Nanorrobôs de DNA são usados para medicar baratas vivas

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(Fonte da imagem: Reprodução/Orkin)

Usando somente o DNA de baratas, cientistas foram capazes de criar computadores em escala nanométrica que atuam de forma semelhante aos equipamentos de silício que encontramos normalmente em casas e escritórios. Batizados como “robôs origami” devido à maneira como funcionam, esses dispositivos mostram a capacidade de viajar pelas células dos insetos e interagir entre si de forma a medicar esses animais.

“Nanorrobôs de DNA têm o potencial de executar programas complexos que, um dia, podem ser usados para diagnosticar ou tratar doenças com um grau de sofisticação sem precedentes”, afirmou ao New Scientit o bioengenheiro Daniel Levner, do Instituto Wyss da Universidade de Harvard.

Junto a seus colegas da Universidade Bar Ilan, em Israel, Levner desenvolveu pequenas máquinas que funcionam a partir do princípio de que o DNA se organiza no formato de uma hélice. Com essa propriedade, os pesquisadores conseguiram criar pequenos filamentos que se desenrolam em determinadas condições para realizar alguns objetivos bem específicos — como entregar pequenos pacotes de medicamentos a células afetadas por doenças, por exemplo.

Poder de um computador de 8 bits

Para testar o novo método, os cientistas injetaram diversas espécies de nanorrobôs identificados por marcadores fluorescentes em diversas baratas — algo que permitiu acompanhar facilmente a ação dos pequenos filamentos de DNA. O resultado obtido se mostrou bastante positivo, visto que a precisão e o controle das ações executadas se mostrou semelhante àquele obtido por sistemas computacionais tradicionais.

“Essa é a primeira vez que uma terapia biológica foi capaz de se igualar à maneira como um processador funciona”, afirma o coautor do projeto, Ido Bachelet, do Instituto de Nanotecnologia e Materiais Avançados da Bar Ilan University. Segundo Ángel Goñi Moreno, do Centro Nacional de Biotecnologia de Madri, isso abre um precedente animador para o desenvolvimento de novas técnicas de controle ambiental e tratamento de doenças.

Segundo os responsáveis pelo projeto, o poder computacional presente nas baratas pode ser comparado ao de um computador de 8 bits Commodore 64 ou ao Atari 800. “O mecanismo parece fácil de escalonar, então a complexidade dos cálculos vai se tornar mais alta em breve”, afirma Moreno.

Entre os aspectos que chamam a atenção na tecnologia está seu grande potencial de resultar em novos tratamentos para o câncer devido à possibilidade de realizar o tratamento de células específicas. A expectativa é a de que os primeiros testes envolvendo mamíferos sejam iniciados dentro de um período de cinco anos, período durante o qual a equipe acredita ser capaz de encontrar métodos de driblar a resposta agressiva que o organismo de animais do tipo apresenta em relação a objetos estranhos.

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