Será que a Apple pretende matar o iPad "grande"?

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(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

A primeira geração dos iPads chegou ao mercado no ano de 2010, contando com tela de 9,7 polegadas e diversos recursos inéditos à época. O aparelho da Apple foi o primeiro a conseguir sucesso no mercado — já havia alguns modelos de tablets com Windows, mas nada que chamasse muito a atenção dos consumidores — e realmente inaugurou um segmento de altíssima rentabilidade.

Entre a chegada do primeiro iPad e os últimos lançamentos a serem apresentados em outubro, uma enorme quantidade de aparelhos foi anunciada por outras empresas. Isso inclui uma série de modelos bem interessantes produzidos com o sistema operacional Android e até mesmo alguns modelos com Windows 8, que também passou a ser utilizado mais recentemente.

Em 2012 a Apple colocou uma versão reduzida dos iPads no mercado. Trata-se do iPad mini, que chegou à segunda geração no final de outubro deste ano. Nesse período, a empresa revelou o iPad mini com tela Retina e o iPad Air, que vão chegar às prateleiras com design e recursos similares, deixando claro que os aparelhos estão se aproximando. Mas será que existem planos de manter apenas um dos modelos no mercado?

Tamanho é documento?

Colocar um iPad menor no mercado poderia fazer com que os dois modelos competissem de uma maneira prejudicial — você pode conferir a comparação dos modelos por este link. Mas é claro que a empresa de Cupertino não fez o lançamento sem estudar muito bem o mercado antes . O aparelho é uma resposta ao crescimento dos dispositivos com Android, que começaram a conquistar cada vez mais espaço no coração dos consumidores.

(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

Era esperado que algumas coisas mudassem, afinal de contas estamos falando de um nicho recente no mundo da tecnologia. O mercado de tablets começou a se moldar nesses quase quatro anos e se mostrou mais favorável a alguns tipos de itens. No final de setembro, uma pesquisa da ABI Research mostrou que os aparelhos com menos de oito polegadas estavam conseguindo números melhores no mundo todo — comparados aos maiores.

A mesma pesquisa mostrou que os iPads mini representavam 60% do volume total de vendas durante o segundo trimestre de 2013 — deixando apenas 40% para a versão de 9,7 polegadas dos tablets. Isso deixa mais do que claro que o mercado está aceitando muito bem os modelos menores do dispositivo eletrônico. Você se arriscaria a dizer quais são os motivos disso?

Preço, poder e portabilidade

Nos Estados Unidos, a diferença de preço entre os iPads e os tablets com sistema operacional Android é bem grande — ainda mais se utilizarmos os aparelhos da Google, como o Nexus 7, como referencial. Os modelos da Apple realmente custam mais caro do que seus rivais e isso acaba pesando na hora da decisão por parte dos consumidores.

Versão mini, com 7,9 polegadas (Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

As possibilidades oferecidas pelos aparelhos da Apple acabam compensando a diferença para alguns clientes. Antes, havia o problema das resoluções e do hardware utilizados pelo iPad mini, mas com a nova geração isso acaba sendo neutralizado. Ou seja, as possibilidades tornam-se as mesmas e as diferenças passam a residir no tamanho da tela.

E então chegamos ao embate da portabilidade. Há consumidores que optam por tablets para substituir notebooks, justamente pela facilidade no transporte. Esses consumidores estariam dispostos a manter telas de 9,7 polegadas por US$ 100 a mais do que os modelos de 7,9 polegadas? Aparentemente não! Pelo menos é o que mostram os resultados do mercado nos últimos trimestres.

iPad Air? iPad Pro?

Por um bom tempo, tivemos no mercado os tablets iPad. Depois, surgiram os iPads mini. Agora, o mini foi reformulado e o “irmão maior” passou a ser chamado de iPad Air. Há quem diga que isso pode ser uma dica de que a Apple estaria trabalhando em novas versões do dispositivo: o grande rumor é de que em 2014 seria anunciado o iPad Pro, com tela de 12,9 polegadas.

(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

Se isso acontecer realmente, a Apple entraria para um novo segmento, pois o que se espera é que esse iPad Pro seja voltado ao mercado empresarial e educacional. É claro que ainda são apenas rumores, mas não será tão surpreendente assim se a empresa de Cupertino investir em mais um pedaço do mercado de tablets. Será que isso vai acontecer mesmo?

Aparelhos competindo entre si?

Vamos analisar o mercado de smartphones da Samsung. A empresa coreana possui uma quantidade enorme de aparelhos nas lojas, sendo que alguns são muito básicos e outros fazem qualquer apaixonado por tecnologia ficar com um pingo de inveja. A Apple trabalha apenas no segundo dos exemplos mencionados, tendo somente aparelhos que são considerados “tops de linha” — e isso vale, inclusive, para o iPhone 5C.

iPad mini teria força para "matar" o iPad Air? (Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

No mundo dos tablets, a história não é diferente. A Apple tem a oferta de apenas aparelhos com o máximo da capacidade como um de seus valores. Colocando dois tablets no mercado, os dois precisam fazer jus ao que se espera deles. Mas será que o fato de ter dois iPads diferentes nas prateleiras poderia criar uma competição interna prejudicial aos números da empresa de Cupertino?

É difícil dizer se realmente existe uma interferência de um tablet nas vendas do outro a ponto de isso ser prejudicial para a Apple. Ao que parece, a nova geração de iPads (mini com tela Retina e Air) fará com que a Maçã leve os mesmos conceitos que possui no mercado de computadores. Modelos com tamanhos diferentes e recursos similares que se complementam, em vez de se anularem.

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Como fica claro ao analisarmos todos os fatores apresentados, a Apple não pretende “matar” o iPad grande. Pelo menos não nos próximos anos. O que pode ocorrer é uma reeducação da empresa em relação ao mercado internacional. Se hoje o cenário começa a mostrar que os aparelhos menores conseguem números melhores de vendas, é possível que a Apple comece a se dedicar mais a esse nicho.

Isso significa que a empresa de Cupertino ainda vai continuar investindo em diferentes opções para os consumidores. Se nos basearmos no segmento de computadores portáteis, não há muitas chances de que os iPads mini consigam suprimir tanto as vendas do iPad Air a ponto de a Apple poder interromper completamente a fabricação do modelo com dimensões maiores.

O que deve acontecer realmente é o que já mencionamos anteriormente: complementação da família iPad. Isso inclui os dois modelos existentes atualmente e pode realmente contar também com uma versão Pro. Repetimos: pelo menos pelos próximos anos, a Apple não deve excluir nenhum aparelho de seu catálogo — mas é claro que o cenário pode mudar, afinal de contas o mercado não é algo exato.

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