Review: smartphone HTC One E9+ dual sim [vídeo]

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A HTC é uma marca muito bem conceituada lá fora, oferecendo produtos que brigam diretamente com smartphones da LG, Sony, Samsung, Apple e outras empresas nas mais diversas categorias desse segmento.

No dia 30 de março deste ano, a empresa taiwanesa anunciou o HTC One E9+ dual sim, um aparelho capaz de operar com duas linhas simultaneamente e que é um dos primeiros modelos a contar com o chipset Helio X10.

Esse componente foi projetado pela MediaTek com o status de ser pioneiro em utilizar oito núcleos ao mesmo tempo, ou seja, prometendo um bom desempenho de processamento. Mas será que o chip dá conta de atender a todas as necessidades que temos hoje em dia? E as demais características do aparelho, garantem uma boa experiência?

Confira a seguir a nossa análise deste aparelho disponível atualmente apenas nos mercados asiático, como na China e na Coreia do Sul, e na Índia.

Especificações

Beleza para os olhos

A HTC caprichou no visual do HTC One E9+ dual sim. A combinação de linhas curvas com detalhes em dourado (no caso do dispositivo que testamos trata-se de uma tonalidade rosada que resulta na aparência da cor cobre) e um acabamento impecável dão ao celular uma aparência moderna e requintada.

Seu design chama atenção pelo bom posicionamento dos botões e dos alto-falantes, evitando o pressionar de funções indevidas e o abafamento do som enquanto se joga ou assiste a vídeos, por exemplo.

Contudo, a localização dos speakers na parte frontal do aparelho traz um efeito colateral: o eletrônico se torna mais alto do que outros modelos com o mesmo tamanho de tela, e os mais de 15 cm podem ser um incômodo na hora de carregá-lo no bolso. Durante nossa experiência com o HTC One E9+, algumas vezes parte da sua estrutura ficou para fora do bolso e chegava a ser pressionada quando nos sentávamos.

Apesar disso, o aparelho é fino, tendo apenas 7,5 mm de espessura, e leve, pesando somente 149 gramas. Tais características, somadas ao formato arredondado de suas bordas, promovem uma pegada firme e confortável. Assim, você não deve cansar ao segurá-lo, mesmo que seja por períodos mais longos.

Outra coisa que nos agradou no HTC One E9+ foi a tampa traseira, que é feita de um material plástico opaco. Dessa forma, o aparelho não fica com aquelas tradicionais marcas de dedo. Ainda nesse sentido, a saliência da câmera pode ser vista como um ponto negativo, pois acaba deixando-a muito propensa a batidas que podem resultar em riscos e até rachaduras.

Tamanho e qualidade pra ninguém botar defeito

A tela do HTC One E9+ possui 5,5 polegadas, sendo protegida pela tecnologia Corning Gorilla Glass 4, e oferece uma resolução impecável e ótima definição e nitidez de imagem — isso graças aos 534 ppi e à sua capacidade de exibir conteúdo em WQHD (2560x1440 pixels), ou simplesmente 2K.

Considerando as suas dimensões, o display é muito adequado para quem adora assistir a filmes ou usar o celular para jogar. Os detalhes das roupas dos personagens ou atores são vistos com primor e as cores de objetos e ambientes são bem vivas.

Porém, embora sua retroiluminação seja satisfatória para que você enxergue o conteúdo apresentado em locais ao ar livre, o display reflete muito luzes artificiais. Os reflexos podem incomodar, mas é verdade que não comprometem completamente o uso do aparelho.

Por fim, também vale mencionar que a tela poderia ser mais bem aproveitada em relação à carcaça do aparelho. Apesar de um primeiro momento com o display desligado dar a entender que o HTC One E9+ praticamente não possui bordas, ao ligá-lo é possível perceber que existe um espaço considerável entre a “área útil” de visualização e os limites físicos do dispositivo.

Estourando a caixa de som

Um dos recursos mais atrativos do One E9+ é, sem dúvida, o HTC BoomSound com Dolby Audio. A tecnologia é responsável por otimizar a reprodução sonora com ajustes finos realizados a partir de dois modos: o “cinema” e o “música”. A atuação desses mecanismos realmente faz diferença e promove sons muito fiéis e que recriam o efeito surround de 5.1 canais.

