iTV e GoogleTV: será esse o futuro da televisão?

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Prepare-se: a televisão da maneira como você conhece está prestes a mudar. Pelo menos essa é a aposta de duas das maiores potencias do mundo da tecnologia, Apple e Google. Razões para acreditar que isso realmente pode acontecer não faltam. Ambas tem tecnologia e experiência de sobra para apresentar ao mundo algo revolucionário.

Alguns segredos e detalhes do que vem por ai ainda são incertos. No entanto as primeiras informações disponíveis já são mais do que suficientes para percebermos que um lançamento grandioso está prestes a acontecer. Será que os espectadores vão embarcar na nova onda?

Enfim a convergência

O sociólogo canadense Marshall McLuhan, um dos autores mais influentes entre os teóricos da comunicação cunhou um termo chamado “aldeia global”. Segundo a sua tese o progresso tecnológico diminuiria as distância e transformaria o mundo em uma espécie de aldeia. Quando a teoria foi apresentada o meio eleito para difundir essa aproximação entre os povos foi a televisão.

O termo convergência ganhou a pauta e ao invés da televisão, foram a internet e o celular as ferramentas que assumiram o controle na comunicação e fizeram com que as distâncias entre pessoas se tornassem cada vez menores. Hoje aparelhos com sistemas operacionais proprietários, velocidade de internet satisfatória e espaço em disco para armazenamento de conteúdo, enfim a convergência pode ser total e irrestrita.

Mudando paradigmas de mais de meio século

Desde que os aparelhos de TV começaram a se popularizar, de fato, poucas mudanças ocorreram na experiência do usuário. Sim, hoje há uma qualidade de imagem infinitamente superior e um sistema de som de melhor qualidade. Da mesma forma, há uma grande quantidade de canais de forma que há programas para cada perfil de espectador. Como ir além disso?

A resposta pode estar em um sistema de busca perto de você. Que tal substituir o seu controle remoto pelo celular e utilizar o Google como mecanismo de busca de canais? Essa é a principal proposta do Google TV, projeto que aos poucos vai ganhando vida e deve se tornar realidade em 2011.

Uma prévia foi apresentada neste ano durante a ComicCon. O Google TV deve funcionar como um elo entre as atuais TVs e os computadores com acesso a internet. Marcas como Logitech e Sony já prometem fabricar o que for necessário para mudar o jeito de assistir televisão. Assim, a marca do Playstation 3 fica com o televisor Bravia e a Logitech com a “caixa Google” propriamente dita, para quem não quiser desembolsar alguns milhares em dinheiro para comprar uma televisão já adaptada.

iPod, iPhone, iPad... e iTV?

Como todo mercado prestes a ser desbravado é natural que não exista apenas um concorrente. E, nesse caso, a briga da Google promete ser acirrada com ninguém menos do que a Apple. A empresa de Steve Jobs já possui uma experiência similar em prática, conhecida como Apple TV, mas que nunca vingou como era esperado.

Filmes on demand

Fonte: Apple

O sistema esta sendo redesenhado e deve ganhar um novo formato em breve. Alguns rumores apontam que ele pode ser anunciado já em setembro, juntamente com os novos iPods. Porém, independente da data de lançamento, a novidade deve se tornar realidade somente no próximo ano.

Assim como acontece com os três portáteis mais populares da empresa, a expectativa é que o novo set box da Apple também traga como sistema operacional o iPhone OS 4. Com isso a iTV, nome ainda extraoficial, deve ter o iTunes como porta de entrada, integrando-se totalmente aos demais aparelhos da empresa.

Conteúdo sob demanda

Outra vertente que deve ganhar força nos próximos anos é a do conteúdo sob demanda. Funciona da seguinte forma: a partir do seu aparelho de TV você tem acesso a locadoras de filmes, programas específicos e jogos. Para comprar qualquer um deles basta efetuar uma transação eletrônica, mos moldes do e-commerce.

O sistema já é adotado nos Estados Unidos com relativo sucesso e ganha cada vez mais adeptos. O formato é similar ao das TVs por assinatura, mas é ofertado ao cliente de forma que ele mesmo possa escolher o que e quando deseja ver, pagando apenas por isso. O modelo de negócios deve ser adotado também pela Google e pela Apple.

E no Brasil?

O impacto das novas tecnologias não deve ser significativo no país no próximo ano. Se produtos como o iPad ainda nem chegaram oficialmente por aqui, é natural que tanto o Google TV quanto a iTV demorem um pouco mais para serem comercializadas por aqui.

No entanto isso não significa que não teremos novidades. Pelo contrário. Empresas como a NET e a Telefônica já dispõem de serviços similares que devem ganhar mais destaque em 2011. Durante a ABTA 2010, feira que reuniu as principais empresas do setor em São Paulo, no último mês, diversos produtos on demand foram apresentados.

A Telefônica apresentou um serviço intitulado One Vídeo. Trata-se de uma espécie de disco rígido que permite adicionar diversas funções ao aparelho de TV, como navegação na internet e conteúdos exclusivos sob demanda.

O One Video permitirá ainda aos usuários ver vídeos e fotos armazenadas em um dispositivo removível, como pendrives e HDs externos, via entrada USB ou ainda acessar conteúdos via Wi-Fi. O conteúdo exclusivo deverá ser fornecido por diversas empresas parceiras que estão em negociação.

Em se tratando de banda larga e TV por assinatura, a NET apresentou ainda na ABTA 2010 um serviço de streaming de conteúdo para smartphones e iPads. Desenvolvido pela Cisco em parceria com a FingerTips, o sistema permitirá a navegação pela programação da NET via Wi-Fi, possibilitando o acesso a programas on demand.

2011: o ano em que faremos a convergência?

Ainda é cedo para afirmar que os serviços das duas empresas vão mesmo conseguir transformar radicalmente a experiência do usuário de consumir a programação de TV. No entanto, diante das múltiplas possibilidades é natural pensar que a ideia de convergência nunca esteve tão próxima da realidade.

Além de apresentar novos conceitos é preciso esperar para ver de que maneira os espectadores irão reagir e interagir com cada uma das novidades. E, para que a revolução seja completa, é preciso que a maioria se habitue a novo jeito de ver TV.

Você estaria disposto a mudar seus hábitos de assistir a programação de TV? Qual seria o modelo ideal de TV para o futuro? Participe com a sua opinião no espaço de comentários.

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