung continua seguindo a tradição de oferecer equipamentos de qualidade. A câmera traseira do smartphone agora é de 16 megapixels, mas não é apenas isso o que interessa, e a Samsung sabe disso. Por isso, a empresa tratou de incluir uma série de recursos e novidades para garantir a qualidade das fotografias.

Uma das principais novidades dessa geração é o ISOCELL, uma tecnologia que melhora a nitidez das imagens, além de permitir a captura de fotos com mais qualidade em ambientes de pouca luz. O ISOCELL foi anunciado pela Samsung em setembro do ano passado, mas somente agora o recurso chegou aos aparelhos da companhia. O recurso foi desenvolvido para garantir a melhoria da captação de imagens em sensores CMOS pequenos utilizados em smartphones e tablets.

O ISOCELL utiliza um fotodiodo iluminado que possui barreiras integradas entre os pixels individuais. Isso reduz em até 30% a diafonia elétrica, uma espécie de interferência entre os pixels que pode afetar a qualidade da imagem. Outra vantagem do sensor é a diminuição do Crosstalk, que é a vazão de fótons e fotoelétrons entre pixels vizinhos. Essas barreiras garantem que cada pixel possa capturar a luz com melhor fidelidade, sem que um interfira no outro.

Consequentemente, temos um aumento na capacidade de captação de imagens, já que as cores ficam menos “estouradas”, o que garante mais nitidez. Essas barreiras do ISOCELL também permitem que o tamanho total do fotodiodo seja maior, diminuindo os ruídos e melhorando a gama dinâmica devido ao aumento de capacidade de cada pixel.

Aumentar o tamanho dos fotodiodos permite que os pixels recebam mais luz, inclusive de ângulos mais difíceis — segundo a Samsung, o sensor pode captar os raios luminosos em um ângulo até 20% maior. Isso permite que a lente possa ser montada mais próxima ao sensor, tornando o módulo de câmera ainda mais compacto, algo muito importante em smartphones e tablets.

Nos testes, percebemos que, em ambientes com média ou muita luz, as imagens ficam muito boas; já em ambientes com pouca luz, as fotos ficam bastante granuladas, perdendo até mesmo para outros aparelhos, como o LG G2.

4K e gravação de vídeos

Uma das tendências dos novos smartphones é a possibilidade de se gravar vídeos em resolução Ultra HD, ou seja, 4K – 3840x2160 pixels. A Samsung incluiu esse recurso no Galaxy S5. Além disso, também é possível gravar com qualidade Full HD, HD e VGA. Destas, apenas a última permite a gravação em formato de tela 4:3, sendo que todas as outras são restritas ao formato widescreen 16:9.

Entre as ferramentas para gravação está a estabilização de vídeo, que garante a remoção de eventuais tremidas durante o processo. A ferramenta não é tão eficiente quanto em câmeras profissionais, mas apresenta um resultado satisfatório.

A gravação de vídeos também vai muito além. O Galaxy S5 oferece a possibilidade de captura em até cinco modos diferentes: Normal; Limitado para Mensagens Multimídia; Movimento Lento; Movimento Rápido; e Movimento Suave. O sistema de câmera lenta sacrifica um pouco a qualidade das imagens, mas permite que sejam gravados vídeos com duas, quatro ou até mesmo oito vezes a velocidade original.

Já o movimento rápido faz justamente o oposto: é possível gravar com duas, quatro ou oito vezes acima da velocidade original. Para completar, a Samsung incluiu um aviso no canto superior direito da tela: enquanto o vídeo é capturado, é possível ver quanto espaço ele ocupa no disco. Outro recurso interessante no Galaxy S5 é o foco automático super-rápido. A lente precisa de apenas 300 milissegundos para focar em algum objeto.

