NERVA: o motor nuclear da NASA que nunca entrou em ação

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Montagem das estruturas de testes e pesquisas, no final da década de 1970 (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)

Você já parou para pensar em quais são os combustíveis utilizados por um foguete da NASA? Desde que a corrida espacial começou, há três tipos principais deles: líquido, sólido e híbrido, geralmente compostos pelos mesmos materiais. Na grande maioria dos casos, os combustíveis são preparados com propelente e oxidante, que entram em reação e geram o material que dará a propulsão ao foguete.

Mas por que não utilizar um combustível nuclear (já que ele seria muito mais econômico e eficiente)? Bem, a NASA tentou fazer isso entre as décadas de 1960 e 1970, mas os resultados nunca foram muito relevantes. O primeiro – e único – projeto da agência espacial dos Estados Unidos se chamava NERVA (Motor Nuclear para Aplicação em Veículo Foguete) e conseguiu as certificações necessárias em 1968.

NERVA: o motor que nunca decolou

Para que o NERVA pudesse ser utilizado efetivamente, a NASA exigia que ele atendesse a alguns requisitos básicos. Ele precisaria apresentas: capacidade de ser iniciado e reiniciado sem qualquer fonte externa de energia; estabilidade de controles em diversas condições; estabilidade de sistema em amplas faixas de operações; e durabilidade dos componentes utilizados.

(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)

Segundo a NASA, todos os quesitos foram atendidos pelo NERVA, que ficou quase duas horas em operação direta (incluindo 28 minutos em força total). Outros testes foram realizados com o NERVA XE (uma segunda versão do motor nuclear), que também apresentou ótimos resultados e foi considerado apto a ser empregado em missões que poderiam levar a NASA até Marte.

O fim do projeto

Apesar dos ótimos resultados apresentados (duas vezes mais propulsão que motores comuns e 28 inicializações estáveis) e também das promessas de levar o homem a Marte, o grupo responsável pelo NERVA não conseguiu apoio financeiro para continuar investindo no projeto. Parte disso se deve aos gastos no projeto Apollo, que levou o homem à Lua em 1969. Três anos depois, em 1972, o projeto foi finalmente abandonado totalmente. Desde então, a NASA nunca mais trabalhou com motores nucleares.

Atual estado de Plum Brook Reactor Facility (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)

Hoje, o Plum Brook Reactor Facility (local em que foram feitas as principais pesquisas e os testes com o motor NERVA) está sendo demolido para a construção de novas estruturas da NASA. Não se sabe com certeza quais serão os objetivos dos novos prédios, mas não seria errado cogitar a possibilidade de pesquisas com motores térmicos. O que será que a NASA está preparando?

Fontes: NASA (em PDF), Wired e Bisbos

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