Intel Innovation Week: confira como a companhia vê o futuro da tecnologia

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Na última semana, a Intel deu continuidade ao seu compromisso com o mercado brasileiro de tecnologia ao realizar mais uma vez seu Innovation Week em São Paulo. O badalado evento de informática trouxe novidades do segmento, palestras, soluções nacionais e, claro, muitos produtos em exibição. Para dar início às atividades, a empresa inaugurou sua semana de inovação deste ano com o Intel Future Showcase, uma mostra focada única e exclusivamente em recursos e equipamentos de ponta que devem chegar ao país no futuro próximo.

A equipe do TecMundo compareceu ao encontro e pôde ver em primeira mão como uma das empresas mais tradicionais do setor enxerga o futuro. Nesta edição de 2015, os conceitos que ditaram a tendência no desenvolvimento de plataformas e aparelhos por parte da empresa foram conectividade, produtividade e, como não poderia deixar de ser, Internet das Coisas. Para entender ter um gostinho da aplicação desses elementos, fizemos um tour assistido no espaço reservado ao showcase, que teve a presença de diversos profissionais da casa.

Dispositivos do futuro

Com mais de uma dezena de itens em exibição, a mostra apresentou gadgets suficientemente interessantes para deixar qualquer aficionado por tecnologia de boca aberta. A ProGlove, por exemplo, um dos primeiros dispositivos que vimos por lá, chama atenção pelo número de funções que pode realizar ao se juntar um objeto comum a um chip Edison. O brinquedinho inteligente utiliza uma série de sensores para calcular a temperatura de objetos, identificar ferramentas e dar todo tipo de auxílio para uma série de trabalhos manuais.

De quebra, o vestível pode se conectar com outros dispositivos e se atualizar através de WiFi. Caso a luva em si seja avariada, basta retirar o pequeno chip e acoplar a outra unidade. Simples e prático. A praticidade, aliás, também é a essência de outras soluções mostradas no evento, como o Yoga Smart Home Gateway e a demo Automated Greenhouse Climate Control. Enquanto o primeiro utiliza um chip Intel Quark – e outros periféricos – para permitir o controle virtual de toda a sua residência, o segundo se prova uma ótima ferramenta para a agricultura.

Gravando o conceito de estufa inteligente, o conjunto permite que um sistema bastante robusto tome conta de todo o ecossistema dentro da estrutura – tudo isso com o mínimo possível de interferência humana. Funções como irrigação, abertura de janelas, ativação de luzes e controle de temperatura são feitas automaticamente. Como isso acontece? Graças à captura de informações e análise de dados em tempo real, se aproveitando da API da Intel e do poder do processamento na nuvem.

Os wearables marcaram presença novamente com o Recon Jet, um par de óculos com display integrado para exibição de conteúdo multimídia, e o SMS AUDIO Biosport, um kit de fones de ouvido capaz de monitorar seus sinais vitais através da sua orelha – eliminando a necessidade das incômodas cintas peitorais, por exemplo. Um acessório conhecido como MICA também se encaixa no gênero, mas indica que o estilo também pode fazer parte desses produtos, já que usa um bracelete bem elegante para servir de suporte para um display de proporções reduzidas.

Menos cabos, mais visão

Acabar com o emaranhado de cabos na casa das pessoas parece ser uma preocupação de alta prioridade para a Intel, uma vez que a empresa fez questão de apresentar uma série de recursos para diminuir o uso dessas pecinhas. A companhia acredita que, para tarefas em que não é necessário um computador de torre com todas a sua potência e customização, por exemplo, a utilização de um Compute Stick ou Intel NUC – ambos com configurações de respeito – acoplado a uma tela elimina conexões desnecessárias e dá agilidade à rotina dos usuários.

Outro modo encontrado para reduzir os fios e nós atrás dos PCs ou no carregador de celular é a tecnologia Wireless Docking, com um dispositivo central fazendo conexões entre aparelhos através do recurso 802.11ad ou, simplesmente WiGig. Basta aproximar seu smartphone, notebook ou outro gadget inteligente da pequena base para que a “magia” aconteça de forma quase automática. Em alguns casos – dependendo do hardware presente no item – é preciso usar um case protetor ou adaptador para permitir que a comunicação seja feita.

O grande destaque do Intel Future Showcase, porém, ficou com um invento pequeno, mas extremamente versátil: as câmeras RealSense. Dividido em modelos para curta distância – para ser integrado a notebooks, all-in-ones e desktops – e outros capazes de enxergar bem longe, o brinquedinho foi demonstrado em mais de uma dezena de situações e soluções.