Interface da câmera

A Samsung não economizou na hora de incluir recursos no software de câmera, e o melhor de tudo: os itens estão muito mais organizados do que no Galaxy S4. Agora não é mais necessário percorrer submenus em busca de opções, bastando acessar o menu através do ícone e selecionar o efeito desejado. Esses itens também podem ser direcionados para uma barra de atalho, que se encarrega de fixar os efeitos mais utilizados.

O número de ferramentas para a personalização das fotografias e dos efeitos também é grande inclui itens como foco seletivo e HDR.

Bateria

Em uso convencional, é possível perceber uma leve evolução do S4 para o S5 em termos de durabilidade de bateria. Se antes a capacidade era de 2.600 mAh, agora são 2.800 mAh de carga. O novo processador Snapdragon 801 também possui um consumo menor.

O resultado disso tudo é um aparelho levemente mais eficiente energeticamente que o seu antecessor. Mas há algumas cartas na manga trazidas pela Samsung que tornam tudo mais interessante. Primeiramente há um modo de economia de energia, ferramenta que vem se tornando tradicional nos smartphones top de linha e que já estava presente no Galaxy S4.

A ideia é que somente apps essenciais permaneçam ativos, diminuindo o consumo de softwares em segundo plano. Só com esse recurso, que não é exatamente uma novidade, é possível aumentar a vida útil da carga da bateria em cerca de 20%. Porém, a grande novidade da empresa é o modo ultraeconômico, esse sim uma inovação.

Com ele ativado, praticamente todas as funções são desativadas e tudo o que é exibido na tela fica em preto e branco. Poupando a necessidade de exibir as cores, o consumo de energia cai consideravelmente. Em seguida, basta definir quais apps você pretende usar e habilitar o 4G, 3G ou WiFi. Caso deseje, é possível manter um aparelho em modo de economia com 10% de bateria por quase um dia inteiro.

Em resumo, quando em modo convencional, a bateria do Galaxy S5 não traz muitas novidades, ficando apenas dentro da média dos seus demais concorrentes. Contudo, com a ativação dos modos de economia, o usuário passa a contar com um grande diferencial. Por fim, em uma situação mais emergencial, o modo ultraeconômico pode fazer a diferença.

Sensores

O TecMundo já abordou o funcionamento dos 10 sensores presentes no Samsung Galaxy S5 no artigo especial“Conheça os 10 sensores do Samsung Galaxy S5”. Entretanto, vamos detalhar um pouco mais o funcionamento de dois deles, mais especificamente o de batimentos cardíacos e o leitor biométrico.

Sensor de batimentos cardíacos

Essa não é a primeira vez que um smartphone consegue executar a função de mensurar batimentos cardíacos. Porém, é a primeira vez na história que um celular chega ao mercado com um sensor específico para essa finalidade.

O sensor de batimentos cardíacos consiste em um LED vermelho e um sensor de pulsações. O LED vermelho envia um raio de luz para a pele do usuário, enquanto o sensor de pulsação mensura a movimentação do sangue sob a pele. O número de batimentos cardíacos é obtido a partir do cálculo da frequência de ondas emitidas por minuto.

Em nossos testes, o funcionamento se mostrou preciso na maioria dos casos. Comparado aos resultados obtidos por um frequencímetro, a variação foi mínima, inferior a 3%, dentro de padrões aceitáveis. Entretanto, o funcionamento do recurso é bastante sensível: é preciso fazer o mínimo possível de movimentos para que a leitura aconteça.

Leitor biométrico

Outro recurso bastante divulgado pelo marketing da Samsung é o leitor biométrico. A novidade foi vista pela primeira vez em um celular no Motorola Atrix, lançado em 2011. No ano passado, a Apple incorporou a função no iPhone 5S e, para este ano, a Samsung decidiu apostar em sua versão de leitor de impressões digitais.

O funcionamento é bastante similar tanto no modelo da Samsung quanto no modelo da Apple – o TecMundo realizou um comparativo entre os dois sensores e você pode conferir em “iPhone 5S x Galaxy S5: comparativo dos leitores biométricos”.

