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Viajar na maionese faz bem para você

Psicólogos afirmam que os momentos de divagação são essenciais para que o nosso cérebro possa solucionar problemas.

schedule24/04/2012, às 08:19

(Fonte da imagem: Thinkstock)

De acordo com a Discover Magazine, apesar da complexidade do nosso cérebro, somos incapazes de manter a nossa atenção em qualquer coisa por mais do que alguns minutos, mesmo durante a realização de atividades bem simples. Eles conversaram com o psicólogo Jonathan Schooler, da Universidade da Califórnia, que há alguns anos estuda a forma como o nosso cérebro se comporta durante esses momentos em que não estamos pensando em nada.

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Mentes desligadas

Schooler contou que, durante vários experimentos, os pesquisadores observaram que os participantes mostraram ser incapazes de manter a atenção fixa nas atividades propostas, mesmo quando estas se tratavam de testes simples. Os psicólogos descobriram, inclusive, que alguns dos participantes chegavam a passar metade do tempo disponível para a execução das tarefas divagando, mesmo depois de receberem ordens para prestar atenção.

(Fonte da imagem: Thinkstock)

Segundo Schooler, duas regiões do cérebro se tornam mais ativas durante esses momentos de viagem, sendo que as duas formam importantes redes, uma conhecida como sistema de controle executivo e, a outra, como rede padrão. A primeira é responsável por dirigir nosso cérebro para fins mais importantes, influenciando nossos pensamentos conscientes e inconscientes. A segunda parece ficar mais ativa quando não estamos pensando em nada ou refletindo sobre experiências pessoais e nos imaginando no futuro.

Para os psicólogos, o fato de que as duas regiões fiquem ativas ao mesmo tempo durante os períodos de divagação nos ajuda a processar informações para alcançar determinados objetivos, sejam eles imediatos ou de longo prazo. Ou seja, este parece ser o tipo mais saudável de viagem, pois os resultados dos experimentos indicam que, durante esses momentos, somos capazes de avaliar diferentes situações de maneira mais abrangente e solucionar melhor nossos problemas.

(Fonte da imagem: Thinkstock)

Diferentes tipos de viagem

De acordo com Schooler, os psicólogos definiram dois tipos de viagem: aquela na qual o indivíduo está consciente de que está divagando e a que ele nem se dá conta disso. E, segundo os resultados dos experimentos, passamos 13% do nosso tempo totalmente inconscientes de que nos encontramos desconectados do mundo. Quando estamos assim — viajando —, perdemos consciência do mundo ao nosso redor, o que nos torna mais propensos a cometer erros e a ter dificuldades para acessar nossas memórias de forma eficiente.

(Fonte da imagem: Thinkstock)

Além disso, alguns fatores podem nos levar a viajar mais, como o nosso estado de humor e o uso de substâncias como o álcool, por exemplo. Os psicólogos descobriram que alguns estados de humor podem nos induzir a pensar mais sobre nossas experiências e problemas pessoais, enquanto que o uso de algumas substâncias pode nos tornar menos conscientes de nossas próprias divagações. Muita viagem, não é mesmo?

Ancorando a mente

A relevância disso tudo? Todos nós sabemos que muitos descobrimentos ocorreram justamente nesses momentos de divagação. Já aconteceu com você, por exemplo, de passar horas — ou mesmo dias — se concentrando na solução de um problema e, no momento em que deixou a questão de lado e se distraiu com outra coisa, a resposta simplesmente surgiu na sua cabeça? É dessa forma o que os pesquisadores acreditam que todo o sistema funciona; ele é necessário para ajudar o nosso cérebro a encontrar soluções para os nossos problemas.

Entretanto, passar o dia viajando também pode ser algo ruim. Enquanto divagar por algumas linhas durante a leitura de um texto não apresenta nenhum risco à sua saúde e integridade física, se desligar completamente enquanto você está atravessando a rua, por exemplo, pode ser uma má ideia. De acordo com os pesquisadores, o segredo, como tudo nesta vida, está no equilíbrio.

Fonte: Discover Magazine