Estudo diz que pulseiras erram feio (e rude) ao ler sua frequência cardíaca

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Imagem: Fitbit

Se, para você, saber com precisão a sua taxa de batimentos cardíacos durante a prática de exercícios é uma questão de vida ou morte, talvez seja a hora de deixar relógios inteligentes, smartbands e outros monitores fitness de pulso de lado. Pelo menos é isso o que diz um estudo publicado no último dia 12 na seção de cardiologia do Journal of the American Medical Association (JAMA) – um periódico científico de publicado pela Associação de Medicina Norte-Americana.

Mesmo que dispositivos como Fitbit e companhia tenham se popularizado rapidamente e se tornado um acessório quase que essencial para esportistas, corredores, frequentadores de academia e entusiastas da vida saudável em geral, aparentemente eles não têm uma taxa tão boa de acerto na medição da frequência cardíaca do usuário. A pesquisa foi feita a partir de testes feitos com 50 adultos saudáveis e avaliou quatro representantes de destaque da categoria: Apple Watch, Fitbit Charge HR, Mio Fuse e até o cancelado Basis Peak.

Mio Fuse: bonitinho, mas ordinário?

Para avaliar as diferenças de performance entre os gadgets – e deles em relação a soluções mais tradicionais de monitoramento –, os integrantes do estudo foram colocados em esteira e caminharam/correram durante períodos variados, com velocidade entre 3 km/h e 10 km/h. Dessa forma, foi ainda mais fácil notar a falta de exatidão desses tipos de dispositivos em cenários nos quais o coração do “paciente” era mais ou menos exigido.

No caso de exercícios mais exigentes, a coisa desanda em uma proporção bastante considerável

Em descanso ou durante atividades moderadas, a discrepância da medição real para a dos acessórios tecnológicos foram relativamente pequenas, com uma média de erros que varia entre oito batimentos a mais ou sete batimentos a menos, por minuto, do que a leitura feita por cintas peitorais, por exemplo. No caso de exercícios mais exigentes, a coisa desanda em uma proporção bastante considerável.

Falta precisão, mas sobra utilidade

Na comparação direta com eletrocardiogramas convencionais, o Apple Watch e o Mio Fuse se mostraram errados em 95% do tempo, anotando marcas que chegam a estar 27 a 29 batidas acima ou abaixo do monitoramento real. Não pense que os outros brinquedinhos se saem melhor que essa dupla ao tentar fazer a medição sob as mesmas circunstâncias, já que o Fitbit Charge HR fica entre 24 e 39 batimentos da leitura mais fiel e o Basis Peak mostra um desempenho na casa dos 33 a 39 batimentos fora da análise correta.

Com esses dados em mãos, o doutor Marc Gillinov, cirurgião cardíaco e coautor do estudo, afirmou que esses medidores de pulso “não devem ser usados para diagnosticar ou tratar nada”, já que as informações trazidas por eles são, no mínimo, imprecisas. Desse modo, a pesquisa sugere que esses gadgets inteligentes fiquem restritos, se possível, a um uso “recreativo” – seja na sua corrida matinal ou durante a sessão de musculação da semana.

Os sensores do Apple Watch não evitam que ele seja impreciso

Calma, ainda não precisa jogar fora seu novo brinquedinho de pulso – ainda mais porque eles custam algumas centenas ou milhares de reais! Apesar do alerta bastante interessante feito pelo artigo publicado na JAMA, esses dispositivos ainda têm propósitos bem nobres. Como afirma o psicólogo clínico Joshua Klapow, a melhor maneira de fazer com que as pessoas mantenham hábitos saudáveis é deixar que elas monitorem como o seu corpo reage aos exercícios – mesmo que essa não seja a medição mais precisa da face da Terra.

Já deu seus passos por aí hoje?

Afinal, quantas vezes você não andou um quarteirão a mais ou fez um percurso mais longo para casa apenas para bater a sua meta de passos do dia, hein?

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