Empresa canadense cria software que gera fotos melhores com lentes menores

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Imagem: VisualLab

Uma parceria entre a Universidade da Colúmbia Britânica, do Canadá, e da empresa canadense Algolux deu origem a uma nova tecnologia que pode transformar a forma como os smartphones tiram fotos. Com a novidade, será possível usar os dispositivos móveis para capturar imagens com níveis de claridade e detalhes que antes eram exclusivos de aparelhos com lentes tradicionais muito maiores e mais caras.

Com seu software Virtual Lens, a Algolux pretende ajudar a simplificar o design de lentes trocando hardwares mais complexos por algoritmos especiais. A estrutura utilizada nos aparelhos modernos consiste de até 24 elementos ópticos individuais, que são necessários para compensar as deformações geométricas e cromáticas causadas por uma lente.

A nova tecnologia usa os algoritmos para remover esses defeitos após a captura das imagens, o que permite que o design das lentes seja menos complexo e, portanto, facilita o uso de peças menores, mais leves e baratas. Dessa forma, a novidade é particularmente interessante para os fabricantes de smartphones, que sofrem com a falta de espaço para o hardware de seus aparelhos.

Explicando a bruxaria

O algoritmo da Algolux consegue estimar as funções de espalhamento de pontos (PSFs, na sigla em inglês), que costumam ser espacialmente variáveis, para cada canal de cor. Com isso, eles podem então usar um motor de deconvolução customizado para corrigir as deformações. Assim, se uma imagem parecer borrada porque seus canais RGB não se alinharam perfeitamente, o Virtual Lens pode realinhá-los para criar uma foto mais detalhada.

Já o Virtual IS, outro projeto da Algolux, usa uma câmera secundária para rastrear os micromovimentos da câmera que fazem com que a imagem fique borrada e então usa essa informação para eliminar o defeito. Nenhuma das tecnologias da empresa canadense já chegaram a produtos finalizados, mas uma rodada de financiamento recente rendeu à companhia um investimento de US$ 2,6 milhões, o que certamente vai acelerar o processo.

“Nós decidimos que ao invés de simplesmente tentar atingir uma óptica mais simples, tentaríamos substituir completamente os sistemas mais complexos das câmeras, que são muito caros e grandes. E as lentes dos celulares apresentam deformidades bem fortes”, explicou Feliz Heide, membro da equipe envolvida no desenvolvimento das tecnologias.

Menos é mais

Para os fabricantes de smartphones, a novidade torna possível oferecer qualidades superiores de fotografia mesmo nas câmeras já existentes, bastando a inclusão do novo software nos aparelhos. Além disso, as tecnologias também permitem a criação de componentes menores e mais baratos para dispositivos móveis.

“De um ponto de vista de comercialização, você pode obter fotos melhores e mais claras sem mudar nada no hardware óptico que estão atualmente disponíveis nos aparelhos. Ou, com ligeiras mudanças nessas peças, você poderia atingir uma qualidade superior ou ainda maior. Seria possível fabricar módulos de câmera mais baratos e celulares mais finos, mas manter ou até aprimorar a qualidade das imagens”, disse Paul Green, CTO da Algolux.

Segundo o CEO da empresa, Allan Benchetrit, atualmente eles estão concentrados no mercado de smartphones e tablets e obtiveram respostas entusiasmadas dos fabricantes desse tipo de aparelho. “A reação tem sido ‘vocês podem lançar isso o mais rápido possível?’”, pontuou.

E quando chega?

Com o dinheiro obtido na rodada de financiamento, a Algolux pretende finalmente prosseguir para a comercialização das tecnologias. A companhia pretende disponibilizar dois protótipos para os fabricantes antes do final deste ano, com planos de que os novos recursos sejam disponibilizados em smartphones e tablets já em 2015.

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