A diferença fica por conta da quantidade de slots disponíveis para cadastros de digitais (são 3 no modelo da Samsung e 5 no modelo da Apple) e também na forma de utilização para desbloqueio. Enquanto no leitor de digitais da Apple basta deixar o dedo sobre o botão principal, no aparelho da Samsung é preciso deslizar o dedo sobre o botão Home.

O processo é um pouco mais trabalhoso no smartphone da empresa sul-coreana, em especial se você tentar desbloqueá-lo com apenas uma das mãos. Para isso, é preciso cadastrar as suas digitais tanto com o dedo na vertical quanto com o dedo na horizontal. Mesmo com essa pequena limitação, o recurso é funcional. Não é possível utilizar o leitor para fazer comprar na Play Store, algo que no iPhone 5S já é realidade.

Resistência

Uma das funcionalidades que mais despertam a curiosidade no público é o fato de o aparelho ser resistente à água. O Samsung Galaxy S5 conta com a certificação IP67, o que o torna resistente à entrada de poeira e à imersão temporária em água.

Seu concorrente direto nesse quesito é o Sony Xperia Z1 (e também o Xperia Z2, já anunciado, mas ainda não lançado oficialmente), que conta com a certificação IP58. Em tese, isso significa que o aparelho da Sony é mais resistente à água do que o da Samsung, enquanto o modelo da empresa sul-coreana está melhor preparado para se proteger do acúmulo de poeira.

Na prática, as duas certificações são similares e você não sentirá tanta diferença entre um aparelho e outro, ao menos nesse quesito. Mas e o que é possível fazer com um aparelho resistente à água? Pelo que pudemos perceber, essa dúvida também é a de muitos leitores que frequentam as páginas do TecMundo.

O Galaxy S5 é imune a acidentes causados por conta da queda do aparelho na água ou que ocorram em função do contato com ela. Assim, se você derrubar líquidos sobre ele, poderá enxugar o aparelho e continuar utilizando-o normalmente – desde que, é claro, ele esteja vedado. Embaixo da água não é possível utilizar a tela touch – comportamento esperado na tecnologia capacitiva, tanto neste quanto em outros modelos.

Por conta disso, você pode configurar a câmera para tirar fotos, por exemplo, enquanto estiver com o aparelho. Depois de colocá-lo na água, você pode ativá-la usando o botão de volume como disparo. E nada mais. Lembre-se: a proposta é tornar o seu celular mais resistente à água, em eventuais acidentes, e não criar um dispositivo que funcione por completo enquanto submerso.

Áudio

Embora essa seja uma característica essencial nos smartphones, são poucas as empresas que dão uma atenção especial a esse quesito. Em linhas gerais, mesmo entre os celulares top de linha, o que vemos são speakers que distorcem os ruídos a partir de 80% do nível de volume e fones de ouvido convencionais, que apenas cumprem a sua função.

No Samsung Galaxy S5 essa situação não é tão diferente assim. O som emitido pelos alto-falantes, localizados na parte traseira, é de boa qualidade e com baixo nível de distorção. Somente com o volume acima dos 90% é que percebemos leves ruídos, mas nada que possa desabonar o aparelho por conta disso.

Já os fones de ouvido que acompanham o produto são praticamente os mesmos que vêm com o Galaxy S4. Entretanto, isso não significa que eles não sejam de boa qualidade ou fiquem aquém das qualidades do Galaxy S5. O produto que a empresa entrega, sem sombra de dúvidas, é capaz de suprir todas as necessidades da maioria dos consumidores.

Software: novo visual e ainda mais ferramentas

A interface TouchWiz está de cara nova. O novo visual prioriza a organização de conteúdo e exibe as ferramentas de uma forma mais intuitiva, ordenada a partir de pequenos ícones autoexplicativos. Um usuário menos acostumado aos aparelhos top de linha poderá se surpreender com a quantidade de menus e submenus disponíveis.

