NASA fala sobre seus avanços nos projetos de aviões com motores elétricos

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Imagem: NASA

Uma tecnologia atualmente em desenvolvimento pela NASA pode tornar os voos de avião mais econômicos, baratos e ecologicamente corretos. A solução? Trocar os motores a combustível por eletricidade.

Ok, essa ideia não é nem de longe nova – como falamos em uma matéria anterior, a NASA até mesmo lançou, meses atrás, um avião capaz de voar com a ajuda de 18 motores elétricos. Mas, de fato, é exatamente daí que o órgão está seguindo: segundo o Discovery News, a NASA continua a trabalhar em seu Tecnam P2006T com tecnologia de asas LEAPTech.

E o que eles pretendem com o projeto? “Nós estamos vendo o sistema como um todo, no lugar de apenas trocar as turbinas por motores elétricos, nós estamos em busca de um design que combine a propulsão elétrica com o redesenho da asa”, explicou Matt Redifer, engenheiro chefe do projeto.

Redifer ainda continua com alguns exemplos. “Nós podemos fazer a asa menor e mais aerodinamicamente eficiente”, citou. “Nós então usamos os motores através da borda principal como um dispositivo de ascensão e você consegue um benefício muito maior de eletrificar um avião”.

Eletricidade: problema e solução

Uma novidade como essas é ótima, sem dúvidas, mas ainda há muito que fazer no projeto. Até o momento, essa tecnologia de aviões elétricos é capaz apenas de voos de curta distância, com duração máxima de uma hora, aproximadamente. Isso é resultado das baterias atuais, incapazes de armazenar carga suficiente para alimentar vários motores prolongados – ao menos não sem ocupar um volume e peso enorme dos aviões.

John Hansman, diretor do Centro Internacional para Transporte Aéreo do MIT, explica a limitação de maneira ainda mais simples: “A ideia de um avião elétrico é atraente. Mas carros elétricos podem ir apenas algumas centenas de milhas, e aviões elétricos terão em torno do mesmo alcance de carros elétricos.”

LEAPTech, a tecnologia de asas e motores elétricos atualmente em desenvolvimento pela NASA

As baterias, na verdade, acabam se mostrando o maior problema desse tipo de avião. E não é por culpa de sua capacidade de armazenamento, mas sim de seu peso – enquanto aviões a combustão tornam-se mais leves com o gasto do combustível, diminuindo a carga do veículo, as baterias de lítio dos aviões elétricos permanecem igualmente pesados à hora da partida.

Como se não fosse suficiente, o fato de elas esquentarem consideravelmente e serem necessárias em grande quantidade faz com que elas sejam extremamente perigosas, por serem capazes de causar (e já terem causado, no passado) incêndios durante voos.

A solução para isso, por sua vez, pode estar em uma abordagem um pouco diferente. Hansman sugere um motor híbrido, que utiliza uma pequena quantia de combustível para gerar eletricidade para os motores elétricos, que funcionam por mais eficiência; ao mesmo tempo uma medida como essa pode reduzir consideravelmente a poluição gerada pelo deslocamento de um avião.

Sonhando com voos melhores

É importante comentar que esse não é, nem de longe, o primeiro projeto do órgão relacionado a melhorar a eficiência dos voos de aeronaves. Através dos anos a empresa já veio com todo o tipo de projeto, entre asas que mudam de formato e com estruturas flexíveis, além do antes citado sistema de voo elétrico e, acreditem se quiser, revestimentos anti-insetos.

Conceito feito pela NASA para imaginar o futuro da aviação em 2025

E esses são só os projetos mais “simples” da NASA, que já pensou até em aviões silenciosos e está atualmente trabalhando em aeronaves que devem surgir daqui a 10 anos, apenas. Assim, deve ficar claro que essas ideias não são apenas projetos que podem levar muito tempo para serem concluídos: eles podem muito bem jamais se tornarem realidade.

Da mesma maneira, o órgão deixa bem claro que não veremos aviões elétricos tão cedo. No momento, a equipe do projeto está trabalhando apenas em um protótipo e, como comentamos acima, ainda há muito que trabalhar antes de vermos algo realmente pronto para voo (mais exatamente 18 meses até lá, diz Redifer). Logo, não espere ver o público utilizando esse tipo de tecnologia ainda nesta década.

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