Spammers voltam no tempo e começam a atacar por cartas

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(Fonte da imagem: ShutterStock)

Abrir a sua caixa de emails dá até desânimo, de tanto spam que você recebe? Pois saiba que a tecnologia dos spammers está começando a fazer um caminho reverso. Depois de atingirem a imensa maioria das contas de email do mundo, agora as mensagens com golpes estão chegando às caixas de correio. Você não leu errado, estamos realmente falando de cartas enviadas pelos serviços postais.

A grande maioria das mensagens segue um padrão que parece atrair boa parte das pessoas. Em vez dos famosos “você é o nosso usuário número 100.000”, neste caso a tática dos spammers explora a oportunidade de ganhar dinheiro fácil com a herança de alguma pessoa distante (preste atenção, não há relação familiar) que não tinha herdeiros – sim, você já viu essa história em filmes de Hollywood.

Quem quer ser um milionário?

Existe um padrão seguido pelas cartas. Elas geralmente começam com a apresentação de um suposto executivo de alto escalão de bancos internacionais (na que recebemos, tratava-se de um bando da Malásia). O executivo começa a carta dizendo que teve bastante trabalho para encontrar o destinatário, visto que a única informação que ele possuía era o sobrenome da pessoa que deixou a herança.A carta recebida pela equipe do Tecmundo. Clique sobre este link para vê-la ampliada

Há vários tipos diferentes de textos, mas eles seguem a mesma estrutura. A carta que chegou até a equipe do Tecmundo diz que alguém com o mesmo sobrenome do destinatário possuía investimentos milionários no referido banco malaio e, como não há herdeiros, 20% do dinheiro que foi acumulado poderia ser de quem recebeu a carta – novamente, em nenhum momento é falado de parentesco.

Também é informado que o dinheiro ficou sendo multiplicado, pois depois de um investimento inicial realizado há vários anos, a pessoa com o mesmo sobrenome da vítima (neste caso, quem recebeu a carta) acabou falecendo e o dinheiro nunca mais foi resgatado.

Promessa de dinheiro fácil, mas não muito

Na carta que recebemos, o valor mostrado era de 15 milhões de dólares americanos. Mas ele não seria apenas transferido para a sua conta, pois existem alguns trâmites legais que precisam ser respeitados – é o que diz o texto. Como o valor não foi reclamado por ninguém em vários anos, o governo do país em que fica o banco (Malásia, no caso) poderia retê-lo – o que seria ruim para todos os envolvidos.

E é por isso que os destinatários das cartas são tão importantes. Já que o sobrenome das duas pessoas é o mesmo, o suposto banco afirma que pode entrar com uma ação reclamando os direitos do dinheiro. Dessa forma, a instituição ganharia uma quantidade enorme de dinheiro e a vítima ficaria com 20% do valor. Seria uma ótima recompensa por um sobrenome, não?

(Fonte da imagem: iStock)

Ao final do texto, o spammer ainda diz que espera ansiosamente por algum contato, seja por telefone ou por email. Supõe-se que, desta forma, os golpistas consigam extrair informações preciosas. Prometendo dinheiro fácil, devem ser pedidos dados bancários e senhas, o que vai gerar prejuízos para as vítimas do golpe.

De onde vêm as cartas?

Não é possível afirmar exatamente de onde vêm as cartas, pois elas não possuem remetente. Em uma observação da carta recebida por nós, o spammer diz que pediu para um amigo que mora na Inglaterra postar a carta para o Brasil – no texto é dito que dessa forma o governo da Malásia não poderia interceptá-la. Há um selo britânico no envelope, mas não podemos afirmar se o golpista é realmente de lá.

Cuidados que devem ser tomados

Caso você receba uma carta que possui um texto similar ao que revelamos aqui, tome os mesmos cuidados que tomaria ao receber um email malicioso. Ignore tudo o que está escrito nele e não responda ou entre em contato de maneira alguma. Assim que realizar a ligação ou enviar um email, os golpistas saberão que você está vulnerável ao golpe e, certamente, farão de tudo para causar danos.

Repetimos: não entre em contato com os spammers. Não existe lei em país algum que permite a participação em heranças de pessoas que não fazem parte da família da pessoa falecida. Somente um sobrenome não convencerá um governo de que você possui direitos sobre a propriedade alheia.

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