Os áudios executados são qualificados tanto para frequências graves quanto para as mais agudas. Mesmo quando o volume está ajustado no máximo, os sons se mantêm equilibrados e apresentam poucas distorções, que não chegam a afetar sua experiência de uso — até porque dificilmente você usará o áudio dele nessa configuração de volume.

Os fones de ouvido que acompanham o HTC One E9+ seguem os padrões de qualidade ouvidos nos alto-falantes. Contudo, sentimos falta da presença de botões para avançar e retroceder músicas, uma comodidade para quem pretende praticar esportes ou simplesmente não quer ficar andando com o celular não.

Interface e aplicativos

Este smartphone da HTC carrega o Android Lollipop (versão 5.0.2), que é usado através da interface HTC Sense 7.0. A ROM da companhia taiwanesa já é conhecida há algum tempo e é famosa por ser uma das melhores adaptações do sistema operacional “puro” da Google.

O diferencial do One E9+ é a presença de alguns softwares exclusivos. Um deles é a galeria de fotos, que pode ser “pinçada” com os dedos para alternar entre os diversos modos de visualização das imagens capturadas. Ela é complementada pelo Zoe, um app para a criação e o compartilhamento de montagem de fotos, incluindo canções como plano de fundo.

Outro atrativo é o BlinkFeed, uma lista de notícias inteligente que exibe as novidades relacionadas com assuntos do seu interesse, como esportes, ciência, música e celebridades, e pode até mesmo sugerir um restaurante próximo para você conhecer quando estiver perto da hora do almoço.

Porém, na nossa visão, o grande destaque do HTC One E9+ fica por conta do software de personalização que oferece um vasto acervo de temas, papéis de parede, ícones e muito mais. Com apenas dois toques você baixa e aplica esses conteúdos, deixando o smartphone ainda mais com a sua cara.

Vale mencionar apenas que a HTC Sense não conta, por enquanto, com tradução para o português do Brasil, apenas para o de Portugal. Além disso, a fabricante forneceu uma expansão do seu armazenamento no Google Drive para 115 GB por um período de 2 anos.

Desempenho na prática

A configuração do One E9+ é respeitável: chipset MediaTek Helio X10 (um dos componentes da taiwanesa que consegue usar seus oito núcleos de 2 GHz ao mesmo tempo), unidade de processamento gráfico PowerVR G6200 e 3 GB de memória RAM.

Na prática, não temos do que reclamar do desempenho oferecido por este smartphone da HTC. Ele foi capaz de suportar uma rotina intensa de uso, reproduzindo vários aplicativos simultaneamente — como WhatsApp, Facebook, Google Chrome, Gmail, YouTube, Dropbox, Spotify, Twitter, TecMundo, Baixaki, entre outros. Em nenhum momento nos deparamos com qualquer tipo de gargalo de processamento.

O mesmo se aplica na hora de executar jogos. O HTC One E9+ rodou sem dificuldade alguns dos games mais recentes e pesados disponíveis na Google Play. Entre eles estão Mortal Kombat X, Real Racing 3 e Terminator.

Benchmarks

Como de praxe, realizamos alguns benchmarks para conferir alguns números da performance do One E9+. Ao analisar os resultados obtidos e compará-los com aqueles que seriam seus concorrentes diretos no Brasil, levando em conta sua faixa de preço, percebemos algo estranho: determinados resultados do aparelho da HTC estavam bem abaixo dos demais, mas, na prática, como já mencionamos acima, ele não demonstrou qualquer problema para suportar nossa rotina pesada de testes.

A explicação disso pode estar no fato de o Helio X10 ser um chipset de 64 bits, sendo que os benchmarks podem ainda não estar otimizados para esse componente. De todos os softwares usados, apenas o AnTuTu solicitou autorização para baixar um conteúdo específico para chips com essa arquitetura. E foi exatamente nesse benchmark que o One E9+ obteve um resultado mais condizente com o que esperávamos dele por ter um SoC recém-lançado.

