BSMotion: o simulador 360 graus brasileiro

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Imagine jogar um game simulador de voo e sentir toda a emoção das acrobacias aéreas com um equipamento capaz de girar a cabine do piloto 360 graus. Essa foi a ideia de três brasileiros aficionados por jogos do gênero.

Gabriel Sffair, João Pedro Sffair e Pedro Boessio iniciaram o projeto BSMotion há dois anos atrás. Os irmãos Sffair, inicialmente, construíram um simulador mais simples, a partir de um projeto já existente. O brinquedo tinha apenas as movimentações laterais e algumas inclinações para frente e para trás.

Apesar de mais simples, o produto fez sucesso e um vídeo dele em ação postado no YouTube atraiu a atenção de Pedro Boessio. Com grande experiência em mecânica, Boessio e os irmão Sffair iniciaram um novo projeto, que viria a se tornar o atual BSMotion.

BSMotion: a experiência completa

BSMotion em ação

Fonte da imagem: Flavia de Quadros / Indicefoto.com

O BSMotion teve grande destaque ao ser exibido para o público na Campus Party Brasil 2011. No estande de simuladores, a invenção atraiu a atenção de praticamente todos que passavam por ali e a repercussão do projeto ganhou proporções ainda maiores.

A estrutura montada é ligada a um computador, que executa normalmente um software de jogo. Na Campus Party, os games em execução eram rFactor (corrida) e Lock On (simulador de voo). Enquanto o jogo é executado, outro software, o X-Sim Force Sender, fica responsável por coletar dados do jogo como velocidade, aceleração, posição, giro do motor ou pressão da turbina.

As informações coletadas são enviadas para o X-Sim Force Profiler, que interpreta esses dados e transformá-os em comandos para a parte mecânica do simulador. No caso do simulador automotivo, por exemplo, dados como aceleração lateral e longitudinal são fundamentais. Já no simulador de voo, a posição do avião é um fator determinante.

Transformando dados em movimentos

BSMotion em ação

Fonte da imagem: Flavia de Quadros / Indicefoto.com

O envio de dados do software para a parte mecânica é feito por meio de uma placa serial, construída pelo trio. Ela recebe os dados e, depois de processados, envia-os para o driver que controla o motor do cockpit. Alguns dados adicionais são enviados ainda para outra placa, que controla um motor auxiliar.

O investimento para a realização do projeto foi de cerca de R$ 20 mil, dinheiro saído totalmente do bolso da equipe. “No Brasil não há nenhum projeto parecido com o nosso”, explica Gabriel Sffair. “Pelo que sei, no exterior há outros conceitos em desenvolvimento, mas nada que tenha sido colocado em prática como fizemos por aqui”, completa.

Compatibilidade e diferenciais

BSMotion em ação

Fonte da imagem: Flavia de Quadros / Indicefoto.com

Segundo os desenvolvedores, o simulador é compatível com qualquer jogo do gênero que possa ser ligado a um joystick ou volante. Com o Force Feedback é possível extrair os dados da física do jogo e transportá-los para o simulador.

“Encontrar os endereços de memória de alguns jogos é a parte difícil do trabalho”, afirma Gabriel. “Contamos com um software livre da X-Sim que faz grande parte do trabalho, mas o resto é com a gente”, completa.

Segundo ele, o foco do BSMotion é o entretenimento e a diversão, e não a simulação profissional. “É uma experiência completamente diferente jogar um game tendo o retorno físico do que está acontecendo. O cérebro realmente se confunde e, graças aos princípios que regem a simulação, é possível criar uma ilusão muito intensa” destaca Gabriel.

Melhorias e novidades em breve

Infelizmente, colocar um projeto como o BSMotion em escala comercial ainda é uma realidade muito distante. Contudo, isso não significa que a invenção está inacessível para os demais usuários. A equipe tem conseguido arrecadar fundos locando o simulador para eventos.

Além disso, o projeto deve ganhar novas melhorias. “Um dos aprimoramentos em que estamos trabalhando é a inclusão de três telas, para dar mais realismo ainda à visualização”, completa. Outra novidade é que o grupo está abrindo uma empresa para facilitar o acesso por parte do público ao equipamento.

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