Celular roubado, privacidade invadida

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Há não muitos anos, celulares não eram capazes de fazer tantas coisas como são hoje. Antes você enviava mensagens e guardava números na agenda do seu “tijolo”. Hoje é possível tirar fotos, calcular uma rota via GPS, monitorar batimentos cardíacos, tudo por meio de aplicativos do iPhone. Em suma, quanto mais o tempo passa, mais os telefones de bolso se assemelham a computadores.

Assim como esses, celulares e smartphones também armazenam dados. Óbvio. Essa semelhança não para por aí pois, tal como num disco rígido, há como recuperar dados apagados pelo usuário. Em outras palavras, apagar um arquivo é impedir você mesmo de acessá-lo, mas ele continua gravado até que aquele espaço seja solicitado por outro arquivo. Portanto, mesmo com tudo apagado existe um jeito de recuperar essas informações.

Imagine o seguinte: você trocou seu aparelho e vendeu o antigo para um parente de sua namorada. Ela é extremamente ciumenta e sabe que pode descobrir tudo o que havia dentro do celular antes de você vendê-lo.

Perseguição!

O que acontece? Ela lê mensagens apaixonadas de uma ex-namorada e começa a exigir explicações suas sobre o assunto. Não é um perigo? Então imagine se essas informações caíssem nas mãos de um bandido! Principalmente no caso de smartphones, sua vida inteira pareceria um livro aberto para o sacripanta!

Determinados aplicativos são usados para rastrear os movimentos de alguém via satélite, tal como o Latitude - da Google. Ele possibilita que você saiba onde seus amigos estão naquele mesmo instante - e vice-versa. O problema é que, mesmo desabilitando o rastreamento, o Latitude continua a registrar os lugares por onde você passa.

Ou seja, em caso de celular roubado, o meliante descobre onde você mora, estuda, trabalha e até quais caminhos você faz com mais frequência! Isso somado aos dados da agenda de compromissos pode indicar quando sua casa está vazia (e pronta para ser roubada sem problemas) e em qual horário você sai do trabalho (informação ideal para um sequestro).

Você pode não acreditar, mas você não foi a única pessoa do mundo que achou genial a ideia de guardar senhas importantes disfarçadas como contatos na agenda. Na realidade, a maioria das pessoas sequer tem a preocupação de camuflar essa informação. Por exemplo, a senha de Fulano no “Banco X” é “123456”. A agenda apresenta a entrada “BX” indicando o número “9012-3456”.

Há softwares capazes de descobrir dados perdidos

Não, destruir o chip não resolve o problema: eles podem ser reconstruídos e algumas de suas informações são recuperadas através do próprio aparelho. Se você quiser trocá-lo sem perigo é necessário reciclá-lo. Existem empresas especializadas nisso, porém as principais ficam na China e Nigéria.

Identificação biométricaUma solução mais esperta para proteger dados confidenciais é ativar as configurações de segurança do seu celular - algo que ninguém faz. Dependendo do modelo, elas conseguem criptografar as informações e impedir sua recuperação por ladrões mais bobos. Contudo, ladrões nerds conseguem recuperá-los com facilidade, fato que levou várias empresas a pesquisar novas maneiras de criptografar informações.

Rumores dizem que a Apple talvez ponha algum tipo de identificação biométrica em futuros modelos do iPhone (leitor de impressão digital, por exemplo). No Brasil isso pode parecer exagero, mas em países do leste da África, Filipinas e Afeganistão as pessoas realizam transferências bancárias via celular - algo que está ficando comum pelo mundo.

Portanto, tome muito cuidado com as informações que você guarda no celular. Mas, principalmente, preste atenção nos aplicativos que instala, assim como nas opções apresentadas pelo seu aparelho para aumentar sua segurança - algumas empresas permitem que o usuário avise quando o celular é roubado para que seja possível bloquear as informações armazenadas.

Você se preocupa com as informações contidas no seu celular? Quais os perigos que você enfrentaria caso o seu fosse roubado?

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