No menu de configuração, por exemplo, estão disponíveis nada menos do que 61 ícones, muitos deles ligados a submenus. Esses 61 ícones estão ainda divididos nas seguintes categorias: “Configurações Rápidas”, “Conexões de Rede”, “Conexão e Compartilhamento”, “Som e Visualização”, “Personalização”, “Movimento”, “Usuário e Backup”, “Sistema” e “Aplicações”.

Se você preferir, é possível exibir essas 61 funções em forma de lista ou lista ordenada por guia. O alto grau de personalização se aplica também ao painel de notificações, em que é possível listar pelo menos 25 itens para acesso rápido. A exibição de todos eles, por exemplo, quase que ocupa toda a tela.

Se no Galaxy S4 havia muitas opções, mas a organização e o acesso a elas não era das melhores, essa característica foi claramente trabalhada pela empresa sul-coreana. No entanto a quantidade de itens é muito grande e você vai se bater um pouco até encontrar tudo. Foi incluída uma busca e algumas configurações foram melhoradas.

Um recurso interessante que já existia mas foi aprimorado no Galaxy S5 é o modo de emergência: ao pressionar o botão Sleep três vezes seguidas o aparelho manda diversas mensagens de texto com a localização, fotos das duas câmeras, gravação de áudio e uma mensagem de socorro para um número cadastrado previamente. Essa ferramenta poderá auxiliar vítimas de sequestro, por exemplo.

Embora o Samsung Galaxy S4 tenha sido aprovado com louvor pela crítica, aqueles que estiveram com ele no dia a dia não puderam deixar de perceber que havia algo a ser melhorado. A interface TouchWiz, adotada pela Samsung, nunca esteve entre as mais leves e boa parte dos problemas ocorridos no modelo da geração passada tinham esta reclamação como principal motivo.

Nessa nova geração, a interface mudou um pouco, mas o consumo de memória não diminuiu. Em nossos testes, mesmo com todos os aplicativos encerrados, em nenhum momento o consumo esteve abaixo de 1,1 GB. Na prática isso significa que, dos 2 GB de RAM disponíveis no aparelho, mais da metade disso é ocupado apenas para execução do sistema operacional e sua interface.

Entretanto, temos que ressaltar que em nenhum momento durante a execução de apps percebemos algum tipo de travamento ou atraso no tempo de resposta. Jogos como Injustice, por exemplo, rodaram sem nenhum problema, o que indica com certeza que é possível rodar a maioria dos apps disponíveis na Play Store sem maiores complicações.

Embora o consumo de RAM permaneça alto, ressaltamos que o Galaxy S5 conta com o mais novo processador da Qualcomm, o Snapdragon 801, que muito provavelmente compensa essa “deficiência” de consumo.

Ainda em nossos testes, optamos por instalar a Nova Launcher no Galaxy S5. No final das contas, o consumo de RAM se manteve alto da mesma forma, mas o desempenho da interface aumentou consideravelmente, um indicativo claro de que não basta mudar o visual, mas sim é preciso pensar em soluções que a deixem mais leve e fluida para o consumidor.

Download booster

Que tal deixar os seus downloads ainda mais rápidos, aproveitando o que há de melhor da conexão 4G com os recursos de sua rede WiFi? Essa é justamente a proposta do recurso Download Booster, incluído nesta versão do Galaxy. A ideia é que, ao realizar um download, você possa combinar o potencial das duas redes, baixando arquivos até 90% mais rápido.

Em nossos testes, não foi possível atingir marcas como as anunciadas pela Samsung. Em linha gerais, a velocidade de download chegou a ser no máximo até 30% maior. Entretanto, esse fator depende muito mais da velocidade da conexão e da estabilidade da rede WiFi do que do aparelho em si. Ainda assim, trata-se de um grande recurso muito bem-vindo à nova geração de smartphones.