Um dos equipamentos mais bonitos equipados com uma série dessas peças é o drone AscTec Firefly, que abusa do recurso para evitar se espatifar em árvores – ou na cara das pessoas. Isso porque o produto da Ascending Technologies é capaz de detectar obstáculos entre 40 centímetros e 3 metros e, com base nisso, mudar seu padrão de voo em tempo real – sem que você precise reprogramar seu trajeto na unha. Uma parceria com a Land Rover aplicou um conceito semelhante a um carro, fazendo com que, além de reconhecer buracos pelo caminho – e alterar automaticamente algumas funções do possante –, ele possa usar a aparência de seu dono para travar ou destravar as portas. Viu, só? Isso não é mais coisa de sci-fi.

Muitas possibilidades (mesmo!)

Por falar nisso, esse conceito de identificação e análise de ambiente através dos sensores altamente precisos do RealSense já está sendo aplicado a uma série de computadores e dispositivos móveis – e a seus respectivos softwares, claro. A dupla de tablet e smartphone do Project Tango da Google, por exemplo, consegue utilizar a câmera para escanear e criar um modelo bastante fiel de um ser humano em poucos segundos, bastando dar uma voltinha em torno da cobaia. O truque? Ela “enxerga” a profundidade de modo semelhante ao nosso.

A novidade ganha mais peso quando você descobre que, além do boneco 3D básico, é possível gerar uma versão sua com alta contagem de poligonos ao mandar tudo para a nuvem para um processamento mais parrudo. Adicionalmente, a alta sensibilidade do sensor pode ser usado para o login seguro em computadores pessoais ou mesmo para fins de entretenimento. A detecção de calor e do fluxo de sangue no seu rosto e a análise de medidas precisas entre o nariz e a orelha – e outros pontos importantes – garantem que tudo funcione corretamente.

Isso significa que a tecnologia não serve apenas para que você jogue para escanteio as odiadas senhas alfanuméricas: é possível se divertir com ela. Um aplicativo para PC pode capturar sua fisionomia e colocar no corpo de um personagem de “The Walking Dead” ou de “Os Caça-Fantasmas”, permitindo que você faça um pedido de uma estatueta real com essa aparência para a criadora da brincadeira. Os jogos também não ficam de fora do alcance do recurso, com alguns deles já disponíveis no mercado ou em fase de financiamento coletivo.

O simulador ultrarrealista iRacing acompanha o movimento da sua cabeça para mexer a visão do piloto, enquanto o psicodélico LaserLife exige precisão da suas mãos na hora de apanhar itens virtuais. A experiência, porém, não se compara à do terror interativo Nevermind, que usa o sensor biométrico do hardware para avaliar se você está com medo, deixando a tela mais escura até que tudo se acalme. A noção de profundidade também pode agradar os streamers, que podem dispensar o fundo verde se estiverem usando o dispositivo da Intel.

Tecnologia com tempero nacional

Durante o primeiro dia de evento, como se não bastassem todas as tecnologias futuristas da mostra da empresa, a Intel também nos liberou o acesso antecipado a um showroom repleto de produtos já disponíveis no Brasil e de programas desenvolvidos aqui no país. Essa proximidade com os profissionais brasileiros, aliás, faz parte da visão da companhia em território nacional, dando acesso a recursos que, muitas vezes, são disputados a tapa em outras regiões e mercados.

“Lá fora, os grandes desenvolvedores estão recebendo os kits RealSense há cerca de dois anos, por exemplo. No Brasil, os pequenos desenvolvedores também estão. Eles não ficam para trás graças ao trabalho local da Intel”, analisou Juliano Barbosa Alves, gerente de marketing do programa de desenvolvimento da empresa, durante o encontro. Ainda que isso possa parecer aquela velha história de “vender o próprio peixe”, os resultados expostos no salão da feira eram uma bela prova do comentário do executivo.

Exemplos de jogos e aplicativos educacionais, corporativos e de treinamento usando o conjunto de câmeras da companhia não faltaram no espaço. A mesma coisa pode ser dita de demos robustas de uma série de apps, como estúdios virtuais de mixagem capazes de se adaptar aos diferentes modos de equipamentos 2 em 1, tutoriais de todos os níveis para plantio – com direito a simulação climática – e, claro, games. A brasileira Smyowl, por exemplo, marcou presença com o nostálgico Super Button Soccer e o badalado Neymar Jr. Quest.

O tema diversão continuou com demonstrações utilizando o Oculus Rift, seja para um passeio de montanha-russa ou para a visita a uma exposição virtual sobre dinossauros, e por meio de um kit de cockpit e display 4K para imersão total dos aficionados por corrida. Claro que a área também abrigou uma infinidade de itens desenvolvidos pela Intel ou que são equipados com seu hardware, como notebooks gamers com processadores Skylake, gateways para criação de edifícios inteligentes e aplicações de realidade aumentada.

Curtiu tudo o que rolou no primeiro dia da Intel Innovation Week? Então não deixe de acompanhar o TecMundo para ficar por dentro de todas as palestras e convidados da segunda etapa do evento.

Confira as visões da Intel para o futuro da tecnologia! Comente sobre o evento no Fórum do TecMundo!

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