A nova guerra entre motores gráficos de games [vídeo]

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A E3 2013 foi recheada de jogos impressionantes. Os anúncios oficiais do Xbox One e do PlayStation 4 serviram apenas para deixar todos com muita vontade de experimentar um mundo de games ainda mais realistas.

Boa parte da evolução nos títulos de próxima geração se deve às capacidades dos consoles, contudo, os visuais impressionantes que vimos durante as apresentações surgiram a partir dos recursos que foram introduzidos nas engines que rodam por trás dos jogos.

Talvez você nem dê muita bola para aqueles montes de nomes que aparecem cada vez que você abre um game, mas alguns que aparecem ali são referentes aos motores gráficos que possibilitam o desenvolvimento de quase tudo que está no jogo. Unreal Engine, Havok, Frostbite e tantas outras estão nessa lista.

A nova geração de consoles vem acompanhada de atualizações nas principais engines. Hoje, vamos ver o que cada desenvolvedora tem de melhor para oferecer nos games que vêm por aí. Prepare-se para visualizar os gráficos mais irados que os videos games vão oferecer!

Frostbite 3

Desenvolvida especialmente para os jogos da Electronic Arts, a Frostbite já deu o que falar com tantos jogos de altíssima qualidade. A nova versão da engine promete ambientes mais realistas, com elementos que interagem entre si, como é o caso do vento e das ondas.

Outra novidade é a presença de um sistema de destruição avançado. O conceito “Levolution” apresentado na Frostbite 3 garante a modificação permanente de objetos do ambiente e isso influencia nas partidas multiplayer.

Ampliar (Fonte da imagem: Reprodução/Battlefield)

Não bastasse isso, o novo motor gráfico que será usado em Battlefield 4 contará com nova modelagem de personagens e animações mais convincentes. Segundo a desenvolvedora, a nova engine é versátil e poderá ser usado em plataformas portáteis como o iPhone.

Unreal Engine 4

A atual versão da Unreal Engine já nos mostrou seus poderes e deixa claro que ainda tem muito poder para oferecer — Batman: Arkham Origins está aí e não nos deixa mentir. No entanto, a desenvolvedora já vem se preparando para a próxima geração há mais de dez anos.

Na demonstração “Infiltrator”, podemos ver novas texturas e elementos de modelagem que deixam o cenário muito mais real. Todavia, o verdadeiro destaque deste vídeo fica por conta da iluminação. Há um equilíbrio preciso de sombras dispersas e luzes que se sobrepõem sem deixar os visuais toscos. O uso da técnica “voxel cone tracing” garante a iluminação global.

Na tech-demo “Elemental”, fica claro que a Unreal Engine 4 trará aperfeiçoamento de detalhes. A fumaça com volume que se adapta ao ambiente (e não atravessa objetos) e as partículas no ar são notáveis. Reflexos e efeitos de poeira na câmera também ajudam a aumentar a sensação de realismo. O tessellation aperfeiçoado cuida de poliedros perfeitos.

CryEngine 3

A Crytek vem nos impressionando desde o primeiro Far Cry, quando introduziu incríveis elementos para a composição de água e cenário. De lá para cá, a companhia evoluiu e agora nos apresenta a CryEngine 3. Já vimos em Crysis 3 que ela é realmente impressionante, mas o primeiro título que abusa dos novos recursos não aproveita todo o potencial da engine.

O novo SDK do motor gráfico possibilita a criação de mundos de neve fantásticos. Como você pode ver no trailer, esta engine traz incríveis efeitos para criar reflexos no gelo, recursos para simular a iluminação ineficiente do Sol nas condições de clima gelado e também conta com ferramentas que garantem a polidez nos mínimos detalhes.

No trailer tech-demo de Crysis 3, a Crytek mostra as sombras das nuvens interferindo nos cenários, a névoa com volume que reage de acordo com o cenário, o tessellation para a vegetação e para animais, o volume da água que é alterado quando há mais ou menos objetos dentro dela (isso é realmente trabalhoso) e em efeitos de câmera para simular a realidade.

Panta Rhei

A Capcom ficou alguns anos sem apresentar novidades gráficas e isso influenciou diretamente nos resultados dos jogos desenvolvidos pela companhia. Todavia, a chegada do PlayStation 4 e do Xbox One foram dois bons motivos para criar algo completamente inovador e realista. Na demonstração de “Deep Down”, a desenvolvedora mostrou o que tem preparado para nós.

A primeira coisa notável, que é propositalmente o foco da tech-demo, é o fogo incrivelmente realista. As chamas se comportam de forma natural, as fagulhas que saem do fogo são muito reais e a iluminação no cenário é inacreditável. Quando a câmera foca nos elementos quentes, também conseguimos ver algumas distorções e efeitos que dão a sensação de realismo.

Além desse ponto em específico, o motor gráfico Panta Rhei fará bom uso de tessellation. Na demonstração, o dragão, as paredes, as colunas (que são objetos volumétricos) e outros elementos abusam do recurso. Os efeitos de iluminação também estão muito bem aplicados e tentam imitar ao máximo a realidade.

