True 3D: tecnologia VR para medicina vai ajudar em diagnósticos e cirurgias

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Revelada pela EchoPixel no início do ano passado e desenvolvida em parceria com a HP, a tecnologia True 3D parece cada dia mais perto de deixar a fase de testes para ser aplicada em larga escala, por todo o mundo. Trata-se de uma plataforma de realidade virtual voltada especificamente para o setor de medicina e que busca auxiliar os profissionais da área em tarefas como diagnósticos e cirurgias – principalmente em casos em que é preciso olhar dentro do paciente.

Atualmente, mesmo com avanços substanciais na indústria da saúde, os médicos continuam a depender de técnicas e recursos arcaicos para visualizar imagens que registram o interior do corpo humano. Ao tirar um raio-X ou fazer uma ressonância magnética, por exemplo, o responsável pelo caso precisa resolver um problema que ocorre em ambiente tridimensional a partir de uma figura 2D – seja ela impressa ou mostrada em camadas na tela do computador.

Médico operando o sistema desenvolvido pela EchoPixel

Isso faz com que seja bem mais complicado verificar a posição correta de um nódulo ou analisar o surgimento de alguma mancha de proporções reduzidas em um determinado órgão, por exemplo. “Não há motivo para que os médicos continuem a olhar para imagens 2D em pleno 2016”, comentou Sergio Aguirre, CTO da EchoPixel, em um dos vídeos de divulgação do seu produto. A ideia do True 3D, então, é permitir que profissionais possam conferir os scans de seus pacientes em uma representação totalmente 3D.

O conceito não é inédito e muito menos novo, mas tem diferenciais

Não, o conceito não é inédito e muito menos novo, mas é a primeira vez que se cria toda uma plataforma em volta desse tipo de empreitada. O grande diferencial desse projeto? A capacidade do médico em dar destaque a qualquer parte do corpo e manipular com uma boa liberdade todas essas “peças” tridimensionais. Afinal, fica muito mais fácil avaliar a situação se for possível tirar algumas costelas e músculos da frente, não é?

Parece AR, mas não é!

O software, que já foi devidamente aprovado pelo FDA – espécie de Anvisa norte-americana –, funciona de forma relativamente simples, coletando os dados obtidos através de sessões de ressonância magnética ou tomografia computadorizada e criando uma versão digital e “holográfica” deles. Embora boa parte da descrição do sistema e até mesmo o próprio vídeo do programa – que você pode conferir mais acima – indiquem que se trata de algum tipo de realidade aumentada, tudo funciona, na verdade, como VR.

A diferença aqui é que, em vez de um headset de realidade virtual, o médico precisa vestir óculos 3D que é conectado a um display Zvr, da HP. Esse kit, aliado a um tipo de caneta stylus e a uma workstation também da HP, faz com que o profissional enxergue um ambiente em que ele pode interagir livremente com a cena. Desse modo, radiologistas, cardiologistas e outros especialistas da área podem destrinchar toda a anatomia do paciente de uma forma mais rápida e consideravelmente mais precisa do que nas soluções convencionais.

O nível de detalhamento nas imagens é fantástico

Um dos usos mais promissores da tecnologia pode ser a detecção de câncer no cólon

Nos EUA, o True 3D já está sendo usado em uma série de hospitais, seja para facilitar o trabalho de preparação das delicadas cirurgias de fígado ou para auxiliar pediatras na tarefa de ter todos os dados de antemão a respeito de uma operação em um bebê com problemas no coração ou no pulmão. Um dos usos mais promissores da tecnologia, no entanto, pode ser na detecção precoce de casos de câncer no cólon, já que muitas pessoas ainda têm medo, vergonha ou preconceito de fazer uma colonoscopia.

Por enquanto, a EchoPixel tenta encontrar mais investidores para que seja possível ampliar a área de atuação da sua plataforma VR. Segundo a companhia, o produto já está em fase de aprovação na Europa e pode chegar logo a outras partes do mundo, em um sistema de assinatura que custa cerca de US$ 25 mil anuais – algo como R$ 80,5 mil, em conversão direta. Para quem achava que a realidade virtual servia apenas para games, Reid Oakes, chefão da divisão de saúde da HP, avisa: “A tecnologia tem o poder de transformar vidas”.

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