Em nova fase, Intel mostra que o futuro das PMEs brasileiras está na nuvem

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Recém-saída do IDF 2016 – que contou com a cobertura presencial do TecMundo –, a Intel parece estar a todo o pique e disposta a ir muito além da oferta de hardware para o consumidor final e de suporte a núcleos de desenvolvedores por todo o mundo. Em um almoço realizado na última quarta-feira (28), em São Paulo, a empresa mostrou o quanto seus investimentos nas mais variadas áreas de tecnologia contribuem para o crescimento do mercado de TI e alavancam a adoção de soluções em nuvem pelas pequenas e médias empresas brasileiras.

Para esse encontro, o braço corporativo da empresa no Brasil trouxe os resultados de uma pesquisa feita recentemente com PMEs nacionais e mexicanas, negócios que, pouco a pouco, vão aderindo às tendências de uma indústria e um público altamente conectado, exigente e em plena expansão. Com a perspectiva de que o futuro IoT vai trazer cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados até 2020 e criar um mercado no valor de US$ 873 bilhões nos próximos dois anos, não é de se estranhar que os players menores busquem se atualizar.

Fabio falou sobre a perspectiva do mercado brasileiro de PMEs em relação à TI

Onde a Intel entra exatamente nesse cenário? Bem, de acordo com Fabio de Paula, diretor da empresa para o mercado corporativo, a Internet das Coisas, a cloud e, claro, as pessoas passam a fazer parte do “círculo virtuoso” de crescimento da companhia – reforçando os pilares da marca no setor de tecnologia. Assim, para entender melhor como as PMEs locais andam se relacionando com esses temas, a Intel ouviu 251 tomadores de decisão responsáveis por compras de TI em empresas brasileiras das mais diversas verticais.

Aquecimento total

Uma das primeiras percepções a partir da pesquisa foi a de que as pequenas e médias empresas têm boas expectativas em relação ao futuro. O que isso significa? Basicamente, que elas acreditam que a Tecnologia da Informação como um todo pode ajudar tanto a transformar seus negócios quanto fazer com que elas se mantenham competitivas no mercado – retendo clientes e viabilizando oportunidades. Com isso, a perspectiva é que os gastos com TI saltem dos atuais US$ 48 bilhões para US$ 63 bilhões em 2020.

Como não poderia deixar de ser, dentre esses investimentos, o maior foco está em itens como cloud e mobilidade, mostrando a importância de fácil acesso a produtos e serviços por parte de consumidores e parceiros, além da necessidade de cada vez mais interações e colaborações entre todas as partes envolvidas nos negócios. Enquanto as pequenas investem em marketing nas mídias sociais e em uma aproximação com os clientes, as médias já trabalham temas como virtualização de servidores e segurança de dados.

No ramo das aplicações em nuvem, as brasileiras ainda seguem em um ritmo um pouco mais lento do que as PMEs do exterior. Cerca de 70% das empresas nacionais ainda dependem de sistemas legados ou nem começaram a planejar uma possível migração para a cloud, quase o dobro da taxa encontrada em países como EUA e Canadá. Isso não impede que o cenário local seja bastante promissor. Para Fabio de Paula, o crescimento e a adoção em larga escala dessa ferramenta é inevitável.

“Cloud é uma tecnologia pronta, completamente difundida e que só traz vantagens aos negócios”, explicou o executivo durante o almoço, apontando para benefícios claros em quesitos como agilidade, eficiência e alcance dos negócios. Assim, a estimativa da Intel é que o segmento cloud para PMEs feche este ano com um valor próximo a US$ 6,6 bilhões. A cifra é especialmente interessante ao mostrar que, apesar de a adoção da tecnologia pelo setor ser relativamente baixa no momento, as possibilidades de lucro são enormes.

