No Japão: comercial antipirataria cria polêmica ao 'demonizar' otakus

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Imagem: The Inquirer

Pirataria é crime, e contra fatos não há argumentos. Cada país tem suas próprias maneiras de lidar com esse problema incômodo para a indústria audiovisual, e uma campanha governamental veiculada na TV aberta japonesa está causando polêmica por se focar diretamente em um público que pratica a pirataria com frequência: os otakus.

No vídeo de 15 segundos, vemos um homem de meia-idade sendo interrogado por um detetive, que inicia o diálogo de forma direta: “Você sabe que não devia fazer upload de programas televisivos? Eu entendo. Aquele anime não vai mais ser reprisado”. O otaku responde seu inquisidor dizendo que “é uma vergonha” o fato de que tal obra-prima não será mais exibida na TV, mas é duramente criticado pelo executivo. “Isso é ilegal”, conclui.

O cidadão – que no comercial parece estar sendo preso – é claramente baseado no estereótipo de otaku mantido pela própria sociedade japonesa: um sujeito obeso, que se alimenta mal e vive em um quarto escuro entupido de produtos que remetem aos seriados que ele tanto ama.

As críticas

Vale observar que o governo japonês mantém uma forte campanha em parceria com 15 grandes estúdios para deter a pirataria no país desde o segundo semestre de 2014. O compartilhamento ilegal de animes e mangás é uma prática muito comum no Japão, e, visto que esse tipo de arte vem sendo difundida para ao redor do globo (inclusive no Brasil), as autoridades nipônicas estão cada vez mais empenhadas em colocar rédeas na situação.

Contudo, esse último comercial tem sido alvo de duras críticas – especialmente por parte do público ao qual ele se destina. É sempre bom lembrar que a imagem dos otakus no Japão não é tão positiva quanto a do Brasil – esse estilo de vida é inclusive frequentemente descrito como um problema social do país. Muitos internautas defendem que o vídeo “demoniza” a cultura otaku e deixa de lado outras formas de pirataria, como o compartilhamento de músicas. E você, o que achou da campanha?

Fontes

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