Na Índia: selfies são banidas de áreas de Mumbai após morte de 19 pessoas

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Ame ou odeie o termo, o fato é que as selfies são um dos grandes fenômenos da atualidade, se tornando algo natural para os mais jovens, conquistando pessoas de outras gerações e aparecendo de forma massiva nas redes sociais. Os autorretratos com o celular, no entanto, têm feito com que alguns praticantes acabem indo longe demais em busca da foto perfeita e acabem arriscando sua vida por um clique. A solução? Segundo o governo da Índia, impor um banimento nas selfies em nome da segurança.

Alguns aficionados pela atividade podem achar que é um exagero tomar medidas tão extremas para tratar de casos isolados, afinal, o perigo na hora de tirar uma fotografia de si mesmo é mais uma exceção do que regra, certo? Bem, não exatamente. Enquanto episódios como o da jovem brasileira que não deixou o Snapchat de lado depois de sofrer um capotamento podem dar uma prévia da falta de noção, é só quando alguém morre na brincadeira que se percebe o quanto a situação é séria.

Nos últimos tempos, as notícias desse estilo não param, com pessoas se afogando por conta de selfies ou dando origem a verdadeiras compilações mórbidas com esse tema. Dos 49 incidentes registrados desde 2014, a Índia é a campeã de ocorrências, com 19 mortes relacionadas de alguma forma aos autorretratos digitais. No ano em que o relatório começou a ser feito, três estudantes foram mortos por um trem em alta velocidade quando pararam para tirar uma foto em seu caminho para o Taj Mahal.

Tempos depois, outro estudante faleceu devido a traumatismo craniano depois de subir em uma pedra para tirar uma selfie e acabar caindo do local. Mais recentemente, há apenas alguns meses, uma mulher se afogou em um ponto turístico da cidade – morte semelhante a de dois amigos que se desequilibraram e caíram em uma represa durante uma tentativa de clique. Assim, não é de se estranhar que o país tenha listado 16 zonas de Mumbai como estritamente proibidas para a prática e criado multas para quem decidir insistir na ação.

Lei e desafios

Com uma densidade demográfica absurdamente alta – por volta de 1,25 bilhão de habitantes – e sendo um dos mercados mundiais em que os smartphones se popularizam mais rapidamente, dá para entender a preocupação das autoridades em impedir que os acidentes desse estilo fujam do controle. Desse modo, a polícia da capital indiana declarou que qualquer área avaliada como perigosa na metrópole não possa servir de cenário para as selfies – principalmente barrancos e regiões do litoral que não possuem proteção ou grades.

Mesmo com o risco de morte, a ampla sinalização e a vigilância periódica dos agentes da lei, turistas e moradores locais ainda são vistos tentando fazer a selfie perfeita nesses pontos. Essa persistência na atividade pode ser resultado da tradicional petulância dos jovens, desafiando a nova medida pela adrenalina de poderem ser pegos a qualquer momento, ou do fato de as pessoas estarem realmente viciadas nesse tipo de fotos e não acharem que algo de mal vai acontecer com elas.

O valor relativamente baixo da multa também pode ser um dos motivos que leva os cidadãos a ignorarem o perigo. Isso porque a taxa indicada pelo governo para ser cobrada de infratores é de apenas 1,2 mil rupias indianas, algo em torno de R$ 68,60. De qualquer maneira, vai ser preciso aprender a lidar com as selfies, já que especialistas do país acreditam que a moda não deve desaparecer tão cedo. O psicólogo Keerti Sachdeva, por exemplo, diz que a busca por amor e aceitação dos adolescentes deve manter a popularidade da prática em alta.

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