Samsung Galaxy Gifts

Outro diferencial importante para aqueles que compram um smartphone Galaxy S5 levam para casa também um valor equivalente a US$ 500 em apps e serviços. A lista inclui jogos, serviços de hospedagem de arquivos e assinaturas de jornais e revistas.

Nem todos estão disponíveis em português e alguns deles podem não funcionar no Brasil. Outra boa notícia é que é possível desinstalar alguns apps nativos do aparelho. Confira a lista completa:

  • Bitcasa: 1 TB de armazenamento por 3 meses (US$ 30)
  • Bloomberg Businessweek +: assinatura de 1 ano (US$ 30)
  • Blurb: cupom de desconto (US$ 5)
  • Box: 50 GB espaço de armazenamento por 6 meses (US$ 60)
  • Cut the Rope 2: créditos in-game (US$ 10)
  • EasilyDo Pro: app gratuito (US$ 5)
  • Evernote: acesso à versão premium do serviço por 3 meses (US$ 15)
  • Flick Dat: app gratuito (US$ 2)
  • Lark: acesso à versão premium por 1 ano (US$ 36)
  • LinkedIn: acesso à versão premium por 3 meses (US$ 75)
  • Map My Fitness: acesso à versão premium por 6 meses (US$ 36)
  • PayPal: descontos especiais para compras (até US$ 50)
  • RunKeeper: acesso à versão premium por 1 ano (US$ 20)
  • Skimble: acesso à versão premium por 6 meses (US$ 42)
  • Wall Street Journal: assinatura de 6 meses (US$ 160)

Transferência de dados

Ao conectar o dispositivo a um PC através de um cabo USB, a tela de seleção de interface apresenta duas alternativas: o gerenciador de arquivos tradicional, em que você precisa copiar manualmente o conteúdo para o aparelho, ou a versão recomendada pela Samsung, MPT.

Ao conectar o dispositivo via cabo USB 3.0, uma terceira opção surge na tela, perguntando se você deseja utilizar a nova interface de comunicação para transferir os dados. Ao selecionar essa opção, o aparelho mostra um aviso dizendo que o USB 3.0 acelera a transmissão dos dados, mas pode interferir na qualidade das chamadas. Logo, ele também comunica que o protocolo será desativado em 10 minutos caso não esteja sendo utilizada.

Para testar a velocidade da cópia de arquivos, utilizamos os dois cabos, um de cada vez, e copiamos um arquivo de vídeo de 3,55 GB através do Windows Explorer, que é uma das maneiras mais comuns para a troca de dados com os aparelhos.

Visando garantir os resultados, copiamos o arquivo diretamente para a memória interna do aparelho. Fizemos isso porque é o único meio de garantir a velocidade de cópia do aparelho, sem a interferência do cartão micro SD.

Testes de benchmark

Para a realização desta análise, submetemos o Samsung Galaxy S5 a quatro aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 4, GFX Bench (T-Rex HD Off Screen e T-Rex HD On Screen) e Vellamo Mobile Benchmark (HTML 5 e Metal).

Para efeito de comparação, submetemos aos mesmos testes os seguintes smartphones: HTC One, LG G2, Motorola Moto X, LG Nexus 5 e Sony Xperia Z1. O resultado de cada um dos testes, bem como o significado das pontuações, você confere no quadro abaixo.

3D Mark

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Antutu

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 4 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

GFX Bench

O GFX Bench é voltado para mensurar a qualidade gráfica. Isso inclui itens como estabilidade de desempenho, qualidade de renderização e consumo de energia. Os resultados são revelados em média de frames por segundo (fps). Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Vellamo Mobile

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Acessórios: luxo para quem quer mais

Juntamente com o Galaxy S5, a Samsung disponibilizou no mercado um grande número de acessórios para acompanhar o smartphone. Três deles foram tratados com maior atenção por parte da empresa: o relógio Gear 2, a pulseira Gear Fit e o controle Game Pad.

