BJ na Coreia: atravessando o mundo para ver como os jogos são feitos

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(Fonte da imagem: Reprodução/Webzen)

Embora trabalhar com games tenha feito com que eu desenvolvesse uma visão totalmente diferente da indústria e do próprio mundo, estar em constante contato com notícias dos Estados Unidos, Europa e Japão me fizeram perder um pouco da noção de espaço. Como as notícias vêm de diferentes partes do globo, é comum esquecer que América e Ásia ficam apenas a meio planeta de distância.

E qual seria a melhor maneira de lembrar isso se não constatando o quão longe os dois continentes se encontram de maneira empírica? A desenvolvedora sul-coreana Webzen chamou jornalistas de diversos países para conferir o lançamento mundial de seu novo MMORPG, Continent of the Ninth Seal, e conhecer um pouco daquela que é a capital mundial dos jogos online.

A fábrica de games

Conhecendo como um jogo é feito

Como dito, trabalho diariamente com jogos, seja com notícias ou com outros tipos de novidades. No entanto, assim como muitos de vocês, minha rotina envolve diretamente o produto final, ou seja, o jogo que chega embalado em sua devida caixa ou naquele que baixo via PSN ou Xbox LIVE. Por mais que eu conheça o processo de produção, nunca estive em um estúdio de verdade para ver como aquele mesmo jogo que eu tenho no meu console foi criado. Até agora.

A visita à Webzen foi bem breve, mas foi possível conhecer um pouco de como jogos como Continent of the Ninth Seal e Arctic Combat são feitos. Embora não tenha sido possível passear por entre as baias e conferir quase que em um passo a passo como um título ganha vida, uma visão geral foi o suficiente para entender a dinâmica e o clima de uma desenvolvedora.

Réplicas de armas, bonecos e mais uma variedade de pequenos objetos utilizados para ajudar na modelagem de personagens e itens eram as coisas mais comuns de se ver sobre as mesas. É claro que havia alguns exageros — como um Gundam gigantesco — ou algo que servia mais como enfeite do que como ferramenta de trabalho — as luminárias em forma de bananeira que o digam —, mas nada fora do esperado.

De C9 a MU Online

Porém, eu não viajei o mundo para ver os outros trabalhando. Como você conferiu nas matérias publicadas ao longo desta segunda-feira, pudemos conhecer (ou revisitar, no caso de MU Online) os lançamentos da Webzen, com direito a alguns anúncios e testes em primeira mão de algumas novidades, como é o caso da classe Shadow de Continent of the Ninth Seal.

Depois de alguns minutos de jogatina testando os diversos modos de C9 e Arctic Combat, chegou a hora do bate-papo com os desenvolvedores. O conteúdo da conversa você já conferiu nos textos individuais, mas se você perdeu alguma, basta clicar nos links abaixo para ver o que rolou direto de Seul.

Ao contrário do que muita gente pode imaginar, esse contato com uma cultura totalmente diferente não mostrou uma visão distorcida do Brasil. Tanto os produtores quanto os demais executivos da Webzen têm uma visão muito interessante do mercado brasileiro — tanto que me levaram para lá —, sabendo do potencial que os jogos free-to-play têm. Ainda que não tenhamos uma localização dos principais jogos, a aposta no fortalecimento da comunidade local é algo bem positivo.

A Coreia tecnológica

Muito além da Samsung e da LG

Porém, a ida até Seul não se resumiu apenas à visita aos estúdios da Webzen. No pouco tempo livre, foi possível conversar com algumas pessoas e conhecer um pouco do hábito do sul-coreano.

Primeiramente, o impacto em termos de velocidade de internet. Conversando com alguns dos funcionários da desenvolvedora e outros jornalistas da Romênia e Turquia, recebi aquele tapa na cara quando me perguntaram qual a velocidade média da conexão no Brasil. “Entre 1 e 5 Mbps”, respondi na ingenuidade e vi o rosto incrédulo daqueles que estão acostumados a algo muito mais rápido, quase beirando o 1 Gbps.

Outra realidade completamente diferente que pude presenciar foi a popularidade de smartphones e tablets em toda a Coreia do Sul. Em toda Seul, havia alguém com um dispositivo móvel nas mãos, incluindo crianças. Aparelhos que são verdadeiros sonhos de consumo para o brasileiro, como o Galaxy Note e o iPhone 4S, eram usados por meninos e meninas na saída da escola para brincar.

E não é apenas porque estamos falando da terra natal da Samsung e da LG, mas porque esses equipamentos são realmente muito baratos. Perguntei para algumas pessoas o motivo disso e a resposta parecia óbvia: eles não pagam pelos smartphones. As operadoras simplesmente vendem seus planos de dados e telefonia por um período de tempo — 1 ou 2 anos — e o preço do aparelho vem incluso nesse valor de maneira muito discreta, quase que de graça.

Diante disso, não é estranho imaginar que o mesmo produto que pagamos R$ 2 mil aqui é usado para que meninas de 5 anos brinquem no Draw Something.

Via BJ

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