O fim dos códigos de barras!

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Nos dias de hoje, os códigos de barras no preço dos produtos já fazem parte da sua rotina. Mas, nem sempre foi assim. A invenção que surgiu na metade da década de 70 nos Estados Unidos e que chegou ao comércio brasileiro no final da década de 80, passou por poucas transformações ao longo das duas últimas décadas e, num futuro próximo, já poderá ser considerada obsoleta.

Mas qual será a tecnologia que irá substituí-la e irá lhe acompanhar nas suas compras do dia a dia? E mais, quais as vantagens em substituir uma tecnologia que hoje é aplicada em praticamente 90% dos estabelecimentos comerciais por outra mais moderna, mas acessível, pelo menos num primeiro momento, para grandes redes de comércio? Os resultados dessas tecnologias do futuro é o que você irá conferir neste artigo.

Decifrando os códigos atuais

O código de barras que conhecemos e utilizamos até os dias de hoje foi utilizado pela primeira vez na década de 70, nos Estados Unidos. Fruto de quase 30 anos de pesquisas, o sistema foi utilizado pela primeira vez na manhã de 26 de junho de 1974 pelo cliente de um supermercado na cidade de Troy, no estado de Ohio.

Sua aquisição foi um pacote com 10 chicletes. A venda do produto por meio desse sistema é considerada um marco para o comércio varejista e o pacote de chicletes ganhou um lugar na história, indo parar no Smithsonian Insititutes National Museum of American History, um dos museus norte-americanos mais importantes e que reúne artefatos e coleções que ajudam a contar parte da história do país.

Compras online também utilizam códigos de barra



No Brasil, a implantação desse sistema acontece mais de 10 anos depois. Foi na segunda metade da década de 80 que o sistema de código de barras começou a ser implantado em lojas de varejo e supermercados, tornando-se popular nos anos 90 com a completa informatização de diversos segmentos varejistas.

O princípio do seu funcionamento é bastante simples e segue as determinações de um código internacional de numeração, o torna possível a mesma leitura em um produto tanto aqui quanto em um país distante como o Japão, por exemplo. As barras do código nada mais são do que a representação gráfica de um código alfanumérico.

Sua decodificação é feita por meio de um scanner que emite um raio de luz vermelha que “lê” o conteúdo exibido nas barras. O código de barras pode ser expresso de várias maneiras, mas a mais conhecida delas é o EAN-13, composto por 13 dígitos.

Uma nova tecnologia a caminho: o personal shop

A rotina de uma compra em um supermercado é quase sempre a mesma. Primeiro você enche o seu carrinho com os produtos que escolheu. Depois tem o trabalho de esvaziá-lo no caixa e enchê-lo novamente para levar até o seu carro. No carro, mais uma vez, você esvazia o carrinho para acomodar as compras no porta-malas e, finalmente, ao chegar em casa esvaziar o carro e acomodar as compras nos seus devidos lugares. É bem verdade que já é possível montar a sua lista de compras pela internet e evitar todo esse trabalho.

Mas que tal facilitar a sua vida dentro do supermercado, comprando o que bem entender (e é claro, o que o dinheiro permitir) sem precisar circular empurrando um carrinho pesado pelos corredores. A novidade tem nome: chama-se personal shop e já está disponível em fase de testes no Brasil.
Visual do personal shop
A primeira rede de supermercados a adotar a nova ferramenta é o grupo Pão de Açúcar. O novo aparelho se assemelha a um scanner portátil de código de barras, mas ao invés do seu uso ficar restrito às mãos dos funcionários do caixa ou do estoque, o pequeno aparelho vai para as mãos dos clientes.

O personal shop foi desenvolvido pela Motorola e conta com um sistema desenvolvido pela Seal Tecnologia. Os seis primeiros aparelhos estão funcionando, em período de testes em uma das lojas do supermercado Pão de Açúcar, localizada no Shopping Iguatemi, em São Paulo.

Na prática, como funciona?

Antes de iniciar as suas compras, é preciso que o cliente faça um cadastro e informe será irá levar os produtos para casa imediatamente ou se prefere que o próprio supermercado os entregue na sua casa. Feito isso, você irá receber um pequeno aparelho e, com ele em mãos, irá circular pelos corredores do mercado em busca dos produtos.

Ao invés de encher um carrinho com eles, tudo que você precisa fazer é direcionar o leitor do aparelho para o código para o produto desejado. Automaticamente os produtos serão inseridos em sua conta. No visor é informado o preço do produto e, caso queira, é possível alterar a quantidade de cada um deles.

Durante toda a compra é possível visualizar em tempo real qual é o status de preço do que você adicionou ao seu carrinho até o momento podendo, com isso, manter um maior controle sobre os seus gastos. Ao final da compra tudo que você precisa fazer é se dirigir até o caixa para retirar as mercadorias, efetuar o pagamento ou autorizar o débito.

Outra vantagem do sistema consiste em uma lista padrão de itens básicos de compras. Você pode pré-determinar uma lista de itens favoritos em seu histórico de compra para que, nas próximas visitas ao supermercado, nem, precise circular por alguns corredores.

“São várias as vantagens para o cliente, como mostrar o valor total da compra dos itens selecionados sem precisar passar pelo caixa; a opção de levar os produtos pessoalmente ou recebê-los em casa, sendo que nestes casos o cliente pode dispensar o carrinho de compras e armazenar sua lista somente no equipamento”, explica João Edson Gravata, diretor de Operações da rede Pão de Açúcar.