Tivemos a oportunidade de testar dois desses produtos – a pulseira Gear Fit e o controle Game Pad – e traremos mais detalhes sobre eles em análises específicas posteriormente. Entretanto, vamos mencionar aqui a nossa experiência na integração e no uso dos dois aparelhos com o Galaxy S5.

O Gear Fit se mostra útil para aqueles que praticam esporte ou querem ficar de olho em diversos aspectos de saúde. Prático e com visual personalizável, é possível mensurar batimentos cardíacos e contar os passos em uma caminhada. O controle de qualidade do sono é outro item relevante. Os dados são transportados de forma automática para o app no smartphone.

No caminho inverso, o aparelho se mostra competente para o recebimento de notificações, poupando tempo e servindo como um filtro para mensagens que são de fato importantes. No Brasil, o gadget é vendido por R$ 899, um valor salgado para o que ele oferece, mas compatível com os praticados pelos poucos concorrentes e com o preço oficial do smartphone.

Já o Gear Pad, que custa R$ 469, é o joystick acoplável ao Galaxy S5 – e que será compatível também com outros modelos da linha Galaxy. Não há muito segredo nele e, embora seja bastante anatômico, o direcional não é dos melhores, podendo fazer com que o seu dedo se enrosque em alguns momentos.

Vale a pena?

Assim como nos modelos anteriores, é inegável que a Samsung fez um grande trabalho no Galaxy S5. O smartphone chega ao mercado em sua quinta geração mantendo o status de um dos melhores, se não for o melhor, aparelhos com sistema operacional Android disponíveis no mercado latino.

Apesar disso, isso não significa que o smartphone tenha atingido a perfeição, muito pelo contrário: há muita coisa a ser melhorada. A começar pela interface TouchWiz, que teve o seu visual repaginado, mas manteve o consumo de memória em níveis muito acima do esperado.

Em uso convencional, o consumo de bateria também não demonstrou muita evolução, mas os modos de economia compensam essa "mesmice", trazendo novidades de fato relevantes para o consumidor. Adotando a certificação IP67, que torna o produto resistente à água e poeira, a Samsung segue uma tendência de mercado e aposta na proteção do gadget.

Entretanto, convenhamos: usá-lo embaixo da água, ao menos por enquanto, é algo bastante limitado e arriscado, uma vez que o recurso existe mais para evitar acidentes. A função download booster, outra novidade, é de fato interessante, mas não faz milagres em ambientes com WiFi ruim ou 4G precário. O design ganhou melhorias no que diz respeito à resistência do produto, e quedas mais simples devem provocar menos quebras.

Por fim, os novos sensores, que mensuram a frequência cardíaca e reconhecem as impressões digitais, são elementos muito mais curiosos do que essenciais. Há um nível maior de segurança com o leitor biométrico, mas seu projeto de implementação no apareho precisa evoluir, pois pode ser ainda mais intuitivo.

O valor oficial de venda no Brasil – R$ 2.599 – deve cair naturalmente nos próximos meses, deixando o produto na faixa dos R$ 2 mil. Ainda assim, esse é um valor alto para o consumidor brasileiro, mas que se justifica devido ao grande número de funções que o celular apresenta.

Na prática, a maioria dos usuários não precisa de um smartphone como o Galaxy S5, e modelos lançados anteriormente, até mesmo pela própria Samsung, ainda são suficientes para suprir a maioria das necessidades. Entretanto, para aqueles que estão dispostos a investir mais em um aparelho – e por conta disso se tornam também mais exigentes – o Galaxy S5 se mostra uma excelente opção de compra.

Como mencionamos anteriormente, o smartphone não é perfeito e apresenta alguns problemas, estruturais, como no leitor biométrico, e de desempenho, que já poderiam ter sido corrigidos. Porém, ainda assim, o aparelho deve brigar de igual para igual com o Xperia Z2.

