Operadoras da América Latina terão que investir R$ 483 bilhões até 2020

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Os mercados de dispositivos móveis na América Latina vêm tendo grande aceleração na adoção de smartphones e uma rápida migração para o uso de redes móveis, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria GSMA e revelada na 42ª edição de seu encontro plenário em Quito, no Equador. De acordo com o estudo, será necessário que as operadoras dobrem seu ritmo de investimentos para suprir a demanda por serviços nos próximos seis anos.

Os dados do relatório indicam que as empresas desembolsaram uma soma de US$ 96 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) em melhorias na região nos últimos seus anos. Para que consigam fornecer serviços de qualidades para o mercado crescente, no entanto, as operadoras terão que gastar mais US$ 193 bilhões (aproximados R$ 483,4 bilhões) até 2020.

Segundo Amadeu Castro, diretor da GSMA para o Brasil, o investimento desse valor é fundamental para que a infraestrutura aguente o que se espera de expansão no uso dos serviços de telefonia e internet móvel. “Se não ocorrer esse investimento, com certeza haverá problemas de qualidade”, pontua.

Grande futuro

Hoje, as redes 2G são responsáveis por atender 60% das 718 milhões de conexões móveis da América latina. No entanto, esse tipo de tecnologia representará somente 20% do total daqui há seis anos, quando o número de linhas habilitadas deve somar em torno de 956 milhões e as redes 3G e 4G devem ganhar espaço.

Atualmente, as redes de terceira geração são utilizadas por 39% dos usuários presentes entre o México e a Argentina, enquanto as de quarta geração representam apenas 1% das conexões. Ainda assim, as vendas de smartphones na América Latina estão entre as maiores do mundo e as previsões indicam que em 2020 a região terá a segunda maior base instalada, perdendo apenas para a Ásia do Pacífico.

O Brasil é o maior mercado de telefonia móvel na América Latina, com um terço da base de usuários únicos da região. O país é seguido pelo México, Argentina, Colômbia e Venezuela. De acordo com a Cisco, no território tupiniquim já há cinco vezes mais conexões de banda-larga móvel do que de sua variante fixa e essa diferença deve aumentar ainda mais no futuro, o que só aumenta a importância de uma infraestrutura robusta.

Servindo de exemplo

“As operadoras da América Latina demonstraram seu comprometimento com os mercados em que operam ao sustentar investimentos mesmo enquanto encaram margens mais estreitas e maior competição”, disse Anne Bouverot, diretora geral da GSMA. Ela também ressalta que é necessário termos transparência e estruturas regulatórias sustentáveis para encorajar mais melhorias nas capacidades das redes e na sua cobertura.

Para Castro, o fato de o Brasil ser o maior mercado da região faz com que ele se torne uma referência para os vizinhos, de forma que as decisões de regulamentação adotadas pela Anatel tendem a repercutir nas instituições similares dos demais países latinos. Ele ressalta, por fim, que os processos de regulação vêm se tornando cada vez mais detalhados e a burocracia atrapalha a aplicação de inovações tecnológicas.

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