Por que o modelo de bike sharing que bombou na China não rola no Japão

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Equipe TecMundo

Na onda da economia compartilhada, do healthy way of life e da busca para diminuir o trânsito nas grandes cidades, o setor de aluguel de bicicletas vem achando espaço para crescer. Só na China, país que virou case para a área, existem mais de 70 companhias de bike sharing que, juntas, possuem cerca de 16 milhões de equipamentos espalhados pelo país.

Tanto, que as empresas líderes do mercado por lá vêm expandindo o formato do negócio para outros países e conseguindo implementá-lo com êxito em terras estrangeiras. Até que elas chegaram ao Japão.

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O país parecia ser o local perfeito para testar o sistema de bike-sharing: o ciclismo como meio de transporte já faz parte da cultura, a conexão com a internet para fazer o aluguel não é um problema e a maioria das bicicletas utilizadas pela população são modelos antigos.

Mas essa opção de transporte possui uma falha imperdoável na terra do sol nascente. No modelo de negócio importado da China não há um local designado para estacionar bicicletas. Elas ficam jogadas mesmo, onde der, até serem locadas por outro usuário. Esse vídeo mostra bem a seriedade da questão.

E, veja só, faz parte do marketing das companhias deixar bem claro para o consumidor que ele por ficar tranquilo e não se preocupar com onde vai deixar a bike. "Deixar algo jogado" não existe no Japão. Nos anos 80, o país sofreu com o excesso de bikes abandonadas e estacionamentos ilegais espalhados no território. A solução encontrada pelo governo seguiu o estilo “cortar o mal pela raiz”.

Assim, milhares de bicis foram arrancadas de onde estavam e mandadas para reciclagem ou para outros países. Para evitar um replay na história, vários estacionamentos pagos foram criados para acomodar as que estavam regulamentadas.

Continue a pedalar

Os chineses parecem ter algo em comum com a gente. Eles também não desistem nunca. Tipo a Mobike. Ano passado, a empresa levantou US$ 600 milhões de gente importante, como Tencent e Sequoia Capital, depois de conseguir espalhar 8 milhões de bikes em 200 cidades pelo mundo, como Berlim, Milão e Washington. Já no Japão, a estratégia teve de ser entrar no mercado primeiro, para só depois encontrar um jeito de fazer dinheiros.

Ela levou 1 mil dos seus modelos para uma cidade de médio porte (no caso, Sapporo) para um período de testes ano passado. O objetivo é entender se, a partir dos hábitos de consumo do usuário, consegue descobrir uma brecha que permita rentabilizar o rolê. E ainda está na busca.

Bikes

A preocupação do Japão ganha muito sentido quando se pensa em como o modelo de bike-sharing se paga. As empresas do setor precisam de escala para começar a rentabilizar o negócio. E a solução encontrada para incentivar o uso foi colocar milhares de bicicletas nas cidades, o que acaba causando alguns "efeitos colaterais" na paisagem.

Tipo este assustador ~cemitério de bicicletas~ na grande Beijing. Está aí outro motivo que faz com que as empresas chinesas insistam em encontrar um ponto de equilíbrio no Japão. Se elas prosperarem por lá, vão encontrar uma solução para resolver a crise de imagem gerada por esses cemitérios de bikes que já, já deve bater à porta nos outros lugares em que elas operam.

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