Enquanto o modelo da Sony não chega oficialmente no mercado para que possamos compará-lo, todas as atenções se voltam para a Samsung, que, com seu Galaxy S5, mais uma vez se coloca entre os melhores aparelhos Android da atualidade.

FAQ: você pergunta e o TecMundo responde!

1 - Há algum problema de superaquecimento no Galaxy S5?

Durante a execução de aplicativos que exigem maior processamento gráfico, como softwares de benchmark, percebemos sim que o aparelho esquentou um pouco. Entretanto, em nenhum momento isso gerou algum tipo de desconforto. O Galaxy S5 esquenta menos que a versão octa-core do Galaxy S4 e tanto quanto a versão quad-core do Galaxy S4.

2 - Afinal, o que funciona debaixo da água?

Basicamente você só pode acessar um função do aparelho debaixo da água: tirar fotos utilizando o botão de diminuir o volume. Todos os comandos que requerem toques na tela não funcionam com o aparelho submerso e nem mesmo com a tela molhada.

3 - Dos 16 GB de armazenamento, quantos são ocupados pelos arquivos de sistema?

Você poderá contar com cerca de 11 GB de espaço de armazenamento no aparelho, uma vez que o sistema operacional e os apps pré-instalados ocupam pouco mais que 4 GB.

4 - Quanto tempo ele pode ficar submerso na água?

Segundo a Samsung, não é recomendável deixar o aparelho submerso por longos períodos. Ou seja, mais do que 20 minutos debaixo da água já é demais. Lembre-se: o recurso funciona muito mais como uma proteção do que como uma ferramenta. Não é para você sair usando ele dentro da piscina, por exemplo, mas sim ficar mais tranquilo caso algum líquido caia sobre ele.

5 - Os sensores do S4 também estão presentes no S5?

Sim, praticamente todos eles estão de volta no Galaxy S5. Você pode trocar o canal da sua TV utilizando o celular como controle remoto, visualizar imagens por gestos ou ainda pausar um vídeo apenas tirando os olhos da direção da tela.

6 - Em algum momento o S5 apresentou travamento?

Sim, em dois momentos ao longo de nossos testes percebemos algum tipo de travamento. O primeiro deles foi durante a execução do jogo Injustice, quando o app simplesmente fechou. Já o segundo foi durante a recepção em massa de mensagens no WhatsApp. Consideramos ambos casos isolados e que não se repetiram em outras simulações.

7 – O aparelho resiste a outros tipos de líquido?

Sim, mas não é recomendável o contato com eles. A explicação é que líquidos como refrigerantes, por exemplo, contêm outros tipos de substância, como açúcar, que podem até não danificar os componentes de imediato, mas seu acúmulo a longo prazo dentro do aparelho pode causar o desgaste de alguns componentes. A recomendação é evitar, até porque a garantia não cobre danos causados por água salgada ou outras substâncias.

8 – E a versão de 32 GB, vai vir para o Brasil?

Ainda não há confirmação da Samsung com relação à venda dos modelos com 32 GB de espaço de armazenamento no Brasil. No momento, somente as versões com 16 GB estão sendo vendidas por aqui.

9 – Ele vem acompanhado de cabo mini USB 3.0?

Não. O Galaxy S5 vem acompanhado de um cabo mini USB tradicional. Entretanto, a entrada na parte de baixo do produto é compatível com mini USB 3.0 – a mesma utilizada para transferência de dados em HDs externos. Para isso, você deve comprar o cabo à parte

10 – Há diferença entre a tela do Galaxy S4 e a do Galaxy S5?

Tecnicamente, sim. O Galaxy S5 tem 0,1 polegada a mais de tela e sua densidade de pixels é de 432 ppi, contra 441 ppi do Galaxy S4. Sim, a densidade de pixels da tela do Galaxy S4 é melhor. Porém, na prática, você não vai perceber a diferença, de forma que elas são equivalentes.

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