Luminous Engine

Quem jogou os antigos games da série Final Fantasy e acompanhava as notícias da Square-Enix sabe bem que a empresa sempre caprichou nos visuais. Com a chegada da nova geração, a empresa não pretende mudar seu posicionamento e, por isso, já apresentou uma demo do que vem por aí.

Enquanto outras desenvolvedoras focam em criar recursos para melhorar os visuais, a Luminous Engine será focada nas animações. No trailer Agni’s Philosophy, a companhia exibe movimentos perfeitos dos personagens, os quais partem das articulações básicas. O motor Luminous foca na barba, nas veias, nas expressões e em diversos outros detalhes.

Claro, a Square não deixou de inovar. O fotorrealismo da engine é notável nos ambientes. A combinação de iluminação, sombras e personagens deixa qualquer um boquiaberto. Ao focar em detalhes como a poeira, as fagulhas e outros elementos, podemos ver que esse motor gráfico está preparado para entregar games muito bem finalizados.

Fox Engine

Depois de nos impressionar com os gráficos de MGS 4, a equipe de Hideo Kojima resolveu criar uma engine própria para Metal Gear Solid 5 e outros jogos da Konami. Novamente, a equipe da Kojima apostou nos mesmos gráficos para CGI e gameplay, ou seja, não notaremos diferenças entre os vídeos e a hora de jogar.

As novidades da Fox Engine também são notáveis na simulação de clima e na passagem do tempo que acontecem em tempo real. A nova engine acompanha o salto gráfico de uma geração para outra, mas ela não se propõe a entregar recursos avançados de tessellation e efeitos de iluminação como os de outras engines.

Veja que não estamos dizendo que se trata de uma engine inferior. Acontece que, até agora, só vimos demonstrações mais simples e não podemos dizer se ela realmente tem um leque de opções tão grande. A genialidade, por ora, fica por conta da versatilidade dela e fácil adaptação aos atuais consoles. De qualquer forma, a Fox ficará linda em muitos jogos!

EA Sports Ignite

Investir em gráficos é importante, mas há outros elementos que também são dependentes da engine. A EA Sports Ignite é uma engine que mostra novos visuais, mas que capricha nas animações e outros elementos importantes para jogos de esportes.

A Ignite tenta imitar o movimento realista dos jogadores, trabalhando nas articulações e na reação dos atletas. Além disso, o motor da EA aposta em ambientes mais convincentes. Os estádios e as torcidas são bem mais convincentes graças à Ignite.

Enlighten Engine

As engines que citamos acima são motores gráficos completos, que proporcionam ferramentas para modelagem e recursos para criar um jogo completo. A Enlighten, por outro lado, é uma engine complementar que foca no tratamento da iluminação.

O motor gráfico criado pela Geomerics já é aplicado em alguns jogos da atual geração, mas seu verdadeiro potencial será notável em Battlefield 4, Star Wars Battlefront e outros títulos do Xbox One e do PS4. Vale notar que apesar de ser uma engine para consoles de próxima geração, a Enlighten também pode ser aplicada em games de Android e iOS.

A mais recente versão desta engine proporcionará visuais fotorrealistas e poderá, inclusive, ser utilizada junto a Unreal Engine 4. Certamente, os games ficam muito mais bonitos com essa iluminação que imita perfeitamente a do mundo real.

Unity 4

Enquanto algumas empresas apostam exclusivamente nos consoles, a Unity vem criando novidades para os futuros jogos de smartphones. A Unity 4 foi remodelada em todos os sentidos. Ela pode trabalhar com DirectX 11, oferecer incríveis animações com o sistema Mecanism e proporcionar visuais belíssimas com o controle preciso de iluminação.

Ampliar (Fonte da imagem: Divulgação/Unity)

O poder dos computadores

Bom, para finalizar nosso artigo, queremos mostrar algumas demonstrações de computadores que não são exatamente criadas com engines genéricas. Para você ter uma ideia do futuro dos jogos no PC, trazemos as demonstrações da NVIDIA e da Future Mark.

Primeiro, vale prestar atenção no que a NVIDIA vem desenvolvendo. Na demo de Human Face, a fabricante de placas de vídeo mostrou incríveis detalhes que podem fazer parte do gameplay dos próximos games. Esse rosto possui tantos detalhes que somente uma combinação de duas placas gráficas de altíssimo desempenho pode dar conta do recado.

Para levar os computadores ao limite, a Future Mark caprichou na atual versão do 3D Mark. A demonstração Fire Strike só pode ser bem executada em máquinas muito poderosas. A cena incrivelmente carregada de detalhes pode ser comum no futuro, mas, por ora, não há jogos que possam trabalhar com tamanha quantidade de detalhes.

Esse foi apenas um resumo do que as novas engines devem oferecer no futuro. Claro, há outros softwares que poderão ser utilizados no desenvolvimento de jogos, mas alguns que não tiveram mudanças significativas dificilmente vão oferecer algo diferente do que já conhecemos.

Vale notar ainda que dificilmente teremos jogos perfeitos no início da oitava geração de consoles. Entretanto, com o passar do tempo veremos títulos com visuais estonteantes, visto que as desenvolvedoras vão amadurecer e criar jogos exclusivos cada vez mais belos!

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