Personalização da compra

Além das opções básicas de compra, o novo sistema de personal shop, como indica o próprio nome, permite a personalização do ato de compra por parte do usuário. Sendo assim, ele poderá receber em sua conta ofertas relacionadas diretamente com o seu perfil, bem como dicas nutricionais e receitas construídas tendo como base os produtos que adquiriu. Outra função importante do aparelho é a geolocalização, ou seja, permite que o usuário visualize no aparelho a localização exata de um produto dentro da loja.

Sistema de compras fica cada vez mais personalizado



“O Personal Shop traz para o Brasil um novo conceito de compras. Com a ajuda de um coletor de dados, capaz de armazenar em sua memória as listas habituais dos clientes Mais, é possível economizar tempo no supermercado e fazer compras ainda mais personalizadas”, explica Joaquim Dias Garcia, diretor de TI do Grupo Pão de Açúcar.

O sistema RFID

O Baixaki já abordou o funcionamento do sistema de RFID em um artigo. Em resumo, a sigla se refere ao termo Radio-Frequency Identification (Identificação por Rádio Frequência) e nada mais é do que uma etiqueta com a função de emissão de um sinal que transfere as informações para um dispositivo leitor.

A preocupação com segurança é sempre constante em sistemas como esse


A tecnologia é ideal para emissões de sinais de curto alcance e, por isso, ideal para utilização em ambientes fechados como grandes lojas de departamento e comércio varejistas. Embora ainda não seja a melhor das opções, graças ao seu alto custo de desenvolvimento, a tecnologia de RFID é a principal tendência do momento e deve aumentar gradativamente a sua evolução ao longo dos anos.

Como está em desenvolvimento, diversos estudos, em especial relacionados à segurança e a criptografia de dados vem sendo realizados e privacidade de informações e invulnerabilidade à leituras externas têm sido algumas das prioridades das pesquisas.

Investimento e retorno a longo prazo

A implantação desse sistema no Brasil é parte de uma política do Grupo Pão de Açúcar que visa reduzir o consumo de energia e aumentar a produtividade de funcionários e colaboradores. Segundo a empresa, até 2011 serão investidos mais de R$ 150 milhões em um processo de transformação tecnológica que inclui troca de equipamentos, substituição de programas de gestão e criação de novos serviços. Como resultado, maior agilidade dos processos e sistemas, além de economia de custos e benefícios a toda cadeia, com economia energia, insumos e consequentemente, menor impacto ambiental.

Para quem imagina que com as novas tecnologias implantadas postos de trabalho serão perdidos, a explicação é simples e prática: em tese, como em todas as fases de uma evolução tecnológica, determinadas posições sofrerão modificações. Não deixarão de existir, mas serão transformadas, exigindo um novo tipo de qualificação e adaptação e flexibilidade por parte dos profissionais às novas tecnologias.

Como em qualquer mudança, ela não deverá ser implantada da noite para o dia. Sua migração deverá acontecer aos poucos e, no meio do caminho haverá espaço para correção de erros e implementação de novos conceitos bem como inclusão de outras tecnologias que possam surgir no meio do caminho. Para os profissionais envolvidos no processo, cabe a tarefa de acompanhar de perto o processo de evolução para que, quando realmente houver uma migração para um novo sistema, eles já estejam preparados e prontos para assumir as novas funções.

O outro lado da moeda: a redução de contato humano

É claro que comodidade e segurança são duas metas que o ser humano vem perseguindo cada vez mais e, graças à evolução tecnológica, vem conseguindo alcançar os seus objetivos com relativo sucesso. Mas, não resta dúvidas, que muitos podem ser perguntar: se estamos substituindo funções que antes eram realizadas por pessoas pelo trabalho mecânico das máquinas, não estaremos diante de um afastamento cada vez maior do ser humano?

A resposta para essa pergunta é complicada e há vários pontos de vista válidos que podem ser levados em consideração antes de emitirmos qualquer opinião definitiva sobre o assunto. Se por um lado as novas oportunidades afastam o ser humano de tarefas repetitivas e cansativas que podem, sim, muito bem ser automatizadas, por outro lado é cada vez menor o contato entre pessoas para a realização de determinadas transações.

As funções desenvolvidas por seres humanos, embora se transformem, nunca deixarão de existir


Cabe a todos os envolvidos no processo, e em especial a todos os que são afetados diretamente pelas mudanças, preocupar-se em estar à frente do processo, sabendo quais são os limites das novas tecnologias e sempre buscando a melhor capacitação possível para que, de forma alguma, seu trabalho fique obsoleto se comparado com o de uma máquina. 

Como toda mudança, é natural que, pelo menos em um primeiro momento, ela seja incômoda e possa causar estranhamento. Porém, a lição mais importante que se pode tirar de tudo isso é que mudanças, em maior ou menor grau, sempre continuarão ocorrendo e caberá a cada um de nós saber como se adaptar a elas e tirar proveito dos seus benefícios.

E você o que achou da novidade? Acha que esse novo jeito de fazer compras é a principal tendência para o futuro? Dê a sua opinião e participe conosco. E fique ligado que, qualquer novidade que surgir no mundo da tecnologia estaremos de olho. Até a próxima.

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