Conversamos com um professor de TI sobre o mercado de hoje no Brasil

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Quem está atuando, na faculdade, indo para o vestibular ou simplesmente é autodidata na área pode comemorar: o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) registrou um crescimento de 9,2% em 2015, contra os 5,6% da média global. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), que cita ainda que o país lidera o ranking de investimentos na América Latina.

Para entender melhor o panorama do mercado e o tipo de profissional de TI que mais deve se dar bem hoje em dia no país, o TecMundo conversou com o diretor acadêmico dos cursos de MBA da Fiap, Eduardo Endo. Veja a seguir o nosso papo e anote as dicas para sair em disparada em busca de um futuro na área.

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TecMundo: Por que o Brasil está com números tão positivos na área de TI?

Eduardo Endo: A previsão é de crescimento, mas ele é menor do que havia sido registrado no ano passado, então não podemos nos empolgar. Mas é fato que ainda existe uma grande onda de investimento de tecnologia no Brasil nas empresas e até mesmo iniciativas de startups que acabam impulsionando essa onda de criar soluções de tecnologia. Além disso, trazendo um contraponto, a perspectiva de crescimento de vendas de smartphones não vai ter nenhum crescimento neste ano, vai ficar estagnada, enquanto o mercado de TI vai crescer, mesmo que não tão acelerado.

O professor Eduardo Endo.

O profissional brasileiro tem alguma característica única ou peculiar que o destaque?

Os profissionais de TI tem uma característica mundialmente falando de serem profissionais com pouca competência de comunicação, sendo bem mais técnicos do que de relacionamento. Só que o brasileiro, talvez muito por conta da cultura latina, tem por si essa competência de relacionamento, de presença nas apresentações, que atrai muito no mercado. Isso vale para todas as áreas, mas no TI vale bastante. Ela cria um contraponto.

O que as empresas procuram nos perfis dos profissionais?

Hoje o perfil técnico procurado envolve bastante o big data, uma área da tecnologia que vem mais que crescendo, é um campo a ser muito explorado em todas as áreas. Além disso, profissionais da área de aplicativos mobile, para smartphones e tablets, são bastante requisitados não só pelas grandes corporações, mas também pelas agências. Muitas startups estão crescendo aqui no Brasil e tem um viés com pessoas de muitas ideias e modelos de negócios. Aí muitas acabam caindo num aplicativo.

O campo de segurança da informação é um assunto que cada vez mais está em alta. Veja que até o Mark Zuckerberg teve recentemente o próprio perfil hackeado. E tem ainda o arquiteto de tecnologia corporativo, que conhece de negócios e trabalha ajudar a empresa a decolar, conhece bastante do mercado. Em todas as áreas, o mercado necessita de profissionais gabaritados e há uma dificuldade enorme para achar. Se você quer ter um bom salário e bastante procura, essas áreas são as de investimento.

Até Zuckerberg foi vítima da falta de segurança.

Qual a forma de se mostrar para essas empresas?

Existem vários modelos tradicionais, como cursos de curta duração. Hoje no desenvolvimento existem muitos cursos online, plataformas onde você pode aprender. O conhecimento hoje, na minha opinião, está disponível para todo mundo, está aberto na internet. Então qual a diferença? É a certificação. Dado que o conhecimento é para todos, o mercado usa isso como diferencial na concorrência.

Para a empresa te chamar, a certificação abre portas, mas já na empresa, qual a capacidade das competências das peso que não estão relacionadas às competências técnicas? O que faz diferença é relacionado com gestão, administração, visão muito maior sobre como funciona a empresa. E dever da faculdade de fomentar esse networking com disciplinas.

O profissional do TI deve ser encorajado a empreender?

Hoje o que as empresas procuram são profissionais dando ideias, buscando invocações no mercado e fazendo parte cada vez mais do dia a dia da empresa. Acabou esse negócio de o gerente ou diretor ter sempre a verdade absoluta. A gente espera cada vez mais que o colaborar tenha esse conceito de empreendedorismo para dar ideias factíveis a serem implementadas.

E eu tenho observado cada vez mais dos nossos alunos essa vontade de empreender e ter seu negócio próprio. Muitas vezes, a pessoa já tem o conhecimento da tecnologia, ou seja, conseguiria implementar muita coisa por ter a faca e o queijo na mão, e só o que falta são as ideias, essa parte empresarial.

O mundo de serviços vai se sobressair e ele está cada vez mais relacionado com a tecnologia

O mercado hoje está bom no Brasil, mas essa tendência é a futura também?

Várias grandes empresas ainda têm diversas iniciativas relacionadas e o público agora quer soluções automatizadas de tecnologia. Agora você vê a geração Y ficando velha e tendo filhos e responsabilidades. A que está chegando agora ao mercado não gosta de contato, ficar ligando para o banco e por aí vai. Coisas como o NuBank, que são mais tecnológicas e informatizadas, fazem sucesso porque a geração não gosta dessa relação de falar — e eles estão começando a mostrar o poder de compra. A tendência então é o serviço que se adeque às novas gerações. Nos próximos dez anos, não tem corretor de seguros vendendo seguros, você vai fazer isso pela internet. O mundo de serviços vai se sobressair e ele está cada vez mais relacionado com a tecnologia.

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O professor Eduardo Endo ministrará o curso “IT & Business Jobs, modo disrupção” na Fiep a respeito do mercado atual e futuro. Clique aqui para mais informações.

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