A própria Intel sentiu na pele essas mudanças ao mudar seus data centers há alguns anos

Para exemplificar como é possível simplificar e dinamizar processor com a implementação de soluções desse tipo, Fabio lembrou que a própria Intel sentiu na pele essas mudanças ao mudar seus data centers há alguns anos. Com a virtualização e a nuvem, o diretor conta que pedidos e projetos de negócios internos, que antes levavam até 90 dias para ficar prontos – por conta da criação de apps, desenvolvimento de serviços e configuração de servidores –, passaram a ser finalizados em questão de minutos.

Abraçando a tecnologia cloud

Felizmente, a Intel não deixou apenas que o seu case ditasse o caminho que as PMEs deveriam seguir para mergulhar de vez nas soluções da nuvem. Isso quer dizer que a pesquisa encomendada pela companhia junto à AMI Partners também trouxe uma amostra do que leva as pequenas e médias empresas brasileiras a aderirem à essa tecnologia. Esse ponto foi abordado no encontro por Barbara Toledo, gerente de marketing corporativo da Intel Brasil, que traduziu a percepção desses players.

Embora os benefícios financeiros imediatos estejam entre os itens mais mencionados por companhias de ambos os tamanhos, a possibilidade de ganhar dinheiro diretamente com a cloud não fica sozinha no topo de expectativas das pequenas e médias. A oportunidade de alavancar e escalar os negócios, por exemplo, são fatores que atraem muitas das PMEs, assim como a oportunidade de ter acesso a tecnologias que, antes, eram restritas apenas às grandes marcas.

Barbara analisou diversos dos dados da pesquisa em relação à adoção da nuvem no mercado nacional

A executiva explica que, por conta disso, o setor de TI passa a assumir mais o papel de um aliado dos negócios, não de uma barreira. Além disso, essas empresas também acabam caminhando para a direção desse tipo de solução para sair dos sistemas de gestão básicos da companhia, para buscar aplicações específicas para suas necessidades e até para abrir um leque maior de opções para comunicação e colaboração interna. A segurança também é um fator bem recorrente nessa nova fase da relação das PMEs com a Tecnologia da Informação.

Esse último quesito, aliás, se reflete na preferência dessas empresas pela nuvem pública ou privada. De forma geral, ambas as categorias de negócios têm uma boa abertura para soluções não dedicadas. Das pequenas, por exemplo, apenas 22% das entrevistadas afirmam que a cloud privada é essencial para suas aplicações, enquanto para as médias a porcentagem sobe para 36%.

O índice de satisfação das PMEs com as soluções cloud é positiva

A pesquisa também mostra que, se depender do boa a boca, a tecnologia tem boas chances de vingar entre as PMEs locais, já que 66% das pequenas e 70% das médias declararam estar satisfeitas com os serviços de nuvem ofertados no país. Como, além das empresas em fase de migração, muitos dos novos negócios já nascem digitais, Barbara acredita que “esse momento de empreendedorismo sinaliza muito bem um crescimento da adoção da cloud no Brasil”.

Fomentando o mercado

Questionado a respeito de como a Intel tem promovido essas mudanças por aqui – já que, diferentemente do que acontece no setor de hardware, a Intel não é o provedor direto do serviço na área de cloud –, Reinaldo Affonso, diretor de tecnologia e desenvolvimento da companhia, respondeu que a estratégia tem sido bem diversificada.

A ideia da Intel é facilitar ao máximo o acesso à tecnologia

Para os provedores de soluções na nuvem, a ideia da Intel é facilitar ao máximo o acesso à tecnologia e disponibilizar um leque amplo de opções de equipamentos para servidores e data centers. Isso significa desenvolver e trazer produtos de ponta para cá, desde os novos processadores da família Xeon até pentes de memória capazes de abrigar terabytes de informação.

Do lado das empresas de software e outros intermediários, o caminho é oferecer treinamento ou programas de preparação específicos, fazendo com que os players menores também possam ser guiados adequadamente aos atuais modelos de cloud – inclusive para o setor de PMEs. E para você, com tem sido essa migração para a nuvem? Sua empresa já está aderindo ao formato ou ainda há dificuldades em gerenciar as soluções legadas à essa tecnologia?

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