Iwata reafirma: Nintendo não pretende levar seus jogos a outras plataformas

3 min de leitura
Imagem de: Iwata reafirma: Nintendo não pretende levar seus jogos a outras plataformas

(Fonte da imagem: Reprodução/TheGuardian)

Em conferência realizada junto a investidores da Nintendo na última semana, Satoru Iwata reafirmou o que tem dito de forma sólida: levar franquias consagradas da “Big N” para plataformas móveis não é uma de suas intenções. Dessa forma, a crise financeira pela qual a empresa passa não parece motivar o executivo a mudar de ideia – mesmo depois de ter vendido mais de 16 milhões de unidades do 3DS em 2013 somente nos EUA, a Nintendo acabou registrando prejuízo em seu terceiro ano fiscal consecutivo.

“A disseminação de dispositivos inteligentes não significa o fim dos jogos para consoles. Não é tão simples assim”, ressaltou Iwata – que prometeu fazer o possível para reerguer a empresa em seu próximo ano fiscal. O comentário do presidente faz de fato sentido: levar franquias famosas aos mobiles pode condenar as vendas de jogos às plataformas da Nintendo.

(Fonte da imagem: Reprodução/GameTrailers)

Mas como a “era Mobile” pode ser usada a favor da “Big N”? Ainda conforme comentou Iwata, ignorar os dispositivos móveis também não faz parte dos planos da companhia. Na opinião do executivo, a chave é usar os mobiles para incentivar os jogadores a explorar as plataformas da Nintendo. “Mas isso não significa que deveríamos colocar Mario em smartphones”, ressaltou o executivo.

Armadilha

Levar títulos consagrados da Nintendo a smartphones pode parecer tentador. E um bom retorno a curto prazo certamente seria notado pelos bolsos da “Big N”. Mas há uma arapuca aí: o risco de disponibilizar Mario ou Zelda a um iPhone, por exemplo, é o de que isso comprometa as vendas de jogos ao 3DS, por exemplo.

E mais: os fabricantes de jogos para mobiles têm de repassar uma quantia considerável às fabricantes (Apple ou Google). Na situação atual de mercado, a Nintendo é que recebe toda a receita pelas vendas de seus jogos.

(Fonte da imagem: Reprodução/MuNintendoNews)

Assim, a liberação de games a plataformas móveis diversas pode acabar fazendo com que a Nintendo perca sua popularidade em meio à sua comunidade de fãs (que valorizam a jogatina em consoles). Importante dizer que investimentos serão feitos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento por parte da Nintendo – Iwata promete “surpreender os jogadores em breve”.

Palpites

Por outro lado, diversos analistas insistem em dizer que a Nintendo deve levar seus jogos a outras plataformas. "Eles deveriam levar Mario e Zelda para smartphones e tablets para arrecadar dinheiro", diz Tomoaki Kawasaki, analista da empresa Iwai Cosmo Holdings Inc.. Recentemente, Pachter afirmou que o Wii U deveria ser deixado de lado pela empresa, lembra-se?

Mario para smartphones pode funcionar?

Publicamos há algum tempo um artigo que trata justamente desta questão: como um jogo como Mario funcionaria em um smartphone? É claro que adaptações do título para os mobiles já existem. Mas os jogadores acostumados a apertar os botões tradicionais de forma ágil se sentiriam confortáveis ao jogar os clássicos da Nintendo em uma pequena tela?

Fato é que jogos para consoles já são desenvolvidos tendo em vista as configurações de hardware de cada plataforma. Conforme explica Charlie Scibetta, diretor de comunicação da Nintendo, o problema de se jogar em um smartphone está na remodelagem dos controles. “A transição para qualquer outro aparelho traria controle e resposta diferentes daqueles imaginados por Shigeru Miyamoto e sua equipe”, explicou Scibetta.

Em agosto de 2013, Iwata disse que transformar a Nintendo em um estúdio third-party só aconteceria caso o presidente não se importasse com o futuro da empresa. Para ele, a relação "mágica" entre hardware e software é algo que apenas a “Big N” consegue fazer – levar os jogos para outras plataformas iria deixá-los genéricos, acabando com o brilho das séries de maior sucesso da companhia.

Via BJ

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.