O que é uma CDN e como ela controla a internet que você usa?

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(Fonte da imagem: Google Discovery)

Quando você acessa um site da internet, o conteúdo dele é baixado — mesmo que temporariamente — para o seu computador. Para que isso aconteça, os desenvolvedores da página hospedam seus conteúdos em algum lugar, a partir do qual as informações são enviadas para a sua máquina e tudo funciona bem.

Mas você sabia que esse conteúdo não está necessariamente armazenado em um único lugar? E que há uma espécie de teia de dispositivos que trabalham em conjunto para regionalizar o armazenamentodos dados, facilitando o acesso a eles de computadores de diferentes partes do planeta?

Pois é, e é justamente aí que entra uma CDN — sigla em inglês para Content Delivery Network ou Rede de Distribuição de Conteúdo em tradução livre para o português. Atualmente várias empresas oferecem esse tipo de serviço para que sites grandes e acessados de diferentes localidades possam garantir agilidade na entrega do seu produto.

A Hospedagem WordPress da HostGator, por exemplo, está preparada com esse recurso de CND para acelerar o carregamento dos sites.

Um servidor perto de você

Se visualizarmos o tamanho da internet atualmente, pensar que conteúdos seriam distribuídos para bilhões de dispositivos de lugares fixos é altamente inviável. O Google e o Facebook, por exemplo, trabalham com bilhões de acessos a todo o momento, o que provavelmente seria capaz de derrubar qualquer servidor se ele trabalhasse sozinho.

Para oferecer conteúdo com agilidade e estabilidade é que existem as CDNs, que nada mais são do que redes não centralizadas em um único servidor. Elas hospedam um determinado conteúdo em servidores espalhados em várias partes, permitindo dessa forma a distribuição de conteúdo de forma eficaz independente de onde o acesso é realizado.

(Fonte da imagem: Divulgação/Akamai)

Isso significa que quem acessa a rede a partir do nosso país recebe imagens, textos, códigos e tudo mais que um site oferece de um servidor próximo daqui. Já quem faz o mesmo na Índia, na Rússia ou no México, por exemplo, tem o conteúdo fornecido por servidores próximos desses lugares, otimizando todo o processo.

Aproveitando melhor a sua conexão

Com o uso de uma CDN, o conteúdo é distribuído de forma mais eficaz, diminuindo a latência do processo de transferência e aproveitando melhor a largura da sua banda. Tirando as diferenças de conexão de uma região e outra (ou de um dispositivo e outro), o desempenho do processo acaba sendo igual devido ao uso de uma rede de distribuição.

O que acontece é que o conteúdo sai do servidor original e fica cacheado em diversos outros lugares ao redor do planeta conforme a demanda. Desse modo, a CDN otimiza a rota, encontrando a que é mais curta entre a origem e o destino dos pacotes. O resultado da redução da distância é a diminuição do tempo para completar as transferências.

Dá para dizer que, sem uma tecnologia como a CDN, seria completamente inviável a existência de serviços como YouTube, sistemas de armazenamento nas nuvens do Xbox ou mesmo o futuro sistema de streaming de jogos Gaikai, do PlayStation. E talvez a navegação em sites que você usa diariamente, como Facebook e Twitter, fosse muito pior do que qualquer problema técnico enfrentado por tais serviços.

Redução de tempo e de custos

As CDNs fazem sucesso não só porque agilizam a transferência de dados entre os servidores e o seu computador, mas também porque são soluções mais baratas do que manter uma estrutura própria para fazer o serviço, especialmente se o público-alvo do site está espalhado em diversas regiões do mundo — ou de um grande país, como Brasil.

Como dito anteriormente, contar com um único servidor para um grande volume de acesso não é viável do ponto de vista técnico. Além disso, estruturar uma rede de distribuição em forma de teia, espalhando servidores ao longo de uma região, também não é nada barato para uma empresa.

(Fonte da imagem: Leaseweb)

Daí a opção por companhias como a Akamai, a maior CDN do mundo e utilizada por corporações como Microsoft, Facebook, Twitter e Yahoo!. Os preços praticados por quem fornece esse serviço acabam compensando, afinal o cliente paga também pela estabilidade e pela velocidade de suas páginas.

Os perigos de um monopólio

A Akamai, citada aí em cima, é a companhia de CDN mais utilizada no planeta, reunindo vários nomes graúdos do mundo da tecnologia em sua lista de clientes. Como todo monopólio de transmissão de dados e conteúdo, esse também levanta questionamentos sobre segurança, privacidade e até mesmo estabilidade de serviços.

A empresa é baseada em Cambridge, Estados Unidos, e tem milhares de servidores espalhados por diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Apesar de a Akamai provavelmente investir pesado em segurança, sempre existe a chance de ações indevidas colocarem em risco a estabilidade de boa parte da internet.

Segundo o site Baboo, a empresa chega a realizar tráfego a 6 Tb por segundo em dias normais, o que equivale a 30% do tráfego de toda a rede mundial de computadores. Isso significa que qualquer problema técnico ou de segurança do Akamai vai afetar o fluxo de um terço de todo o conteúdo transferido pela web diariamente.

Se a Akamai cair, a internet vai junto?

Um problema de DNS da Akamai em 2011 deixou lentas algumas das páginas mais usadas no mundo, como Facebook, Twitter e BestBuy.com. Com base em tais eventos, especialistas chegaram a afirmar que, caso a Akamai saia do ar algum dia, a internet vai junto com ela.

Recentemente, o especialista em tecnologia e privacidade Christopher Soghoian usou o Twitter para se manifestar sobre possíveis descuidos de segurança por parte da Akamai. “Se a sua empresa usa Akamai, saiba que eles nunca nem se preocuparam em instalar um certificado HTTPS válido para o seu próprio website.”

Em resposta, a companhia afirmou que um protocolo seguro estava em processo de implementação no site oficial. De qualquer modo, por mais que nunca tenha sido deflagrada nenhuma falha grave de segurança da Akamai em relação a seus clientes, viver sob um monopólio na era da internet e da informação não parece ser a melhor saída.

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