Portanto, não devemos tomar os dados que serão apresentados a seguir como parâmetros únicos para comparativos de desempenho. Eles serão expostos com a finalidade unicamente informativa. Vale comentar ainda: a metodologia usada orientava manter o dispositivo conectado à fonte de alimentação. Além disso, ele devia ser reiniciado antes de cada um dos testes para encerrar todo e qualquer processo que pudesse estar em segundo plano e acabasse afetando a performance.

Confira a seguir os gráficos com os comparativos, sendo que, em todos eles, quanto maior a numeração, melhor o desempenho apresentado.

Câmera

As câmeras do aparelho são boas. A traseira possui 20 MP com auto-focus, sensor BSI e flash de LED embutido, sendo capaz de gravar vídeos em 4K (o que é algo que deve ser salientado). Por sua vez, o sensor frontal tem 4 MP, sendo dotado da tecnologia UltraPixel da HTC — tornando-o, grosso modo, equivalente a um componente de 13 MP.

Ambos os dispositivos de captura geram fotos com ótima resolução, especialmente registros em ambientes com iluminação natural. Em locais fechados e que possuem luzes artificiais, as fotografias apresentam granulações perceptíveis — o que, até certo ponto, é comum para câmeras de celulares.

Contudo, elas não oferecem nada de diferente. São as mesmas opções de captura e filtros encontrados em outros modelos da HTC e de outras marcas, como fotos panorâmicas, desfoque do ambiente em torno de um objeto específico e as populares selfies. Aqui, vale mencionar que não existe a função de “selfie panorâmica”, um recurso que tem sido recorrente nos principais smartphones recentemente lançados.

Devemos ressaltar ainda o fornecimento de um modo manual de captura, com o qual você é capaz de realizar diversos ajustes do sensor traseiro, incluindo ISO, foco, balanço de branco e abertura do obturador.

Bateria

A bateria do HTC One E9+ mostrou uma autonomia de uso que está dentro dos padrões dos aparelhos mais modernos e que contam com um componente com a mesma amperagem, ou próxima dela — que é de 2.800 mAh. Porém, esperávamos permanecer mais tempo longe da tomada.

Para quem não costuma jogar ou assistir a vídeos no smartphone — o que é bem difícil hoje em dia —, uma carga deve durar um dia inteiro, ou até mais, no One E9+. Porém, a tela 2K consome bastante energia e, ao utilizar o smartphone com maior intensidade, você terá que recarregá-lo pelo menos uma vez a cada 24 horas.

O teste com o benchmark PCMark gerou um resultado de 5 horas e 54 minutos, que, quando comparado com o nosso histórico de análises, coloca o HTC One E9+ com performance abaixo da do Motorola Moto Maxx (6h18), mas melhor do que a do Samsung Galaxy S6 (4h48).

Vale a pena?

Não há dúvidas de que o HTC One E9+ é um dispositivo premium, no mínimo, interessante. Suas qualidades se sobressaem aos seus defeitos. Visual atraente, boa ergonomia, tela com ótima resolução, sistema de áudio impecável e câmera mais do que satisfatória são seus maiores atrativos.

É verdade que ele possui alguns “problemas”: seu tamanho pode incomodar um pouco, a saliência da câmera pode facilitar danos ao sensor e esperávamos uma maior autonomia de bateria. Contudo, o balanço final é positivo.

Infelizmente, os dispositivos da HTC não são vendidos oficialmente no Brasil, ou seja, para ter o One E9+ você teria que importá-lo ou comprá-lo no exterior — seja durante uma viagem para fora do país ou com um conhecido que esteja lá fora.

Ele pode ser encontrado por preços que ficam em torno de US$ 500, o equivalente a R$ 1,6 mil em uma conversão direta, ou seja, sem o cálculo de possíveis impostos e taxas de importação. Assim, o aparelho está na faixa de preço praticada atualmente no Brasil para o LG G3, Sony Xperia Z3 Compact, Novo Moto X e Samsung Galaxy S5, por exemplo.

Apesar de os resultados do produto da HTC em benchmarks serem inferiores a esses concorrentes, na prática o aparelho mostrou aguentar uma rotina bem atarefada e conseguiu rodar todo tipo de jogo. Com isso, podemos concluir que, se você busca um celular potente e que promova uma boa experiência audiovisual, vale a pena pelo menos estudar a compra dele.

Fontes

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