Começou nesta segunda-feira (12) a venda geral dos ingressos para o show da cantora Taylor Swift no Brasil. Com mais de duas milhões de pessoas na fila online, os ingressos para os três shows esgotaram em pouco menos de 20 minutos.
A alta demanda gerou caos entre os fãs da artista, que foram para as redes sociais questionar a empresa Tickets for Fun, coordenadora da venda dos ingressos no país.
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Segundo relatos, muitos fãs foram passados para trás nas bilheterias presenciais e na venda online por cambistas, pessoas que compram grande quantidade de ingressos para revender por um valor inflacionado. A prática é considerada ilegal no Brasil e pode ser enquadrada na Lei dos Crimes contra a Economia Popular.
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A situação nas filas em frente aos Estádios do Allianz Parque (SP) e do Engenhão (RJ) ficou tensa quando os criminosos começaram a furar fila e ameaçar os fãs que acampavam nos locais. Já a venda online também foi motivo de reclamação do público. Diversos usuários relatam que estavam entre os primeiros cinco mil números da fila virtual e, mesmo assim, não conseguiram ingressos.
— mxri (@mxrianameyer) June 12, 2023gente desculpa mas eu me RECUSO a acreditar nisso
olha minha posição pra esgotarem os ingressos pic.twitter.com/oFyU01klvB
Pouco antes das 11h - quando já havia sido anunciado o fim dos ingressos pela Tickets For Fun -, sites de revenda não oficiais anunciavam mais de mil ingressos para os três shows da The Eras Tour, de Taylor Swift. Os valores cobrados pelos cambistas variam de R$ 4.370 a R$ 5.175. O preço é superior ao ingresso mais caro da tour.
Ingressos disponíveis no site Viagogo, famosa plataforma de intermediação para a venda de ingressos (Reprodução/Twitter)
Como cambistas conseguem burlar sites de ingressos?
Se você acha que se trata apenas de uma questão de "quem vai mais rápido" na hora da compra, sentimos dizer que não é bem assim. Isso porque a disputa não é justa.
Enquanto a ação dos cambistas nas bilheterias físicas depende estritamente da presença na fila; na venda online, eles atuam por meio de bots, sistemas que permitem a compra de inúmeros ingressos em vários CPFs diferentes em poucos segundos - e, consequentemente, esgotando as bilheterias oficiais em pouco tempo.
Especialistas explicam que os bots se passam por compradores reais e automatizam o processo de compra, preenchendo dados solicitados pela plataforma, como nome, endereço e até gerando números de CPF e RG aleatórios. O sistema consegue, inclusive, passar em botões de validação humana, a famosa parte de comprovar que você não é um robô.
No Twitter, a conta @socialistaylor expôs uma empresa de venda de ingressos que, supostamente, teria ajudado cambistas a comprarem bilhetes para a The Eras Tour com vantagem.
— Jean ?? (@socialistaylor) June 12, 2023os ingressos esgotaram rápido? ah sim, existia uma empresa cobrando 237 reais para “facilitar” a posição na fila da the eras (BOT) pic.twitter.com/XsLy6CsBnE
O mesmo aconteceu em janeiro deste ano, na venda de ingressos para os shows da banda RBD. Com todos os tickets vendidos pela Eventim em poucos minutos, os fãs acusaram a empresa de favorecer os cambistas em um “esquema” criminoso. Em comunicado, a companhia desmentiu a ilegalidade e afirmou que “em grandes eventos, é normal que os ingressos esgotem em apenas alguns minutos".
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Venda de Ingressos (Abrevin), para atuar contra os cambistas, as bilheterias limitam a venda de ingressos por CPF, além de usar tecnologias de criptografia de dados, verificação de identidade e monitoramento para o bloqueio automático de ações e contas suspeitas.
Devido à alta demanda, a equipe da cantora anunciou mais dois shows no Brasil, sendo um em São Paulo (dia 24 de novembro) e outro no Rio de Janeiro (dia 19 de novembro). As vendas começam no dia 22 deste mês.
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